Depois da redução para 50% das linhas com cobradores de ônibus, adotada durante a pandemia, a prefeitura de Santa Maria já definiu que, a partir do reajuste da tarifa, adotará um percentual de apenas 25% dos ônibus com profissionais de cobrança, atrás da roleta. Essa redução já foi levada em conta no cálculo do preço da passagem, que apontou R$ 5,34 - o valor seria ainda maior se não houvesse essa nova redução do número de cobradores, segundo a prefeitura.
O secretário de Mobilidade Urbana, Orion Ponsi, afirmou que até sexta-feira deve ser anunciado o novo valor da passagem de ônibus e, no mesmo dia, assinado um novo decreto atualizando o percentual de cobradores de 50% para 25%. Esse corte foi uma das alternativas encontradas pela prefeitura para evitar um aumento ainda maior da passagem.
- Foi feito um cálculo para termos cobradores suficientes para abastecer as linhas com maior volume de passageiros, como na Zona Oeste, Sul e Leste, e alguns da Zona Norte, até porque nas linhas e horários de maior movimento, é preciso do cobrador para garantir mais agilidade para o ônibus - afirmou Ponsi.
Segundo o presidente da Associação dos Transportadores Urbanos (ATU), Luiz Fernando Maffini, o corte dos cobradores deve levar um tempo para ocorrer, já que serão feitas adequações nas linhas para avaliar em quais horários e itinerários é necessário ou não o profissional para cobrança. Em finais de semana e feriados, nenhum ônibus terá cobrador, e nos dias úteis, serão priorizados horários de pico e linhas de grande movimento.
Não há uma estimativa exata de quantos cobradores serão demitidos, mas seriam de 50 a 80 profissionais.
O presidente do sindicato dos funcionários das empresas de ônibus, Sitracover, Rogério Costa, afirma que, pelo que acontece em outras cidades do país, Santa Maria acabará extinguindo a profissão de cobrador. Porém, ele critica a maneira com isso está sendo implementado.
- Em Porto Alegre, deram um prazo para o pessoal se preparar e procurar outra colocação. Aqui, nem negociaram com a gente. Na última reunião que tivemos com o prefeito, ele prometeu que não teria redução do número de cobradores, mas confiar em político é como acreditar em nota de R$ 3 - criticou Costa.
Ele reforçou que os motoristas estão sobrecarregados e que seguirá cobrando uma adicional no salário para eles por acumularem a função de cobrador.
Já Ponsi disse que conversou com o Sitracover sobre a redução do número de cobradores e que o prefeito prometeu não extinguir a função de cobradores e que isso será mantido, já que 25% deles serão mantidos.