com a palavra

Enfermeiro fala sobre os desafios da carreira

Gabriele Bordin

Fotos: Arquivo Pessoal

Um enfermeiro para os cuidados mais delicados e emergenciais, que acumula cursos em pronto atendimento e cuidados paliativos, com mais de duas décadas de experiência, e empreendedor. Este é José Carlos Pereira, 49 anos, santa-mariense proprietário da Home Care Acolher em Casa. Ele é formado em Enfermagem pelo Centro Universitário Franciscano (Unifra), atual UFN, desde 2008, e pós-graduado em Cuidados Paliativos, desde 2016, pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCMMG). José é filho da aposentada Marieta Jesus de Oliveira, 78 anos, é pai de Izadora, 20, e Gabriela Caússi Pereira, 14. Atualmente, ele namora a técnica em enfermagem Cláudia Mara Pires, 36 anos. A paixão do enfermeiro pelo cuidado de pessoas despertou enquanto ele atuava na Brigada Militar, e o gosto pela gestão do negócio próprio veio da coragem e da determinação para empreender. Ele conta mais sobre essa trajetória na entrevista ao Diário a seguir.

Na época em que trabalhava no Samu Santa Maria, com Eduardo de Campos, colega de profissão

Diário - Como se deu a escolha pela Enfermagem? 

José Carlos Pereira - Escolhi a área na década de 1990, quando trabalhei como policial da Brigada Militar na região de Passo Fundo por cinco anos. Eu não me sentia bem com a violência com a qual me deparava e gostava era de auxiliar as pessoas. Foi quando tive um despertar para a área da saúde e comecei a cursar Auxiliar em Enfermagem, na Universidade de Passo Fundo (UPF), no campus de Soledade, o qual concluí em 1994. Em minha primeira atividade prática dentro de hospital, me apaixonei pela área e a amo até hoje.

Diário - Como começou a atuar na área de saúde de Santa Maria?

José - Concluído o curso de auxiliar, consegui uma vaga no Hospital da Brigada Militar de Santa Maria (HBM/SM), em 1996, onde trabalhei por 20 anos. Ainda no início, de 1997 a 2000, trabalhei no Pronto Atendimento (PA) da Medianeira, atual PA do Patronato.


Com a companheira, Cláudia Mara Pires

Diário - O senhor sempre buscou aperfeiçoamento profissional. Quais outras formações buscou ao longo da carreira?

José - Cursei Técnico em Enfermagem na Unifra, que concluí em 2001. Comecei a trabalhar na Unimed em 2000, onde atuei no SOS Unimed até 2009, retornando em 2014, onde tive experiência com gestão no atendimento domiciliar da Unimed. Durante este período, fiz cursos de Urgência/Emergência. Para esse trabalho, fiz 200 horas de curso em Cuidados Paliativos no Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Porto Alegre, e a especialização na área. De 2004 a 2008, cursei Enfermagem, também na Unifra.

José e as filhas, Gabriela (à esq.) e Izadora

Diário - O senhor teve muitas experiências com gestão na enfermagem. Conte um pouco sobre isso.

José - Em 2010, fui supervisor de estágio nos cursos Técnicos em Enfermagem da Unifra e do Sistema de Ensino Gaúcho (Seg). Em 2011, fui convidado pela Associação Franciscana de Assistência à Saúde (Sefas) para ser o gestor do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), em Santa Maria. Em 2012, assumi a gestão da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), de Santa Maria, na qual montei as equipes de trabalho e planejei a estrutura física. Em 2013, após o advento da Boate Kiss, experiência pela qual passei, me despedi do Samu. No mesmo ano, voltei para o Pronto Atendimento (PA) e para a Unidade Hospitalar da Unimed, onde fiquei até 2014. Em 2015, na Unimed, passei a gerir os cuidados paliativos e de desospitalização, que são cuidados em casa, novidade na época, e que teve êxito. Além disso, fui diretor do Hospital Municipal de São Pedro do Sul por dois meses, em 2017, e trabalhei no serviço de ambulâncias Bio Santé durante o ano de 2018.

No lançamento do livro ?Todo Dia a Mesma Noite?, de Daniela Arbex, sobre a tragédia da Boate Kiss

Diário - Por que a escolha pelo empreendimento próprio?

José - De todas essas experiências acumuladas, veio o desejo de ter uma home care. Estou sempre idealizando novidades e as criando, é isso o que me motiva. Para empreender, foi necessária muita coragem. Eu não tinha nada para começar, mas, aos poucos, fomos conquistando o patrimônio hoje adquirido, que já é um grande passo para nós. Além disso, Cláudia sempre me incentivou e me ajuda desde o início do empreendimento.

Diário - E por que uma home care?

José - A Acolher em Casa, inaugurada em 2017, foi precursora na cidade. Depois de iniciarmos com os cuidados paliativos em casa, passamos a investir em locação de equipamentos hospitalares, nosso diferencial e área onde hoje somos referência no município. Identifiquei esta carência em Santa Maria devido a um grande público não conseguir alugar esses materiais e precisar comprá-los para uso por um curto período de tempo. Hoje isso não é mais necessário, pois fornecemos esse serviço. Para empreender é preciso acreditar, perseverar, trabalhar com afinco e ter parcerias. Essas e outras conquistas me fazem perceber o crescimento do negócio.

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