estelionato e extorsão

Em 4 meses, 11 suspeitos de golpes do bilhete e do cartão clonado contra idosos são presos

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Foto: Polícia Civil (Divulgação)

O crime de estelionato - quando se obtém vantagem por meio de fraude - é uma das ocorrências mais registradas na Delegacia de Proteção ao Idoso e Combate à Intolerância (DPICOI) de Santa Maria - quase 50% do total dos registros. Nos últimos quatro meses, a polícia prendeu 11 suspeitos, com idades entre 19 e 32 anos, de estarem envolvidos nestes crimes contra idosos por meio dos golpes do bilhete premiado e do cartão clonado. 

De acordo com a delegada titular Débora Dias, o grupo lesou pelo pelos 30 idosos com as ações na cidade - apesar dos prejuízos financeiros, nenhum deles foi ferido. Entretanto, nenhum dos presos era de Santa Maria, mas sim de Passo Fundo - onde foram feitas algumas das prisões - e de São Paulo. O último mandado de prisão preventiva foi cumprido na última quarta-feira, contra um jovem de 19 anos que já estava preso na Penitenciária Estadual de Santa Maria (Pesm) por roubo. Ele é o mesmo que havia sido preso em flagrante no final de junho enquanto chegava na casa de uma das vítimas para aplicar o golpe do cartão, mas por essa ocorrência havia tido liberdade provisória decretada. 

Apenado praticava golpes pela internet usando foto de policial dentro da Pesm

- Desde que começamos as investigações, notamos que as ocorrências relacionadas a esses golpes diminuíram na cidade. Há cerca de dois meses, não temos novos registros de casos do golpe do bilhete - comenta a delegada. 

COMO AGIAM
A delegada explica que os golpes eram cometidos sempre em grupo. Para não serem encontrados, os golpistas ficavam no máximo uma semana na cidade e depois iam embora para dificultar a investigação policial. 

No golpe do bilhete premiado, as vítimas geralmente são idosos que estão nas proximidades de praças e bancos. O golpista, que aparenta ser humilde, se aproxima e pergunta onde fica a agência mais próxima da Caixa Econômica Federal, pois tem um bilhete premiado e precisa trocá-lo. Na sequência, um segundo criminoso entra em cena, e vai até o encontro do comparsa e da vítima se oferecendo para ajudar. Ele até mesmo simula um telefonema para o banco. Do outro lado da linha, um terceiro se passa por funcionário e confirma na ligação o número do bilhete e as condições para sacar o prêmio. 

Depois, o primeiro estelionatário pede ajuda para fazer esse saque e promete dividir o valor com a vítima, e o segundo criminoso como um "agradecimento", mas precisa de um valor como garantia. Em alguns casos, um quarto criminoso aparece em um carro e faz com que o idoso entre no veículo para ir até o banco sacar o dinheiro. 

- Às vezes, a vítima se dá conta que é um golpe, mas acaba sendo coagida a sacar o valor pedido. Eles acabam pegando o celular, descobrindo alguma informação sobre o idoso ou a família, e por medo eles acabam entregando o que tem. Temos casos de pessoas que não tinham dinheiro no banco e os golpistas fizeram ela fazer um empréstimo no banco - completa Débora. 

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Já no golpe do cartão clonado, a vítima recebe uma ligação, em que um golpista se passa por um funcionário do banco responsável pelo cartão de crédito. No telefone, o criminoso questiona se foram feitas compras em São Paulo com o cartão de crédito da vítima e quando a pessoa nega, ele afirma que o cartão foi clonado e precisará trocar para resolver o suposto problema. Nessa ligação, ele também consegue obter os dados pessoais, como a própria senha do cartão.

A delegada conta ainda que no período da pandemia do coronavírus, os criminosos usam a desculpa de irem até a casa do idoso pegar o cartão para dar a eles maior segurança. Eles também orientam a vítima a cortar o cartão pela metade, na altura do chip, e até mesmo fazer uma carta declarando a suposta clonagem. Assim que eles conseguem pegar o cartão, eles começam a fazer compras - muitas delas parceladas - até esgotar o limite. 

- Em muitos casos a vítima só acaba se dando conta depois, quando vai pegar um extrato, e se depara com o limite estourado. Como eles orientam cortar o cartão pela metade, o chip fica intacto e eles ainda conseguem usar o cartão - comenta a delegada. 

ONDE DENUNCIAR
A delegada orienta que ninguém deve passar informações pessoais para desconhecidos. Quando se recebe uma ligação como a do golpe do cartão, a dica é desligar imediatamente e tentar ligar de um outro telefone para confirmar quem está do outro lado da linha. Os bancos não enviam representantes até a casa dos usuários nem pedem a devolução dos cartões. 

Os casos podem ser denunciados diretamente na DPICOI, que fica na Rua General Neto, 581, ou na Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA), que fica na Rua dos Andradas, 1397.

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