A vida contemporânea têm trazido muitas facilidades e possibilidades de comunicação e entretenimento através das tecnologias de informação e comunicação. Da mesma forma, a ampliação da conectividade tem representado uma nova relação entre as pessoas, assim como espaço e tempo, encurtando distâncias e aproximando as pessoas, mesmo que vitualmente. Os smarthphones possibilitam que quase tudo esteja facilmente na palma de nossas mãos. Passamos a nos comunicarmos, convivermos, discutirmos, nos distrairmos e trabalharmos através do uso de diferentes ferramentas incluindo aplicativos que atendem os diferentes interesses e necessidades do dia a dia.
Mas qual o impacto destas mudanças na vida das pessoas e na saúde mental das mesmas? É inegável os benefícios que as tecnologias apresentam para vida de todos. No entanto, o uso excessivo destes recursos pode trazer impactos e, até mesmo riscos, para a saúde mental. Usar por muito tempo as redes sociais pode ter implicações físicas, sociais e mentais. Atualmente, os diferentes recursos tecnológicos preenchem o nosso tempo com informações e respostas instantâneas, que levam um tempo para serem assimiladas.
Na infância e na adolescência isto pode representar um perigo maior ainda. A exposição excessiva a vídeos e jogos eletrônicos pode resultar naquilo que hoje vem sendo reconhecido como um fenômeno chamado "intoxicação ou dependência da tecnologia" que apresenta alguns sinais tais como:
- mostrar ansiedade, irritação e tristeza frente à perda do recurso tecnológico retirado;
- apresentar maior necessidade de estar em contato com a tecnologia;
- perder interesse por outras atividades, especialmente ao ar livre como brincadeiras e jogos;
- prejuízo social e escolar;
- falta de vontade para realizar tarefas comuns como se alimentar, brincar, cuidados pessoais e de higiene para ficar usando o recurso tecnológico, etc.
Quando menor a criança, mais suscetível ela fica. O número de crianças e adolescentes que estão abusando das tecnologias tem crescido cada vez mais. Em 2018, a OMS- Organização Mundial de Saúde reconheceu o vício em jogos eletrônicos como um problema de saúde pública que necessita de intervenção e acompanhamento, considerando as consequência a curto, médio e longo prazo. Sendo assim, é primordial que se busque apoio e fortalecimento dos laços familiares para que se possa enfrentar esta situação bem como prevenir dificuldades emocionais que possa afetar a saúde mental de crianças e adolescentes.
É fundamental o papel da família neste processo, pois é necessário que fique atenta a estas manifestações e seja capaz de colocar limites em relação ao uso de tecnologias em sua rotina. Sendo assim, é importante que se estimule a diversificação de experiências, que sejam capazes de viabilizar espaços que auxiliem a criança e ou adolescente a desenvolver sua a capacidade para elaborar e desenvolver soluções criativas frente as diferentes situações vivenciadas.