Dois grandes projetos de indústrias no setor do agronegócio na região ainda não tiveram as obras iniciadas porque os empreendedores aguardam as licenças ambientais. Tanto a nova fábrica de rações da Cooperativa Agropecuária Júlio de Castilhos (Cootrijuc) quanto a usina de fabricação de etanol da CB Bioenergia, de Santiago, tinham previsão de início ainda em 2021, mas os trabalhos tiveram de ser adiados para este ano. A expectativa atual é que sejam iniciadas nos primeiros meses de 2022.
O investimento inicial nos dois projetos totalizará R$ 87 milhões. Eles devem gerar mais de cem empregos diretos em Santiago e Júlio de Castilhos num primeiro momento, mas os planos da usina santiaguense são de forte expansão no futuro.
Em Santiago, segundo o agricultor e empresário Cássio Bonotto, assim que sair a licença, começará o trabalho de terraplenagem do terreno para iniciar a instalação dos equipamentos da usina, que já estão sendo fabricados desde o ano passado. A expectativa é que a primeira etapa da usina já esteja operando no final de 2022, com capacidade de beneficiar 75 toneladas de trigo por dia. Além de gerar 25 mil litros de etanol por dia a partir do grão, a matéria-prima que resta do processo (50 toneladas diárias) será vendida como ração para animais. Para isso, serão 75 empregos diretos.
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Nesse primeiro módulo da indústria, será fabricado etanol hidratado, que será vendido para aviões agrícolas de todo o Estado. Depois, os planos são investir em mais módulos da usina, para fabricar etanol anidro, para ser misturado na gasolina por distribuidoras da região.
- A partir de 2023, o projeto tem ampliação para 140 toneladas/dia, já produzindo também etanol anidro, para não precisar trazer anidro de fora do Estado, pois hoje é trazido do Centro-Oeste e de São Paulo. Até 2025, a previsão é até 300 toneladas/dia. Até 2030, a projeção é um investimento de R$ 500 milhões para a usina ter capacidade de 500 toneladas de grãos por dia - disse Cássio Bonotto.
Já em Júlio de Castilhos, a Cotrijuc investirá R$ 12 milhões na construção de uma fábrica de rações. A estimativa é que as obras, após iniciarem, durem um ano. A indústria deve gerar de 30 a 40 empregos na cidade. Em 8 de junho de 2021, a coluna já havia noticiado os planos da Cotrijuc, que esperava que as obras poderiam começar ainda no ano passado. Mas as licenças ainda não saíram. A esperança é que sejam emitidas em breve.
- Infelizmente, a burocracia dos licenciamentos ambientais não anda na mesma velocidade da necessidade do investimentos e do crescimento econômico do Brasil - afirmou o presidente da Cotrijuc, Caio Vianna.
RESPOSTA DA FEPAM
Sobre a notícia acima, a Fepam enviou nota em que esclarece a situação dos dois empreendimentos:
"A Fundação Estadual de Proteção Ambiental informa que a Licença Prévia da fábrica de rações da Cotrijuc, em Júlio de Castilhos, já possui Licença Prévia emitida desde o mês de outubro de 2021, tendo sido emitida em 60 dias, tempo expressivamente rápido. Apesar do esforço desta Fundação para viabilizar o empreendimento, até o momento não há processo aberto de Licença de Instalação para a indústria. Em outras palavras, a licença que, quando emitida autoriza o início das obras, ainda não foi solicitada pelo empreendedor. Quanto à CB Bionergia, a mesma teve seu processo aberto em novembro do ano passado, estando em análise desde o mês de dezembro, respeitando todos os prazos legais e previstos."
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