A Polícia Civil de Restinga Seca vai apurar se houve negligência, imprudência ou imperícia por parte do missionário Clóvis Antônio Bastos, 41 anos, que realizou a cerimônia de batismo de Rafael Carvalho, 15, no Rio Jacuí na sexta-feira, quando o adolescente se afogou. Se alguma das possibilidades for confirmada, ele pode ser indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. O inquérito aberto na última segunda-feira para apurar o caso tem 30 dias para ser concluído.
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Duas pessoas consideradas chave para esclarecer o caso prestaram depoimento nesta terça-feira. Às 10h30min, o missionário de 41 anos, apresentou-se na delegacia de Restinga Seca. Ele chegou acompanhado de sua mulher e sem a presença de um advogado. Ele relatou à delegada que não conhecia o local do batismo, que teria sido indicado pela irmã de Rafael, portanto desconhecia o perigo do rio. Bastos foi ouvido por mais de duas horas e deixou a delegacia por volta das 12h30min, sem falar com a imprensa.
À tarde, o pastor Alenir Werpe, 57 anos, prestou depoimento à Polícia Civil, em Agudo. Ele também chegou sem a presença de um advogado na delegacia, por volta das 13h30min e o depoimento teve a duração de cerca de meia-hora. O Diário também tentou ouvir o pastor quando ele saiu da delegacia e na empresa dele em Agudo, mas ele não quis comentar o assunto.
Os dois teriam dito que a mãe de Rafael, Zenilda Passos Carvalho, tinha autorizado o filho a participar do batismo no rio naquela tarde de sexta-feira. A mãe, em entrevista ao Diário, nega ter conhecimento sobre a intenção dos filhos de participar da cerimônia e alega que não foi consultada pela missionário quando ele foi buscar os filhos na tarde daquele dia.
Nos próximos dias, a delegada Elizabete Shimomura vai ouvir a mãe da vítima e pensa em ouvir novamente a irmã dele, Andreza Carvalho, 20. A jovem estava com Rafael no momento do afogamento, mas o primeiro depoimento dela teria sido confuso, segundo a delegada.
O QUE DISSERAM À POLÍCIA
O missionário Clóvis Antônio Bastos, 41 anos
- Disse que conheceu a família de Rafael no começo deste ano _ a mãe, Zenilda, a irmã, Andreza, e Rafael frequentavam a igreja em Agudo todos os domingos _ z Passou a frequentar a casa dele nas terças-feiras para orações e estudo da Bíblia
- Foi à casa de Rafael na tarde de sexta-feira, depois que Andreza ligou para ele porque a TV que ele havia dado à família estragou. Foi para providenciar o conserto. Quando "