na mira do crime

Policiais contam como foi perseguição que terminou com prisão de bando após chacina

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Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)

A semana tem sido um tanto diferente para três policiais da Patrulha Tático Móvel (Patamo) do 1º Regimento de Polícia Montada de Santa Maria (1º RPMon). Foram os soldados Peralta, Leonardo e Alexander os responsáveis pela prisão dos cinco criminosos que mataram três homens próximo ao campo do Cerro Azul, no Bairro Chácara das Flores, na Zona Norte de Santa Maria. Mesmo estando em menor número e com um armamento inferior ao fuzil 556, a submetralhadora 9mm e as pistolas com carregadores modificados com mais munições, o trio conseguiu prender o quinteto com apenas dois disparos. Três dos cinco homens foram baleados e precisaram ser hospitalizados. Nenhum policial ficou ferido. Com a repercussão do caso, na segunda e na terça-feira, os brigadianos foram homenageados pela prefeitura e pela Câmara de Vereadores de Santa Maria. O Diário conversou com eles, que detalharam como se deu a ocorrência do início ao fim.

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Os criminosos já eram "conhecidos" dos policiais. Três deles são de Santa Maria e os outros dois, vieram da Região Metropolitana. Inclusive, a dupla havia sido presa há cerca de 15 dias quando chegava na cidade em um carro clonado e com uma pistola roubada da Polícia Militar do Estado de Santa Catarina. No entanto, naquela sexta-feira, dia 15 de novembro, já estavam na rua.

O CONFRONTO 
A rapidez com que os policiais chegaram aos suspeitos teve uma pitada de sorte. Naquele dia, a viatura de Peralta, Leonardo e Alexander estava se deslocando para aquela região para dar segurança a um oficial de Justiça. Foi quando houve o chamado. 

- Quando estávamos passando próximo, nos informaram dos disparos, deram as características do carro e dos indivíduos e fomos atrás. Estávamos uns 500 metros distantes deles. Aí um cara parou do nosso lado e informou onde eles estavam. Quando estávamos a uns 100 deles, vimos o último embarcando no Escort, foi quando começou a perseguição - conta o soldado Peralta, que era quem dirigia a viatura.

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Depois de percorrerem 1,1 km em perseguição, os criminosos, com um pneu do carro furado, bateram em um muro na Rua Ernesto Schlosser. Foi quando começou o confronto.

- Nisso, a gente desceu, o caroneiro à esquerda, da parte de trás do carro, abriu a porta, levantou a pistola Glock com um carregador "caracol" e atirou. Só deu para ouvir o estampido, aí efetuei o disparo. Logo na sequência ainda tinha movimentação no carro, e ele ainda não tinha largado a arma, estava com ela em punho, aí efetuei outro disparo, e então eles ergueram as mãos e se entregaram - relata o soldado Alexsander, que estava com uma espingarda calibre 12, além da tradicional pistola .40, assim como os seus colegas.

Depois disso, segundo os policiais, eles isolaram a área e ficaram em estado de atenção à espera de reforço, já que eles não sabiam se os criminosos tinham mais comparsas por perto.

ATÍPICO
Apesar de estarem acostumados a enfrentar os mais diversos tipos de crime, o poderio de fogo que os suspeitos continham surpreendeu os policiais.

- A gente sai preparado para tudo, sabemos que o crime está aí, que essas facções estão vindo para o município, e eles têm dinheiro. O armamento que eles tinham era muito forte. Um fuzil e uma submetralhadora não é todo o dia que a gente vê por aí - destaca o soldado Leonardo, que tem mais de 10 anos de Brigada Militar, assim como o soldado Peralta.

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O mais novo deles é Alexsander, que no dia 16, ou seja, um dia depois da ocorrência, completou três anos na corporação. Ele conta o que passou na sua cabeça depois do fim da ocorrência.

- Não vou dizer que essa ocorrência vai ficar marcada, normal não é, com certeza, mas vai tendo outras e outras. Na hora, a gente só pensa na segurança de todos, em depois voltar para casa, para nossa família. Depois de tudo a gente fica analisando e vê que tudo ocorreu da melhor forma possível, porque se tivéssemos encontrado eles a pé, o final poderia ter sido outro - avalia.

"A atuação deles foi perfeita", avalia comandante dos policiais da Patamo
Em uma ocorrência como essa, em que há confronto armado, os riscos são grandes. No entanto, no caso dessa, não houve nenhuma vítima fatal, os policiais não ficaram feridos e todos os suspeitos foram presos. Para o capitão Rodrigo Fontoura de Oliveira, comandante do 1º e 2º Esquadrões do 1º RPMon, dos quais fazem parte a Patamo, avalia a atuação dos soldados Peralta, Leonardo e Alexsander como perfeita.

- Essa ocorrência, atípica para a realidade de Santa Maria, só teve êxito, olhando do ponto de vista técnico, pela perfeição na atuação desses policiais devido a qualidade do efetivo que temos. E os três são destaques entre os colegas, não só por essa ocorrência, mas pela história deles dentro da Brigada Militar - afirma Rodrigo.

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O comandante pontua alguns fatores que davam vantagem para os criminosos e que, mesmo assim, não foram o suficiente para que os policiais tivesse êxito na prisão do quinteto.

- Uma ocorrência nunca é igual a outra. Temos vários fatores em uma abordagem policial. Os policiais não tinham mais o fator surpresa a favor deles, porque os indivíduos trocaram de veículo já que sabiam que estavam sendo acompanhados pela Brigada Militar, pois tinham um rádio na nossa frequência. Além disso, havia uma supremacia de forças. Eles eram cinco, e a guarnição estava em três. E também a diferença do poder de fogo. Embora o nosso efetivo tenha um bom treinamento, o armamento que eles tinham, mesmo sendo bom e em dia, não era o adequado para enfrentar o armamento que os criminosos tinham - diz.



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