agronegócio

FOTOS: colheita da soja é aberta oficialmente com expectativa de trazer R$ 600 milhões para região

José Mauro Batista

Nesta época do ano, filas de caminhões e carretas disputam o espaço nas rodovias gaúchas. Nas BRs 392 (Santa Maria-Rio Grande) e 158 (Região Noroeste-Santa Maria), essas filas aumentam, chegando a uma média de quase 3 veículos por minuto em 14 horas ininterruptas. A carga principal é a soja colhida nas lavouras de Tupanciretã, maior produtor de soja do Rio Grande do Sul.

Nas propriedades rurais, que se estendem da beira das rodovias aos fundões do município, as colheitadeiras não param. São 149,1 mil hectares cultivados com o grão, produção correspondente a 82,8% dos 180 mil hectares de áreas de plantio de todas as culturas e criação na Terra da Mãe de Deus.


O ritmo frenético das máquinas ganha intensidade nos meses de março e abril, tempo de colheita. A força do agronegócio em Tupanciretã é impulsionada pelo plantio da oleaginosa, da qual o Brasil é o segundo produtor mundial, atrás apenas dos Estados Unidos. Já os gaúchos estão em terceiro lugar no Brasil, disputando a segunda posição com o Paraná.

A sojicultura é tão expressiva em Tupanciretã que o município sedia, anualmente, a abertura oficial da colheita da soja. O evento, que tem caráter festivo e simbólico, será realizado neste sábado, a partir das 9h, no Complexo Tupanciretã, área que pertencia à antiga Fepagro, hoje administrada pela prefeitura. A presença do governador Eduardo Leite (PSDB) e de outras autoridades estaduais está confirmada, além de empresários, com destaque, obviamente, para os plantadores de soja.

Da beira da estrada, é possível avistar as lavouras que formam imensos tapetes em verde e amarelo dos quais será ceifado o grão que chegará à mesa do consumidor em forma de azeite, molhos especiais e até proteína, entre outros produtos derivados dessa planta que começou a ser cultivada em solo asiático há cerca de 5 mil anos.

SAFRA VAI RENDER R$ 593,5 MILHÕES EM TUPANCIRETÃ
A prova de que a soja é o motor do agronegócio em Tupanciretã está presente em números expressivos. Um deles dá a dimensão exata do que a oleaginosa significa para a economia local: a estimativa é que a safra 2018/2019, em fase de colheita, renda R$ 593,5 milhões.  

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Para se ter uma ideia do que o grão representa, a área de trigo plantada em 2018 é de 9 mil hectares. Ou seja, a área ocupada pelas lavouras de soja é quase 17 vezes maior que a de trigo. O montante é bastante expressivo em um município que tem orçamento anual de R$ 82,2 milhões. Ou seja, a sojicultora equivale a mais de sete vezes a previsão do que a prefeitura tem para gastar, este ano, com obras, investimentos e serviços para a população da cidade.  

O IBGE acompanha o agronegócio e recebe as informações repassadas em reuniões com a participação da prefeitura, da Inspetoria Veterinária, dos sindicatos da área rural e cooperativas agrícolas.

- A soja é o carro-chefe da economia de Tupanciretã. A safra indo bem, o segmento de comércio e serviços vai também, o comércio gera empregos, o setor de maquinário agrícola vende bem. Tudo funciona - diz o secretário municipal de Desenvolvimento Rural, Industrial e Comercial, Marcelo Malheiros, que também investe na sojicultora em sociedade com os irmãos.

A FORÇA DO OURO VERDE
Dados sobre a produção de soja em Tupanciretã, maior produtor do grão no Estado:

  • Área rural - 220 mil em hectares, em expansão
  • Área ocupada - 180 mil hectares são ocupadas em lavouras e criações
  • Área ocupada por soja - 149,1 mil hectares, correspondente a 82,8% dos 180 mil hectares de plantio e criação
  • Área de soja não irrigada - 143,8 mil hectares
  • Área de soja irrigada - 5,2 mil hectares
  • Quanto o município deve colher - 8,3 milhões de sacas, o equivalente a 498,3 mil toneladas. Ou seja, 55 sacas por hectare, o equivalente a 3,3 mil quilos por hectare
  • Cotação do produto - R$ 71 era o preço da saca em 20 de março, mas o preço varia de acordo com as cotações do mercado internacional
  • Quanto de dinheiro a safra vai gerar - R$ 593,56 milhões
  • Empresas que recebem soja no município - 9, com 25 unidades de recebimento

*Para ver os valores, basta clicar sobre as barras no gráfico acima

PESQUISA LOCAL AJUDA NA PRODUÇÃO
Uma das queixas dos produtores é o alto custo de uma lavoura de soja, que compreende investimentos em tecnologia e gastos com defensivos agrícolas, plantio e a colheita, entre outras despesas. Por isso, cada vez mais produtores recorrem a pesquisas para aumentar a produtividade e reduzir as despesas.  

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Sede da abertura da colheita de soja, o Complexo Tupanciretã, que ocupa uma área da antiga Fepagro desde 2016 e abriga órgãos municipais, dispõe de 5 hectares de lavoura comercial de soja, dentro de uma área maior de 11,6 hectares. No local são cultivadas diferentes espécies do grão para pesquisa de produtividade. São feitas pesquisas em blocos com datas de plantio diferentes e 17 cultivares. No total, são 166 experimentos em que os pesquisadores e técnicos avaliam questões como produção, diferença dos cultivares, o número de aplicações de defensivos por ciclo, e o que é mais importante para o produtor: o custo de produção.

- Aqui, é a soja que rende 80 sacas por hectare - comenta, empolgado, o secretário de Desenvolvimento Rural, Marcelo Malheiros, enquanto caminha e colhe amostras de grãos para pesagem.

AJUDA A HOSPITAL
Todo o lucro com a produção da lavoura comercial é repassado ao Hospital de Caridade Brasilina Terra, hoje administrado pela prefeitura. Uma forma de agradecimento à riqueza que o cultivo desse grão tem gerado para a economia de Tupanciretã.

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