Covid-19

15 crianças estão internadas em hospitais da região em decorrência da Covid-19

A contaminação comunitária da variante Ômicron no Estado trouxe impactos no número de internações pela doença, principalmente no único grupo cuja vacinação começou mais recentemente, as crianças. Segundo o balanço da Secretaria Estadual de Saúde (SES), disponibilizado no Comitê de Dados, no último sábado, eram 20 crianças confirmadas com Covid-19 e outras 33 suspeitas da contaminação no Estado. Este foi o maior número desde março de 2021.

Os dados do Estado costumam apresentar defasagem em relação ao observado nos hospitais. Na tarde desta terça-feira, conforme levantamento feito pelo Diário, três crianças estavam internadas em leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) Covid-19 e outras 12 em leitos clínicos na região. Os 15 casos são de crianças confirmadas com a doença. As idades dos pacientes variam entre 8 meses e 12 anos.

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HOSPITAIS DA REGIÃO 
Das seis cidades da região com hospitais equipados com leitos de UTI Covid, quatro têm crianças internadas em decorrência do vírus. Em Santa Maria, são sete em tratamento nas enfermarias e outras três tratando complicações respiratórias em leitos de UTI. As idades oscilam entre 10 meses e 12 anos. Ainda, dois recém-nascidos aguardam a confirmação de exames em unidade neonatal na cidade.

Em São Gabriel, uma criança de 2 anos está internada em leito clínico do hospital. Já em Cruz Alta, são duas crianças, de 1 e 2 anos, internadas para tratamento da Covid. No município de Rosário do Sul, uma criança de 8 meses esta internada em leito clínico. As cidades não informaram se as crianças possuem comorbidades.

Entre os municípios com UTI, Santiago e Faxinal do Soturno não registram internação de crianças que estejam contaminadas ou sob suspeita de Covid-19. 

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O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Pediatria, o Brasil possui um dos maiores índices de mortalidade por Covid em crianças do mundo, uma média de 7% nos dois anos de pandemia. Isso representa cerca de 2,5 mil crianças que perderam a vida para o vírus. A diferença, agora, são os sintomas e o estado clínico dos contaminados, conforme a infectologista pediátrica Marceli Zamboni Bertoncello.

- As crianças sempre foram acometidas pelo vírus, mas o que percebemos agora, aparentemente e sem dados epidemiológicos, é que nos anos de 2020 e 2021 eles tinham sintomas mais leves e agora percebemos um maior acometimento dos pacientes, principalmente em crianças menores de um ano, por não terem formado o sistema imunológico. Também observamos um alto índice de síndrome multissistêmica inflamatória pediátrica - explica a médica.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a síndrome inflamatória multissistêmica é uma doença rara e de quadro grave. Em crianças acometidas pela Covid, são desenvolvidas inflamações que afetam diferentes órgãos do corpo, o que necessita de cuidados especializados em unidades de terapia intensiva.

Para o médico epidemiologista do município, Marcos Lobato, ainda não é possível apontar um motivo concreto sobre o aumento de casos de Covid-19 entre crianças. As hipóteses levantadas, até o momento, estão relacionadas ao contexto atual de maior transmissão do vírus associado ao aumento da circulação das crianças. Segundo ele, esta situação pode ser agravada com o início das aulas.

- Quando temos um vírus que atinge muito gente, as pessoas mais sensíveis acabam, por alguma razão, se contaminando também. Assim, estas pessoas mais frágeis, com relação à resposta imunológica, acabam tendo que ser internadas - afirma Lobato.

*Colaboraram Eduarda Nenê da Costa, Emanuely Guterres e Laura Gomes

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