Foto: The White House (Divulgação)
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (23) que se encontrou brevemente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos bastidores da 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Segundo Trump, os dois chegaram a se abraçar e combinaram um encontro oficial para a próxima semana.
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– Eu o vi, ele me viu e nós nos abraçamos. Nós concordamos que nos encontraremos na próxima semana. Não tivemos muito tempo para conversar, uns 20 segundos. Ele pareceu ser um homem muito legal, na verdade. Ele gostou de mim, eu gostei dele. E eu só faço negócios com pessoas de quem gosto. Por pelo menos 39 segundos nós tivemos uma química excelente, isso é um bom sinal – declarou o norte-americano durante seu discurso na plenária.
O encontro ocorreu no momento da troca de falas entre os dois líderes. Como tradição, o Brasil abre os discursos da Assembleia Geral da ONU, seguido pelos Estados Unidos. Lula acompanhava a fala de Trump quando ouviu o relato sobre o breve contato.
A fala do presidente norte-americano veio após críticas indiretas feitas por Lula às tarifas e sanções impostas por Washington contra o Brasil. Em sua manifestação, Trump defendeu o uso de barreiras comerciais, dizendo que "os Estados Unidos utilizam as tarifas como mecanismo de defesa".
Tarifaço
Nos últimos meses, o governo americano aumentou de 10% para 50% as tarifas sobre produtos brasileiros, afetando diretamente setores da economia, inclusive exportações do Rio Grande do Sul. A medida foi acompanhada de críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e de sanções individuais contra o ministro Alexandre de Moraes, dentro da chamada Lei Magnitsky.
Trump reforçou o tom crítico às relações comerciais:
– Eles só conseguirão se sair bem quando trabalharem conosco. Sem nós, eles fracassarão, assim como outros fracassaram – destacou o republicano, que também acusou o Brasil de ter aplicado tarifas injustas contra os Estados Unidos no passado.
O governo Lula rebate as acusações e afirma que os EUA possuem superávit no comércio bilateral. Em seu discurso, o presidente brasileiro destacou que não há justificativa para medidas “unilaterais e arbitrárias” que prejudiquem as instituições e a economia nacional.
A troca de declarações ocorre em um dos momentos mais tensos da relação bilateral em mais de 200 anos, marcada por divergências políticas, tarifas comerciais e sanções diplomáticas.
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