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Jornalista ex-global visita Santa Maria e admite voltar à política

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Foto: Pedro Piegas (Diário)

Em passagem por Santa Maria, a jornalista Valéria Monteiro, que foi apresentadora do Jornal Nacional e do Fantástico e que, em 2018, chegou a ser pré-candidata à Presidência pelo Partido da Mobilização Nacional (PMN), contou que planeja retornar ao cenário político. Na última quarta-feira, Valéria, 54 anos, foi a apresentadora da 4ª Convenção do Varejo, organizada pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e que aconteceu no Itaimbé Palace Hotel. Desde que teve a candidatura barrada pelo próprio partido, em julho do ano passado, a jornalista entrou com o pedido de desfiliação do PMN e passou a se dedicar a projetos pessoais.

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Atualmente, ela está em processo de finalização de um livro, que deve ser lançado em 2020. Nas páginas da obra, Valéria diz que pretende falar sobre sua trajetória na política e questões que ela julga serem possíveis de fazer a diferença para a construção de um país melhor.

- Eu tinha o propósito de provar que era possível fazer campanha sem gastar centenas de milhares de reais, e isso eu consegui fazer. Não tivemos apoio do partido durante a pré-campanha e usei do meu próprio dinheiro para fazer viagens pelo país. Foi uma experiência maravilhosa para voltar à política de raiz, que eu acredito que deveria ser retomada. Depois dos problemas com o partido, saí logo que pude - contou Valéria que, no momento, não está filiada a nenhum partido.

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Além do projeto literário, a jornalista também está apostando no lançamento de um site. Na internet, ela já falava sobre política em vídeos com críticas a governantes e a parlamentares, mas agora, segundo ela, a ideia é outra. Na página, ela pretende falar sobre jornalismo, política e estilo de vida.

- O meu estilo tem muito a ver com o jornalismo e com a política, mas eu também quero trazer temas que sempre gostei muito, como moda, comportamento e outros assuntos do meu interesse - comentou.

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Depois de ter a candidatura barrada, durante convenção do PMN, em Brasília, e protagonizar uma discussão em meio à situação, a jornalista confessa que não desistiu da política. Conforme ela, a possibilidade de concorrer a presidente já nas próximas eleições existe, no entanto, depende de definições que ainda estão sendo feitas junto ao possível novo partido.

- Gostaria de organizar um novo partido, mas é um processo demorado. Espero poder achar uma maneira de construir uma candidatura já para 2022, mas ainda não temos nenhuma definição - acrescentou a ex-apresentadora de TV.

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CRÍTICAS
Ainda durante a pré-campanha, a jornalista já havia feito duras reclamações sobre a atuação do então deputado federal Jair Bolsonaro. O parlamentar acabou eleito presidente em outubro de 2018, pelo Partido Liberal Social (PSL) e tem sido alvo de críticas pela oposição e até mesmo de aliados do seu governo. Na época em que Valéria falou sobre Bolsonaro, foi por meio de um vídeo publicado na internet. Um ano e meio depois, a opinião sobre as decisões políticas do presidente continuam as mesmas.   

- Acho que fui a primeira pessoa contra o Bolsonaro e fico preocupada com a orientação política desse governo. Acredito que já está na hora de o Brasil ter uma direção mais de acordo com o potencial que a gente tem de riqueza e de modernidade. Esse governo não tem qualquer preocupação com o que vem ocorrendo, e a democracia está batendo cabeça - avaliou a jornalista mineira.

DESIGUALDADE
Valéria defende, ainda, que o maior problema do país, hoje, é a desigualdade social, que acaba interferindo nas mais diferentes áreas, como a educação, a saúde e até mesmo decisões sobre o meio ambiente.  

- O Brasil é um país de natureza turística, temos que mudar esses paradigmas. Não que os governos anteriores tenham feito muito mais, mas se a gente tivesse uma educação forte, não teríamos eleito o Bolsonaro. Esse é o governo do desmonte, de tudo: da educação, da saúde, do meio ambiente... - criticou.

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Frente às queimadas na Amazônia e toda a repercussão mundial, a ex-global recordou de uma situação vivenciada ao longo da pré-campanha e que a deixou bastante preocupada:

- Quando eu estava em viagens pelo país, na pré-campanha, só não conseguimos passar por cinco Estados, todos eles da Região Norte. Mesmo assim, essa situação na Amazônia, que agora tem preocupado o mundo inteiro, já era notada. Lembro que tínhamos previsto dormir uma noite em Cuiabá (MT), mas não consegui. Sentia muito o cheiro da fumaça e comecei a passar mal. Aí, decidimos viajar à noite mesmo, o que não estava nos planos, e acabamos percebendo algo que nos chamou atenção. Comecei a contar e cheguei ao número superior a 30 caminhões, carregados de madeira, que deviam ter cerca de três metros, passando pelas estradas. Era uma coisa que não víamos durante o dia, o que comprova que isso já estava acontecendo irregularmente.

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Valéria acredita que não é possível recuperar a área a curto prazo, mas que a luta por um Brasil melhor não deve cessar.

- Fico ansiosa e muito triste com tudo isso, querendo achar uma solução. Mas acredito que, por vezes, é melhor reconstruir do zero, quando já não há nada, do que tentar impedir a implosão do que já está danificado. É triste, mas temos de lutar pelas nossas riquezas - finalizou a jornalista.

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