Em 2020, o surto de 233 casos de dengue em Santa Maria fez os números da doença em toda região dispararem. Em 2021, com o controle do surto santa-mariense, os números da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde também caíram, mas há situações preocupantes: o vírus atingiu mais municípios e colocou em alerta a pequena Nova Esperança do Sul, que registrou dengue pela primeira vez na história.
Nova Esperança do Sul confirmou, no final de maio, 10 casos de dengue. Proporcionalmente em relação à população, o número de casos na cidade é maior do que o surto histórico de Santa Maria em 2020. Conforme o agente de combate a endemias de Nova Esperança do Sul, Eduardo Munareto Friggi, que atua sozinho na vigilância ambiental do município, os casos foram registrados na semana entre os dias 21 e 28 de maio.
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- Não temos como saber como o surto começou. Apareceram primeiro sete casos suspeitos, com pessoas que não saíram muito da cidade. Os casos foram confirmados juntos e todos aconteceram na região central da cidade - explica.
Após a confirmação dos casos, foram delimitados raios de 150 metros a partir da residência das pessoas contaminadas para concentrar esforços de combate ao aedes aegypti, mosquito transmissor da doença. Neste trabalho, Eduardo contou com o apoio de equipes da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde, que auxiliaram nos serviços de pulverização. Fato é que, após maio, não foram registrados novos casos. Há ainda a possibilidade de confirmação de dois casos de chikungunya. Testes em dois moradores apontaram positivo para chikungunya e zika, e um novo teste deve ser feito para confirmar a infecção. Não seriam os primeiros casos de chikungunya na região - em 2018, Santiago, município vizinho, teve um surto de 19 casos.
SITUAÇÃO DA 4ª CRS
Para a bióloga e especialista em Saúde da 4ª CRS, Lisiane Lobler, a situação de Nova Esperança do Sul é a mais crítica da região. Há ainda dois casos de dengue autóctones em São Francisco de Assis. Cacequi e Agudo confirmaram um caso, mas ambos importados. Ao todo, cinco municípios registraram casos. No ano passado, eram apenas dois.
- A região, em relação ao Estado, ainda está bem. Não temos tantos casos - avalia Lisiane.
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Até 19 de junho, a Secretaria Estadual de Saúde havia confirmado 8.085 casos de dengue no Rio Grande do Sul, com a maior parte concentrada nas regiões de Erechim, Santa Cruz do Sul e Lajeado. Entre as 18 coordenadorias de saúde, a de Santa Maria é apenas a 8ª com mais casos - em 2020, foi a 6ª.
Com o avançar do inverno, a expectativa é de que os casos diminuam. Em Santa Maria, a Vigilância Ambiental considera o surto controlado. Em Nova Esperança do Sul, há ainda a preocupação pelo alto índice de infestação do mosquito.
- O índice está alto na região. Nova Esperança fica ao lado de Jaguari e Santiago, que são municípios infestados. Então temos essa questão do vetor, que é bem complexa - alerta Lisiane.
Dos 33 municípios que compõem a 4ª CRS, apenas Paraíso do Sul não é considerado infestado pelo aedes aegypti.
CASOS DE DENGUE NA REGIÃO
- Agudo - 1 (importado)
- Cacequi - 1 (importado)
- Nova Esperança do Sul - 10
- São Francisco de Assis - 2
- Santa Maria - 50
CASOS DE ZIKA
- Santa Maria - 4