claudemir pereira

Câmara conta com nova direção e quatro candidatos a prefeito

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Como já se cogitava dias antes, a chamada "Força Legislativa" resultou vitoriosa no pleito para definir a Mesa Diretora do Legislativo para 2020. A aliança é administrativa e política.

No que toca à gestão, o acordo permite a distribuição dos cargos em confiança disponíveis entre os seis partidos e 11 vereadores que compõem o grupo. Até aí, problema algum. As questões estão respondidas antes mesmo do pleito e se sabe exatamente quem indica quem e para quê.

Já no que se refere à política, o que une o grupo do tamanho de um time titular de futebol são as manifestações opositoras ao governo municipal. E só foi possível criar a chapa, aliás, com a adesão da pedetista Luci Duartes, até outro dia habitual apoiadora dos pleitos governistas.

Mas, e o próximo ano? Que, afora ser o último da Legislatura, coloca os edis muito mais interessados, talvez, em sua própria sobrevivência eleitoral do que propriamente com a administração da Câmara municipal? Se imagina ser possível conciliar tudo, desde a ação habitual de vereador, passando pelos compromissos na gerência do parlamento e chegando à disputa eleitoral.

Mas, acredite, não será tarefa exatamente fácil. Afinal, o escriba encontrou, entre os 11 edis que comandam o Legislativo, apoio a nada menos que quatro candidatos diferentes a prefeito. E todos, em tese, competitivos.

Como conseguirão resolver pendengas que, eventualmente, ligarão ou afastarão o interesse eleitoral ao do político-legislativo? Haverá de se ter habilidade. E não será pouca. Invenção claudemiriana? Confira você mesmo os nomes de concorrentes e seus apoiadores na Câmara, em ordem alfabética:

  • Candidato do MDB. Seja Francisco Harrisson ou Marta Zanella, terá o apoio do presidente Adelar Vargas
  • Jader Maretolli, do Republicanos. Apoiado por Alexandre Vargas e, talvez, Jorge Trindade (do Rede e o único sem rumo, até o momento)
  • Luciano Guerra, do PT. Terá a chancela dos quatro petistas (ele próprio, Celita da Silva, Daniel Diniz e Valdir Oliveira) e, consta, Marion Mortari (do PSD), possível candidato a vice-prefeito
  • Marcelo Bisogno, do PDT, com a adesão irrestrita da vereadora Luci Duartes e, quem sabe, dos petebistas Ovídio Mayer e Deili Silva.

Um quarteto de candidatos, dos quais pelo menos dois, Luciano Guerra (PT) e Francisco Harrisson ou Marta Zanella (MDB), com mandato legislativo. É um complicador. Quem sabe não definitivo. Mas que requererá muita habilidade de todos, especialmente de Adelar Vargas - ele próprio candidato à reeleição

Quem foi o personagem deste ano
Figura, no mínimo, controversa, algo pitoresca e, certamente, empreendedora, que chama a atenção para seu negócio (grande bazar nascido em Santa Catarina e que se expande pelo país) por manifestações não raro belicosas para com adversários ideológicos, Luciano Hang (e tudo o que ele significa) aportou por aqui neste 2019.

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Foto: Renan Mattos (Diário)

Embora, sobretudo, um negociante - que teve copa franca na cidade - foi a figura política do ano na Boca do Monte, na avaliação deste nem sempre humilde repórter. Comprou briga com a principal instituição da cidade, extremamente criticado, mas também aplaudido (inclusive por autoridades), quando desancava sobre a UFSM, teve moção contra si aprovada no Legislativo e, ainda assim, pode ser considerado vitorioso, do ponto de vista dele.

Não se sabe (essa é tarefa para os colegas da Economia), exatamente, o quanto ele traz para a cidade com seu estabelecimento, embora seja incensado por conta de empregos que criou - e também aí há controvérsia que, agora, não vem ao caso.

Algo, porém, é possível afirmar, sem medo: é mais citado que o prefeito, o reitor ou quem quer que seja, na cidade, em 2019. Faça uma busca e relacione Hang com Santa Maria, e perceberá isso, concretamente. Bingo. Para ele.

Progressistas, um partido embretado
O esvaziamento do encontro do Diretório Municipal do Progressistas (PP), há duas semanas, tem tudo para ser estratégia permanente dos militantes partidários, muitos deles graúdos, que pretendem manter a aliança com o PSDB - inclusive com Sérgio Cechin na posição de candidato a vice-prefeito.

Mesmo que convocada por edital, como sugeriu na época o presidente Mauro Bakof, ele próprio um ferrenho defensor da candidatura própria, não há garantia de sucesso, uma vez que, com quórum baixo (supondo que seja alcançado), qualquer decisão terá potencial para ser modificada mais adiante.

Enfim, o PP santa-mariense está embretado. O lado vitorioso nessa pendenga (e algum haverá de ser, em certo momento) não poderá se considerar amplamente legitimado. E não se vislumbra, pelo menos neste momento, a possibilidade de um acordo.

De modo que não é impossível imaginar que se trata de rolo a ser desfeito apenas na metade do ano, já na hora da convenção partidária. A conferir.

TOOOING!
Francisco Harrisson, secretário municipal de Saúde e vereador licenciado do MDB, perguntado na véspera da eleição que definiu seu correligionário Adelar Vargas presidente da Câmara:

- É verdade que o senhor se comprometeu com o edil que, se houvesse necessidade, faltasse apenas um voto para ele vencer, reassumiria sua vaga no Legislativo e votaria nele?

A pronta resposta de Harrisson:

- Não posso falar sobre isso. Não houve necessidade!

VIDA CURTA
O "Bolota", mascote apresentado pelo vereador Adelar Vargas, do MDB, para animar eventos e divulgar as ações do mandato dele em defesa dos animais, não poderá ser utiliza-do por muito tempo.

E a razão é simples: por mais simpático que seja, o boneco é proibido pela legislação eleitoral e, logo em seguida, não poderá ser usado, sob pena de, no extremo, cassar a candidatura de Vargas.

O QUE NÃO É
O médico, ex-vereador, ex-vice-prefeito e dirigente estadual do PC do B, Werner Rempel, foi pra lá de enfático com o escriba ao comentar seu futuro eleitoral. Confira, literalmente, "pode publicar: posso ser candidato a prefeito, posso ser candidato a vereador. Só o que não serei, de jeito nenhum, é candidato a vice-prefeito".Então, tá!

SILÊNCIO!
Chamou a atenção, pelo menos deste colunista, o silêncio obsequioso a que se impuseram por aqui os dirigentes e principais figuras do Republicanos acerca da cassação do prefeito Daniel Guerra, de Caxias do Sul. Aliás, a tarefa foi bastante facilitada porque, além de o partido ser quase nada citado, ao que se sabe, ninguém perguntou o que ele achava ao vereador Alexandre Vargas, o mais graúdo correligionário do agora ex-prefeito.

PARA FECHAR!
Ok, ok, ok. Acabar com a circulação das carroças, como forma, entre outras vantagens, de defender os animais eventualmente maltratados, é mérito do projeto aprovado pelos vereadores. O temor é que isso signifique também o fim, e não apenas metafórico, dos carroceiros, eles próprios priva-dos do seu meio de sobrevivência. Que os cinco anos previstos para a conclusão do projeto sejam mesmo aproveitados

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