ATUALIZAÇÃO: matéria atualizada em 12 de setembro de 2019, às 14h22min
Um motorista de aplicativo foi agredido por taxistas na noite de quarta-feira em Caçapava do Sul. O caso aconteceu por volta das 20h15min, quando o motorista pegava um passageiro na rodoviária no centro da cidade.
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De acordo com o delegado Laurence Teixeira, responsável pelas investigações, desde que a Uber chegou à cidade, há cerca de 20 dias, foram registradas pelo menos cinco ocorrências de ameaças a motoristas de aplicativos. Esse caso de ontem é tratado pela Polícia Civil de Caçapava do Sul como o mais grave.
O motorista contou aos policiais que estava na estação rodoviária quando foi abordado por oito pessoas. Os agressores obrigaram o passageiro a descer do veículo e, depois, imobilizaram o motorista e começaram a agredi-lo até desmaiar. O passageiro tentou intervir, mas também foi ameaçado. O carona não se feriu.
- Um deles me deu uma gravata, outro me agarrou pelo braço para me puxar. Pelo lado do carona, um outro me chutou. Eu caí para fora do carro, e eles começaram a me chutar. Eles me falaram " isso foi só uma amostra do que vamos fazer contigo se tu não parar com o aplicativo da Uber aqui em Caçapava". Chegaram a me ameaçar de morte - relatou o homem, que teve a identidade preservada pelo Diário.
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O carro da vítima ficou danificado nas portas e no retrovisor direito e foi recolhido a um depósito do Detran. O motorista alega que teve o celular levado pelos agressores, além de dinheiro que estava no veículo.
- Eles falaram que tinha um bolo de dinheiro e que "devia ser das nossas corridas". Roubaram R$ 500 - contou.
A Brigada Militar (BM) foi acionada, mas, segundo a vítima, ele não estava mais consciente quando os policiais militares chegaram. Ele foi encaminhado ao Pronto Socorro Municipal e recebeu alta por volta da 1h.
INVESTIGAÇÃO
A polícia não confirma que todos do grupo seriam taxistas, mas já apurou que as agressões provavelmente foram motivadas pelo fato de a vítima trabalhar com Uber. Conforme o delegado, alguns suspeitos estavam com o rosto coberto, e o local tem pouca iluminação, o que dificulta a identificação de todos os envolvidos. Câmeras de segurança nas redondezas já foram solicitadas pelo delegado e devem ser analisadas.
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- Todas as possíveis provas e depoimentos estão sendo recolhidos. Já temos algumas suspeitas, mas não iremos revelar para não atrapalhar as investigações. Estamos bem empenhados em resolver esse caso, pois não é o primeiro registro de caso envolvendo motorista de aplicativo - destaca Laurence.
O QUE DIZ A UBER
Por meio de nota, a empresa Uber informou que:
"A Uber considera inaceitável o uso de violência. Acreditamos que qualquer conflito deve ser administrado pelo debate de ideias entre todas as partes. Todo cidadão tem o direito de escolher como quer se movimentar pela cidade, assim como o direito de trabalhar honestamente."
*Colaboraram Janaína Wille e Leonardo Catto
