impacto no husm

'A oferta ainda é muito tímida para o porte do Regional', diz chefe de divisão do Husm

Jaiana Garcia

Na última semana, o governo do Estado anunciou que o Hospital Regional de Santa Maria deixará de ser exclusivo para atendimento de pacientes com Covid-19 e passará a ter, também, um bloco cirúrgico de média complexidade para atendimentos não-Covid. O bloco terá capacidade, inicialmente, para 55 cirurgias ao mês. De acordo com o chefe da Divisão de Apoio ao Diagnóstico Terapêutico do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), Itamar Riesgo, que coordena 11 unidades, entre elas o Centro Cirúrgico, a comunidade deve ficar satisfeita com a abertura do bloco cirúrgico do Regional, porém, diz ele, a oferta ainda é muito tímida para o porte do Regional:

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- É só ver os números. Na média dos últimos quatro meses, nós fizemos 661 cirurgias e o Regional vai fazer apenas 55. Serão cerca de duas cirurgias eletivas por dia. No geral, pouco vai impactar, porque aqui a gente opera muitas outras especialidades que não serão contempladas pelo Regional. Vai ajudar, mas pode ajudar mais ainda.

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Para o chefe de divisão, o Husm tem vocação para atendimentos complexos, pois é aparelhado, tem profissionais qualificados e suporte tecnológico.

- Na realidade, para nós o impacto maior que teríamos, com certeza, seria que os hospitais, tanto o Regional quantos os da região, absorvessem as cirurgias de menor complexidade.

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A principal demanda do Husm é de cirurgias traumatológicas, seguida pelas cardiológicas. O hospital é o único aberto para emergências pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na região. Segundo o médico, se o hospital tiver que atender várias retiradas de vesícula, por exemplo, os espaços que poderiam ser usados para atender procedimentos mais complexos que outros hospitais não teriam condições de atender serão usados, por isso a necessidade que as instituições hospitalares assumam os casos menos complexos.

DEMANDA REPRIMIDA

Em reunião na última semana, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) apresentou para a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) os números da demanda reprimida de consultas, exames e cirurgias de média complexidade no pós-pandemia. Foram exibidos números que mostram, por exemplo, a necessidade de 14.337 cirurgias gerais e 12.738 traumatológicas. Nos primeiros meses deste ano, o Hospital Universitário conseguiu manter uma média razoável de atendimentos cirúrgicos. De janeiro a maio, a média foi de 527 cirurgias por mês. O que preocupa são as pessoas que deixaram de procurar atendimento com medo da Covid nos hospitais e agora estão com o quadro de saúde agravado.

- Ficamos com as UTIs lotadas. A pandemia utilizava todas as áreas destinadas para a complexidade. Grandes cirurgias precisaram ser postergadas. Muitas pessoas deixaram de procurar o hospital e a indicações de cirurgia diminuíram também. Diversas patologias poderiam ter sido conduzidas de uma maneira melhor. Temos casos oncológicos, por exemplo, que, por um motivo ou outro, as pessoas não procuraram atendimento e, algumas, até perderam a oportunidade de contornar e tratar a doença. O rescaldo principal da pandemia é tratar esses casos mais graves.

OTIMIZAÇÃO DOS ESPAÇOS

Ainda de acordo com chefe da Divisão de Apoio ao Diagnóstico Terapêutico do Husm, o hospital procura trabalhar sempre com a capacidade plena e máxima. Os profissionais conseguiram otimizar o uso de bloco cirúrgico e diminuíram o período de permanência dos pacientes no hospital para garantir a gestão SUS de alto risco, que é feita exclusivamente pelo hospital na região .

- Se o paciente fica um ou dois dias a menos no hospital, é a oportunidade de outro paciente ingressar. Aperfeiçoamos de forma racional. Nós contribuímos da melhor forma que conseguimos. Somos maiores, mais bem aparelhados, temos mais profissionais, atendemos 24h em várias áreas. Somos um dos principais hospitais do Estado, com excelência em algumas áreas, como oncologia e obstetrícia de alto risco.

HOSPITAL REGIONAL

O anúncio do funcionamento do bloco cirúrgico de média complexidade foi feito na última semana e, até esta sexta-feira, as cirurgias devem começar, de acordo com o governador Eduardo Leite (PSDB). São 20 leitos clínicos, que antes eram utilizados por pacientes com coronavírus, e foram transformados em leitos para apoiar o funcionamento do bloco cirúrgico, além da criação de mais 10 leitos de recuperação pós-operatória. São seis salas cirúrgicas equipadas, mas apenas duas serão utilizadas por enquanto em cirurgias gerais, torácicas e vasculares, por exemplo. A estrutura está pronta e já conta com profissionais.


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