data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)
Matéria atualizada às 19h01 de 20 de abril de 2020.
A mulher de 42 anos que morreu na noite do último sábado na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) não tinha coronavírus. O resultado do exame, que foi encaminhado para Porto Alegre com pedido de urgência, foi informado na tarde desta segunda-feira e deu negativo para Covid-19. A confirmação foi feita pelo Lacen, repassada ao Executivo municipal e confirmado pela assessoria de comunicação à reportagem.
A paciente sofria de um quadro crítico de obesidade e não estava entre os casos confirmados ou suspeitos de coronavírus em Santa Maria. De acordo com a Associação Franciscana de Assistência à Saúde (Sefas), que administra a UPA, a mulher chegou à UPA na manhã de sábado, com sintomas gripais, como dor de cabeça e falta de ar. O caso evoluiu rapidamente para grave e ela foi levada para o leito de atendimento de emergência, onde precisou de ventilação mecânica e foi entubada. A equipe da UPA tentou estabilizá-la e seguiu o protocolo do plano municipal de contingência para casos suspeitos de Covid-19 e fez contato por duas vezes, sem sucesso, para encaminhar a paciente para a UTI do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm).
A Sefas ainda informou que a UPA tentou e conseguiu uma vaga no hospital na cidade de Santa Rosa e que, nesse meio tempo, o Husm acabou autorizando a transferência, mas a equipe da Samu acabou não podendo fazê-la em função da gravidade do caso. A paciente, após seis paradas cardíacas, não resistiu e morreu.
A assessoria de imprensa da prefeitura chegou a informar que o Husm havia negado atendimento, o que foi rebatido pelo hospital.
O Diário entrou em contato com a assessoria de comunicação do Husm, que se pronunciou por meio de uma nota, em que diz ter recebido apenas um telefonema da UPA e que também era indispensável o diagnóstico da paciente perante exames de imagens. Veja a nota na íntegra.
"O Hospital Universitário de Santa Maria esclarece que, por meio da sua Central de Regulação, recebeu apenas um telefonema da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), por volta das 18h30min, solicitando a internação da paciente. Contudo, como o pedido encaminhado via Gerint (programa de Gerenciamento de Informações Hospitalares do Governo do Estado), solicitava vaga na UTI Covid, era indispensável a confirmação do caso por meio do exame de imagens. O que foi solicitado pelo médico plantonista. Caso contrário, por tratar-se de paciente em estado crítico, se adentrasse a área sem estar infectada, a contaminação seria inevitável. Cerca de 15 minutos após a ligação e o envio do exame, a internação foi autorizada. Porém o transporte pelo SAMU não foi possível, devido ao rápido agravamento do estado de saúde da paciente".