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Você sabe dizer se seus relacionamentos fazem bem à sua saúde?

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Reprodução

Não adianta negar. Qualquer um de nós já tropeçou, ou ainda tropeça, quando o assunto é relacionamento, seja ele entre amigos, colegas de trabalho, cônjuges ou família, quando não dizer de todos (ou quase), é claro. Quem não perdeu o sono por não ser correspondido ao gostar de alguém? E quanto às expectativas frustradas e afetos que só causam dor? Pois é. Relacionamento é coisa séria e pode afetar, sim, a saúde mental. Além do mais, cá entre nós, este é um assunto que, de forma ampla, interessa a todo mundo. No Faz Sentido apresentado no último domingo, 19, a jornalista Fabiana Sparremberger e o psicólogo Carlos Eduardo Seixas, com participação do público das redes sociais, debateram o tema.

Quando a pessoa pode considerar que está em um relacionamento?

  • Um relacionamento sempre deve envolver duas partes. É uma conexão, um vínculo afetivo. Relacionamento é algo que une duas pessoas e, sem dúvidas, está em nosso DNA. O ser humano é o animal mais dependente do outro que existe. Um bebê depende de outra pessoa para sobreviver. Ou seja, temos uma tendência nata de formar vínculos.

Então, crescemos e passamos a escolher outros relacionamentos. Isso também faz parte da nossa identidade?

  • Sim. Um adolescente, por exemplo, quando está desenvolvendo a identidade, tende a se afastar da família e escolher as próprias amizades. Ocorre que ele passa a definir quem e o quê é mais interessante para ele, que nem sempre é o mesmo para os pais e irmãos.

Relacionamentos têm impacto na nossa saúde mental?

  • Sem sombra de dúvidas, nossas relações refletem na nossa saúde mental. Deveriam ter um impacto positivo, mas, nem sempre, isso acontece. Existem relacionamentos tóxicos que prejudicam as pessoas.

Também é uma questão de vulnerabilidade?

  • Sim de interdependência. O filme "O curioso caso de Benjamin Button" traz uma importante reflexão a respeito disso. Do início ao fim da vida, ou ao contrário, como na ilustração da obra, somos vulneráveis às relações. Portanto, estabelecer relacionamentos sadios é fundamental em nossa existência.

As pessoas estão mais conscientes disso depois da pandemia?

  • Acreditamos que sim. Muitas avaliaram os relacionamentos neste período. Alguns consideraram a importância de fortalecer os vínculos e outros decidiram romper situações que já definhavam. Falamos, aqui, de relacionamentos em geral.

O distanciamento afetou os relacionamentos?

  • Sim, porque permitiu essa avaliação. Tem gente que sofria na convivência com os colegas de trabalho. Para esses, o isolamento foi um alívio a ponto de perceber que ficar sozinho e tentar outras possibilidades era melhor. Já outros não conseguiram "sobreviver" sem a convivência no expediente. Agora, por exemplo, o mundo passa por uma fase de readaptação e isso, com certeza, inclui os relacionamentos.

Quais as principais quatro áreas de relacionamento?

  • Familiar, amorosa, de amizade e profissional. Entender um pouquinho de cada uma nos ajuda a conviver, até porque são necessidades diferentes. A conexão com a família tem a ver com a segurança que recebemos desde o nascimento. Logo,já na adolescência, vem a busca de outras relações, sempre com necessidade de pertencimento social e identificação. Já a relação amorosa agrega, além de outros fatores, a troca de intimidade e o vínculo para propósitos maiores. Os objetivos são parecidos nas amizades, que também agrega outras importantes características.

E quanto às relações profissionais?

  • Essas são muito contingenciais. É um âmbito que mexe com a sensação de autonomia, capacidade de relação e desempenho e soma diferentes necessidades. Não podemos esquecer que chegamos a passar oito horas por dia com os colegas de trabalho. No entanto, é importante que todos esses relacionamentos não prejudiquem a nossa saúde mental.

Como equilibrar tantas expectativas e necessidades diferentes?

  • Aplicando aquela antiga frase: não faça para os outros o que não quer que façam para você. Falamos da tão necessária "empatia". Não é só uma questão de se colocar em lugar do outro, mas saber respeitar para ser respeitado.

O que é um relacionamento equilibrado?

  • Quando existe uma dinâmica positiva entre o meu "eu" e o "eu" da outra pessoa. Onde as renúncias e exigências se completam sem causar dano às partes.

E o narcisismo?

  • É o relacionamento egocêntrico, onde prioriza apenas as próprias necessidades. Geralmente, essa pessoa encontra alguém com tendência ao autossacrifício. Por um tempo, parece que tudo vai ficar bem. Afinal, uma das partes não se importa de ficar em segundo plano. No entanto, as pessoas podem mudar na caminhada.

Hoje se fala muito em relacionamento abusivo e tóxico?

  • Sempre existiram, mas, agora, as pessoas aprenderam a reconhecer e se defender. Nos tóxicos, a realidade é que mesmo que não façam bem, as pessoas não conseguem se desvincular. Já o abusivo, envolve coerção e agressividade intencional. Todo relacionamento abusivo é tóxico, mas nem toda relação tóxica é abusiva.

Podemos falar de irresponsabilidade afetiva?

  • Sim, ela é como uma propaganda enganosa. Transmitimos para o outro conceitos falsos a respeito de quem somos e do que sentimos. Isso não quer dizer que somos responsáveis pelas expectativas que os outros têm a nosso respeito. No entanto, alimentá-las, ainda que de forma discreta, é irresponsabilidade. Mas onde está a distorção? Na expectativa do outro ou na postura que estou transmitindo? A comunicação tem que ser bem clara nesses aspectos. Deixe claro o que deseja, que interesses e valores defende e o que sente.

Quanto a sua realidade for melhor que a sua expectativa...

  • ? você é feliz. Esse é um dos conceitos de felicidade.

Então, é ruim ter expectativas?

  • Não é ruim ter expectativas. São elas que nos fazem buscar os relacionamentos e são importantes na fase de conquista. No entanto, não podemos deixar de considerar o próprio valor, antes de valorizar alguém. Aqui o autoconhecimento, mais uma vez, é fundamental.

E a reciprocidade?

  • Sempre vai depender do que um outro pode oferecer e do que o outro espera receber. Para alguns, um telefone rápido significa muito, mas quem recebeu pode entender que é um contato automático, sem sentimento. Para quem tem dificuldade de expressar, aquela atitude foi maravilhosa, mas para quem esperava mais, não valeu nada. A reciprocidade envolve muitos aspectos. Ela é necessária para um relacionamento, mas não se pode desistir dele até que se estabeleça o que é importante para cada um.

Autoestima e autoimagem afetam o relacionamento?

  • Podem afetar sim, mas entenda a diferença entre os conceitos. Autoestima está relacionada à maneira como eu me sinto em determinado momento. Já a autoimagem é o modo como eu sou como pessoa e como me sinto quando estou com alguém. Ou seja, posso me achar uma pessoa de sucesso (autoimagem), mas estou desmotivada hoje (autoestima).

DEIXA FLUIR
O Faz Sentido foi às redes e perguntou:

Como está a sua autoestima?

  • A maioria das pessoas respondeu que a autoestima precisa de um "gás".

O que você faz quando não há reciprocidade nos seus relacionamentos?

  • A maioria afirma que desiste, já que as pessoas são livres. Na sequência, "demoro a aceitar" e "insiste o quanto posso" foram as respostas.

 E quando você não corresponde aos sentimentos do outro?

  • Entre "Disfarço para não magoar", "deixo claro na hora" e "dou sinais ou peço ajuda", a primeira foi a mais votada

Que tipos de relacionamentos lhe trazem mais alegrias?

  • 192 pessoas testificaram que entre os familiares são mais alegres.

Seus relacionamentos fazem bem à sua saúde mental?

  • 198 pessoas afirmaram que sim, enquanto que 107 disseram que não

Você lida bem com os sentimentos?

  • 221 pessoas constataram que lidam bem com as emoções

PROGRAMA FAZ SENTIDO

  • Quando - Domingo, das 11h ao meio-dia
  • Tema - "O cavaleiro preso na armadura" de Robert Fischer" é o tema do Faz Sentido desse domingo. Não perca!
  • Como acompanhar - Pela CDN, 93.5 FM, e pela TV Diário, nos canais 26 e 526 da NET, no YouTube da TV Diário e site do Diário
  • Apresentadores - Jornalista Fabiana Sparremberger e psicólogo Carlos Eduardo Seixas

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