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Chefe da Guarda Municipal explica o que pode funcionar na quarentena e como denunciar

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: reprodução
Trabalho coordenado de órgãos de segurança pública tem averiguado situações irregulares de empresas e idosos que descumprem decretos

O superintendente da Guarda Municipal de Santa Maria, Sandro Nunes, também está na linha de frente da fiscalização das empresas e do comportamento da população durante a pandemia do novo coronavírus. Ontem, ele foi um dos entrevistados do Direto da Redação, na cobertura especial do Diário. Nesta conversa, ele mencionou a necessidade de os próprios cidadãos auxiliarem o poder público no processo, com denúncias por meio dos novos números de WhatsApp disponibilizados pela prefeitura.

PARA DENUNCIAR

  • WhatsApp: (55) 99167-8452, (55) 99167-4728 ou (55) 99217-8122
  • Ligação: 153 


Confira entrevista completa:

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Diário - Como a prefeitura tem se organizado para efetivar as fiscalizações?

Sandro Nunes - Trabalhamos em equipes controladas pelo Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp). Temos acesso a cerca de 800 câmeras voltadas a Santa Maria. Recebemos muitas denúncias. É claro que, em um primeiro momento, ninguém estava preparado para atender uma situação como essa, nem em efetivo nem em logística. Porém, temos um engajamento total dos servidores. Os órgãos de segurança estão todos integrados e vão para a rua em grupos. Por enquanto, não estamos multando. Em caso de reincidência das empresas ou de quem quer que seja, iremos autuar no CNPJ, CPF ou, até mesmo, com a cassação do alvará.

Diário - Quais têm sido as principais denúncias nesse período?

Sandro Nunes - Aglomeração de pessoas, idosos nas ruas, indústrias em funcionamento, churrascos com junção de pessoas, jogos de futebol. Tivemos uma sobrecarga no contato 153. O Ciosp está em fase de implantação, mas já estamos usando em teste.

Diário - As pessoas têm reclamado que a fiscalização não tem ocorrido na periferia da cidade, mas apenas no Centro. O senhor concorda?

Sandro Nunes - As guarnições procuram ir em todos os locais. É claro que temos que filtrar algumas denúncias. Algumas que envolvem situações entre vizinhos, por exemplo, não é o caso de intervenção do município. Os números de WhatsApp vão nos auxiliar a ter dados mais eficientes para a fiscalização, como fotos e vídeos. Assim, poderemos encaminhar essas informações para as equipes que estão na rua. Pedimos a ajuda da população. Ainda temos muitos idosos na rua, pessoas levando cachorrinhos para passear, expondo a família ao perigo. Temos ocorrências em que as próprias famílias denunciam parentes que não estão cumprindo os decretos. Os idosos que precisam, obrigatoriamente, de algo de fora de casa, devem pedir aos mais jovens.

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Diário - Os carros que avisam as pessoas para ir para casa surtem efeito?

Sandro Nunes - Sim. Temos percebido e ouvido o relato dos policiais de que a população tem atendido ao pedido. Um pequeno número não está obedecendo.

Diário - Como é fiscalizada a segurança dos trabalhadores das empresas que prestam serviços essenciais?

Sandro Nunes - Estamos recebendo algumas denúncias relativas a mercados e farmácias. Primeiro, orientamos e, depois, notificamos. Geralmente, essas reclamações dizem que alguns profissionais não estão tendo acesso às condições necessárias de higienização ou empresas que não obedecem o número correto de pessoas por metro quadrado.

Diário - E a construção civil e as feiras?

Sandro Nunes - O processo de restrição é crescente. A própria população deve ser o fiscal, também. Os decretos quanto à construção civil e às feiras livres é bem claro. É um crime expor a família ou qualquer outra pessoa ao contágio de uma doença viral. Dentro do Ciosp, constatamos que muitos chamados pelo 190 pedem explicações quanto aos decretos. Pedimos à população que deixe o 190 apenas para denúncias policiais. No 153, estamos tendo algumas dificuldades devido à quantidade grande de ligações. Porém, pelo WhatsApp, a população pode conversar conosco de forma mais clara e organizada.

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Diário - Há muitas denúncias quanto aos mercados?

Sandro Nunes - Já estivemos em vários mercados. Eles estão atendendo às portarias. Pedimos que vá ao mercado apenas uma pessoa por família. É um momento de muita paciência. Não é o momento de entrar em discussão ou para outros atritos.

Diário - Qual é a sua opinião sobre as medidas tomadas pelo poder público?

Sandro Nunes - A nossa visão é de combate ao inimigo. Estamos em guerra. Parar a economia dos municípios e do Estado terá um reflexo rápido. Com isso, espero que não tenhamos uma superlotação dos hospitais.

Diário - Em Santa Maria, as medidas foram tomadas no momento certo?

Sandro Nunes - As medidas são preventivas. O tempo foi correto. Quando tomamos as primeiras atitudes, não tínhamos nenhum caso confirmado ainda. O município teve uma atitude corajosa.

Diário - Mais alguma informação sobre o que é essencial e o que não é?

Sandro Nunes - Nós temos, por exemplo, uma fábrica de confecções. Uma fábrica de confecções é essencial? A princípio, não. Porém, essa fábrica está produzindo para nós. Então, é importante ela continuar. Vamos autorizar o funcionamento do que estiver em benefício da alimentação e da vida, dentro das devidas normatizações. 

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