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Em seis dias, fevereiro já tem 8 mortes por Covid em Santa Maria

Leonardo Catto

A pandemia de Covid-19 volta a ser um cenário de preocupações com o avanço da variante Ômicron. Santa Maria já tem 22 óbitos causados pela doença em 2022. São oito em fevereiro, em apenas seis dias. Os dados deste domingo ainda não foram contabilizados. O total de vidas perdidas para o coronavírus no município chegou a 860.

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A prefeitura confirmou mais seis mortes na última sexta-feira. Um deles era um caso retroativo de janeiro. Com isso, o primeiro mês do ano teve 16 mortes ao todo. Esse é o mesmo número de agosto de 2021. Até então, os 15 registros de janeiro já tinham superado os quatro últimos meses do ano passado, que tinham, juntos, 10 mortes.

A última vítima de janeiro registrada foi um idoso de 62 anos, que não tinha comorbidades. Ele deu entrada na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) em 28 de janeiro e morreu no mesmo dia.

Os demais óbitos foram de um idoso de 77 anos, dois de 87, um de 95 e uma idosa de 84 anos e aconteceram entre 2 e 4 de fevereiro. Quatro foram no Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo e uma no Hospital Regional. Apenas um paciente foi para UTI, no Regional.

HISTÓRICO
Em relação a dezembro, que teve dois óbitos, janeiro teve aumento de oito vezes. Fevereiro, com apena seis dias, já aumentou quatro vezes. O aumento nos óbitos, contudo, tiveram prenúncio no crescimento de casos.

Entre dezembro e janeiro, o número de diagnósticos da Covid aumentou 56 vezes em Santa Maria. Os 8.402 casos superou até março de 2021, quando o cenário era de superlotação de leitos. Especificamente, o dia 20 de janeiro foi o que mais se teve registros. Foram 461 confirmações. A maior média móvel da pandemia também foi registrada naquele dia: 408.]

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REGRAS
O governo estadual já emitiu três alertas para a Região de Santa Maria. Cabe, então, à Associação de Municípios da Região Central (AM Centro) decretar normas de prevenção ao contágio do coronavírus. Até o momento, apenas uma nota de orientações foi divulgada pela associação.

O documento recomenda que os municípios "fortaleçam os trabalhos de fiscalização e conscientização, ressaltado a importância de ampliar a vacinação, higienização das mãos, uso de máscara e o cumprimento dos protocolos estaduais". O texto não menciona ventilação. Ao final da nota, é reiterado que os municípios têm autonomia para adotar regras próprias para fazer decretos mais restritivos.

ANÁLISE
O médico infectologista e pesquisador da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Alexandre Schwarzbold, considera que o cenário da Ômicron ainda é mais de dúvidas do que certezas em relação à imunização. No final de janeiro, o município teve os primeiros imunossuprimidos a receber a quarta dose contra a Covid-19.

- É uma tendência que, após a terceira dose, a gente também ainda tem uma queda de anticorpos. E aí eu não saberia de precisar o tempo no mesmo intervalo. Pode ser de quatro a seis meses após a anterior. Isso não vai dizer que, a cada quatro, seis meses, nós vamos ter que tomar uma mais uma dose de vacina - explica.

O primeiro motivo que impede a vacinação seguir a cada quatro ou seis meses é logístico. Não há como ter vacinas para essa demanda. Outra razão é o mundo não avança na vacinação de maneira igual, o que é também motivo para a persistência de novas variantes. Por outro lado, a vacinação deve se repetir, mas em um modelo periódico.

- Eu acredito que a gente vá fazer de modo sazonal uma vacina de reforço. Não sabemos exatamente o melhor período. Se seguir os vírus respiratórios, será na época do outono. Pessoas de maior risco, e uma certeza maior. Generalizar a quarta dose no mundo, ainda não temos dados para dizer isso - afirma Schwarzbold.

PROJEÇÃO
A dominância da Ômicron é o que torna difícil o surgimento de uma variante nova. Outra mutação, provavelmente, seria originária da própria Ômicron. O esperado, na análise de Schwarzbold, é que o número de pessoas suscetíveis à Ômicron seja reduzido por volta de março e abril. Isso depois de o número de pessoas expostas e reexpostas aumentar rapidamente.

- Eu não tenho nenhuma dúvida que que tem que dar a quarta dose em imunodeprimidos, pessoas imunodeprimidas ,transplantadas, que fazem quimio, idosos que estão eventualmente com terceira dose há muitos meses... Do contrário, talvez a gente não precise. A gente só vai ter a resposta lá na frente - explica.

Em Santa Maria, o número de casos confirmados para o coronavírus desde o começo da pandemia é de 49.971, dos quais 45.743 (91%) são considerados recuperados. Os dados são do boletim epidemiológico da prefeitura.

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