Deni Zolin

Com grandes obras na reta final, é hora de correr atrás de novos projetos para a região

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, deu a dica recentemente: grandes obras, como a 2ª ponte do Guaíba e duplicações da BR-116, da Travessia Urbana de Santa Maria e do Contorno de Pelotas, estão chegando ao final e é hora de ter novos projetos engatilhados para tirar da gaveta e investir. O motivo: quando esses grandes projetos forem concluídos, ao longo de 2021, o Ministério da Infraestrutura terá folga de recursos para aplicar em futuras obras, mas, para isso, é preciso já ter os projetos prontos.

Por isso, fica o recado importante: a região de Santa Maria precisa começar a se mobilizar para correr atrás de novos projetos para melhorar a infraestrutura rodoviária da região. Caso contrário, outras regiões do Estado acabarão se adiantando, e ficaremos esquecidos.

Começa escavação para construção das trincheiras do Trevo da Uglione

A fala do ministro foi feita no Seminário Competitividade na Infraestrutura, transmitido pela TV Assembleia, na semana passada. Ele afirmou que, até o final do ano, devem ser repassados mais R$ 1,6 bilhão do Orçamento para o ministério, para garantir o andamento de obras importantes.

- Com isso, não vamos deixar parar a obra da Travessia Urbana de Santa Maria, que queremos concluir no início de 2021 - afirmou.

Para entender o que é possível pedir, é preciso saber o contexto do que já está previsto pelo governo para a região. Freitas voltou a afirmar que o BNDES já está fazendo o estudo de viabilidade para conceder as BRs 158 e 392, de Carazinho a Caçapava do Sul, para a iniciativa privada, pois são fundamentais para o escoamento da safra. Não deu detalhes, mas provavelmente vai prever melhorias e até duplicação. A ideia é iniciar a concessão até 2022. O ministro também lembrou que está sendo concluída a obra de ampliação do pátio e sinalização noturna do aeroporto de Santa Maria, junto à Ala-4, e que vão ser investidos R$ 10 milhões na obra de ampliação do terminal de passageiros do Aeroporto Civil de Santa Maria.

Freitas relembrou também do estudo para conceder e duplicar a BR-290, de Eldorado do Sul a Pantano Grande, e afirmou que, com isso, sobrará espaço no orçamento para, futuramente, duplicar outros trechos da BR-290 e fazer mais terceiras faixas no restante da rodovia, até Uruguaiana.

Diante disso, o que restaria para a região pedir de melhorias nas rodovias federais? Fica o convite aos representantes para pensar e correr atrás. Caso contrário, ficaremos fora.

Obras para a região pedir: duplicação da Faixa Nova e terceiras faixas nas BRs

Aqui em Santa Maria, haveria três obras mais urgentes. A primeira seria a duplicação do Trevo da Uglione até o Passo das Tropas, que é onde há mais congestionamentos, e a segunda, terceiras faixas ou duplicações nas BRs 158 e 392, para escoar a safra de grãos ao porto de Rio Grande. Mas isso provavelmente já estará no projeto de concessão das BRs 392 e 158, e o governo federal deve deixar esse investimento para a concessionária que assumir as rodovias.

O outro trecho com mais urgência é a Faixa Nova de Camobi, que hoje é rodovia estadual. Na minha impressão, mesmo que o ministro já tenha dito recentemente que não haveria espaço fiscal para a União retomar trechos de rodovias estaduais, deveria haver uma mobilização forte da região para tentar convencer o governo federal a assumir a Faixa Nova de Camobi para duplicá-la. Pois, para a União, que hoje gasta com obras gigantes, não seria um custo elevado duplicar os 12 km. Não deve custar mais de R$ 40 milhões. É preciso mobilizar a região para apoiar essa ideia, pois a Faixa Nova não atende só Santa Maria, mas todo o tráfego que passa pela cidade em direção à Capital e à Fronteira Oeste, virando um gargalo no trânsito.

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Outra obra que poderia ser pedida e que, em breve, será necessária, e a continuação da duplicação da Faixa de Rosário, do Trevo dos Quartéis até a Cohab Tancredo Neves.

Outro pleito importante seria exigir a construção de terceiras faixas em outras rodovias federais da região, como a Faixa de Rosário (BR-158), a BR-290, de Pantano Grande a Uruguaiana, e da BR-287, de Santa Maria a São Borja. Isso garantiria maior segurança em ultrapassagens, com redução de acidentes, e maior agilidade em viagens, inclusive para caminhões e ônibus ultrapassarem carretas mais lentas. Até hoje, a serra de Jaguari não tem nenhuma terceira pista, por exemplo. O que também é absurdo é quase não haver faixas extras na movimentada BR-290, que é um corredor de exportação.

Que tal um anel viário em Santa Maria?

Outro projeto que poderia começar a ser pensado e já elaborado, para os próximos 10 anos, seria um anel viário para Santa Maria, com uma rodovia que começaria antes da Ulbra e contornaria a cidade por fora, passando pela Faixa de Rosário, pela BR-392 (antes do Arenal) e saindo na RSC-287, perto do trevo para Silveira Martins ou do acesso a Pains. Isso retiraria parte do tráfego que, hoje, precisa passar dentro da cidade.

Outra obra que chegou a ser cogitada, mas acabou ficando em segundo plano devido à ampliação do terminal de passageiros do aeroporto civil, seria levar adiante a construção de um novo aeroporto para Santa Maria. No seminário, o ministro lembrou que o governo vai investir R$ 200 milhões no novo aeroporto de Caxias do Sul. Claro que a Serra tem um tráfego muito maior, mas fazer um novo aeroporto aqui é outro projeto que, um dia, precisará ser reavaliado.

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