Voluntária dá aulas de artesanato para pessoas em situação de vulnerabilidade

Foto: Renan Mattos
Elisa Diná Vieira Pinto ajuda pessoas em situação de vulnerabilidade e fazer artesanato e desenvolver uma nova fonte de renda

O bom exemplo pode transformar a vida das pessoas. E foi uma boa experiência que ajudou a modificar o destino da santa-mariense Elisa Diná Vieira Pinto, 63 anos. Desde a adolescência, ela via os pais, o militar reformado Francisco Rodrigues Vieira (falecido há 15 anos) e a dona de casa Lauri Fontoura Vieira, 83, ajudarem quem necessitava. Desde então, ela se encantou pelo mundo da solidariedade e nunca deixou de arrecadar donativos e materiais recicláveis para dar aulas de artesanato e ajudar a implementar a renda de quem passa por dificuldades.

- Respiro o trabalho voluntário 24 horas por dia. Se não estou dando aula, estou preparando as lições e recortando os retalhos para levar para as minhas alunas. É uma grande satisfação - emociona-se ela.

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Amigos e conhecidos fazem doações para que ela seguir com a missão beneficente. Quando questionada sobre o porquê de ser voluntária, ela revela qual é a motivação que a mantém firme: a necessidade do ser humano.

Elisa mora há muitos anos no Bairro Nossa Senhora do Rosário, em Santa Maria. E, no tempo em que ficou fora do Coração do Rio Grande, com a família, não deixou de fazer atividades voluntárias.

- Conversando com os demais pais da escola do meu filho, em Porto Alegre, fui descobrindo novas iniciativas e a quem eu poderia ajudar. A solidariedade é algo que está na veia - alegra-se ela.

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FORÇA NA FRAGILIDADE
Por quase seis anos, Elisa fez tratamento contra dois tipos de câncer. Mesmo com a recuperação em curso, ela não parou. Estudos e aulas à distância distraiam a dona de casa dos efeitos do tratamento.

- Quando voltava do hospital, ainda com o remédio no corpo, aprontava um chimarrão e uma pipoca, sentava em frente ao computador e lá passava o resto do dia me atualizando com cursos de artesanato, pintura e diversos assuntos para que pudesse continuar meu voluntariado - recorda Elisa.

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Segundo ela, foi na solidariedade que encontrou forças para vencer a doença, há cinco anos. Elisa diz que não encontra dificuldades em ajudar outras pessoas. Conforme a dona de casa, a gratidão é a maior recompensa.

PROJETO
O projeto Filhas do Amor Divino funciona há mais de 15 anos, na sede do Centro Social Madre Francisca Lechner, no Bairro Nova Santa Marta. O objetivo é dar às famílias assistidas a oportunidade de desenvolver um trabalho que gere renda extra. Pais e filhos passam as manhãs ou as tardes, de segunda a sexta-feira, aprendendo artesanato, corte e costura e pinturas em pano de prato.

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- Participo das atividades do projeto há mais de 10 anos. Já aprendi de tudo um pouco. Gosto muito de artesanato e assim ocupo minha cabeça. As aulas dão autoestima para a gente - diz a dona de casa Laurinda de Fatima Ferreira, 50 anos.

Foto: Renan Mattos
Voluntária recebe muitas doações e prepara o material que é disponibilizado às alunas para que aprendam as diferentes técnicas

Ela e a filha participam assiduamente do projeto.

- Prefiro estar aqui no centro (comunitário) do que na rua. Aqui aprendo, brinco e me divirto. Também passo bastante tempo ao lado da minha mãe, já que somos grandes amigas - alegra-se a adolescente de 14 anos.

PARA AJUDAR

• O quê - O projeto aceita doações de calçados, principalmente infantis, roupas, brinquedos, comidas e lanches
• Responsável - A Irmã Berenice Maria da Silva é a responsável pela recepção dos donativos
• Informações - Pelo telefone (55) 9 9905-3114

Colaborou Natália Venturini