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Objetivos são diferentes. O que esperar dos deputados estaduais de Santa Maria

De pronto, a informação mais importante. Depois de um tempão que se mede em décadas, a cidade tem representação numericamente significativa no parlamento gaúcho. É verdade que, como o colunista já escreveu, num misto de ciúme e inveja, ainda existam emedebistas locais que torçam o nariz para Roberto Fantinel. Mas o fato é que ele tem domicílio aqui e representa a boca do monte e a região na Assembleia gaúcha, num mandato que, como suplente, terá 14 meses. Também é real que o parlamentar criado em Dona Francisca defende a cidade e se junta aos eleitos titulares em 2018, o petista Valdeci Oliveira e o novista Giuseppe Riesgo.

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Agora, além de saudar essa notícia alvissareira, é importante investigar o que se pode esperar de cada um deles, nesse 2021 de ano legislativo recém-iniciado. É o que você tem a seguir, com base em depoimentos próximos aos parlamentares e, claro, na própria observação do colunista. Ah, e por ordem alfabética.

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Giuseppe Riesgo - Aos 25 anos, o jovem parlamentar eleito pelo Novo, deverá continuar com sua postura liberal. Assim, é possível esperar dele manifestações e votos contrários a qualquer aumento de tributo e uma defesa intransigente da máxima desestatização possível. É o que propugna, em qualquer circunstância. Também se poderá esperar gastos mínimos no seu mandato, se mantiver o que tem feito até aqui, vitorioso que foi em sua primeira incursão eleitoral. style="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever">

Roberto Fantinel - embora também jovem, 33 anos, não se trata de novato na política. Foi vereador na Quarta Colônia e tem experiência na militância como dirigente, inclusive estadual, da juventude do MDB. Imaginam seus adeptos que cuidará de cevar os quase 30 mil votos obtidos há três anos e se dedicará a Santa Maria e região, inclusive tendo nomeado pessoas ligadas a municípios próximos para sua assessoria. O que faz todo o sentido.

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Valdeci Oliveira - o veterano do grupo, com seus 63 anos e vários mandatos, o petista deverá coroar vitoriosa carreira (a ponto de duvidar-se de outras postulações eleitorais) com a presidência da Assembleia. Aliás, agora como 1º secretário do Legislativo gaúcho, já faz um verdadeiro estágio para a função principal, que ocupará em 2022. Quanto as suas atividades, que ninguém duvide: não se desviará do que tem historicamente tratado.

Articulações políticas estaduais e onde entram MDB e PSDB daqui
O relógio dos políticos difere daquele dos cidadãos normais. O tempo, para eles, é bem mais rápido. Assim é que, do ponto de vista eleitoral, 2022 está ali na esquina. Vai daí que se especula fortemente que tipo de aliança será alinhavada para a disputa, por exemplo, do Palácio Piratini. O pleito é estadual, sim, mas é inevitável a repercussão local.

Há um fato que pode ilustrar bastante essa circunstância. O desmanche da aliança com o PSDB, feita pelo PP (que bancou a candidatura Sérgio Cechin à Prefeitura, ano passado), tem tudo a ver com a pretensão do grande líder pepista no Estado, o senador Luiz Carlos Heinze, que quer concorrer ao Piratini.

Como decorrência da estratégia do Progressistas, o PSDB estadual se movimenta para composição que tenha outro grande partido aliado em 2022. E Eduardo Leite e os seus miram, diz-se, no MDB - que inclusive teria espaço ampliado no secretariado, algo a ser conferido já nos próximos dias.

E daí? Daí que em Santa Maria, onde MDB foi adversário em novembro, apoiando Cechin, continuará se opondo, por exemplo, no plano Legislativo, como ensaia fazer, juntamente com o PP? No mínimo pode se criar um constrangimento, com discursos sendo refeitos. Ou não, com as consequências imprevisíveis na política local.

Enfim, quem diz que o pleito estadual é diferente do municipal e o que há por lá não interfere aqui? Que tal? Na hipótese, nada improvável, de uma união PSDB/MDB para o Piratini, com o PTB de secundário, como fica a relação por cá?

Ninguém precisa "cortar (metafórica e politicamente) os pulsos" imediatamente. Mas talvez fosse o caso de uns e outros já tratarem de moderar o lero. Ou não.

O time dos juristas e o edil sustentável
BACHARÉIS - Semana passada, bem que o colunista deixou claro ser o levantamento "pequeno, rápido e empírico" - ao levantar bancadas suprapartidárias com interesses específicos. Pois bem, acabou esquecendo justamente do maior dos grupos hoje presentes na Câmara. No caso, o dos "juristas".

Não dá para dizer advogado porque pelo menos um não tem o registro da OAB. Mas todos são bacharéis e conhecem do riscado. Ah, e representam quatro bancadas distintas. O PT é representado por Marina Callegaro e Ricardo Blattes; o PP por Roberta Leitão; o PSDB tem Juliano Soares e o MDB Tubias Calil.

SUSTENTÁVEL - Quem está se destacando pelo viés ambiental e esportivo, nesses momentos pré-começo efetivo de mandato, é o vereador tucano Givago Ribeiro. Além de ir de bicicleta ao trabalho, agora resolveu distribuir copos reutilizáveis aos funcionários e aos seus colegas. Os primeiros a receber foram Admar Pozzobom e Pablo Pacheco. A ideia é que todos os gabinetes sejam sustentáveis. Que consiga. Amém!

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LUNETA

RETA FINAL
A qualquer momento (o que não significa "já") imagina-se a divulgação, pela Prefeitura, da reforma administrativa, com mudanças no organograma do Executivo. O trabalho foi tocado, como anunciou o prefeito Jorge Pozzobom logo depois da eleição, pelo vice Rodrigo Decimo. Por conta disso, nota-se evidente e natural nervosismo pelos corredores do poder municipal, e não apenas no Centro Administrativo.

AQUECIMENTO
Com o fim próximo do recesso na Câmara, avança a preparação dos partidos para as discussões (e decisões) que vêm aí. Aliás, não custa lembrar quem são os líderes de bancada. A saber: Manoel Badke (DEM), Adelar Vargas (MDB), Luci Duartes (PDT), Roberta Leitão (PP), Admar Pozzobom (PSDB), Danclar Rossato (PSB), Tony Oliveira (PSL), Valdir Oliveira (PT), Alexandre Vargas (Republicanos) e Werner Rempel (PC do B).

E O PAULINHO?
Adelar Vargas apresentou projeto sugestão (para vigorar, terá de ser acatado pela Prefeitura) visando a construção de estátua (ou busto ou herma) de Paulinho Bilheteiro, uma das figuras mais queridas da história da cidade na segunda metade do século XX. Pra quê?! A proposta causa ásperas discussões nas redes sociais. E isso que é só uma sugestão. No que menos se pensa é na figura do Bilheteiro.

NA PAREDE
Que se diga: há líderes partidários de Santa Maria a pensar em candidaturas locais próprias e diferentes para a disputa à Assembleia e à Câmara dos Deputados em 2022. No entanto, especialmente as maiores siglas (incluam-se aí MDB e PP, mas não só), esbarram numa parede - leia-se nomes consolidados e que ajudaram a bancar politicamente as pretensões de um e outro em 2020.

PARA FECHAR
Bem que o Executivo gostaria de ter maioria na Câmara. Já que isso não é possível, seria politicamente contraproducente não tentar alargar o que existe hoje, em termos de apoio. Há quem diga ser de bom tamanho contar com mais ao menos três vereadores na base. Difícil (mas não impossível) é obter isso. Ou alguém acha que não se está trabalhando politicamente na possibilidade?

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