Caso Isabelly: três meses após morte, defesa de Lindomar Brezzolin se manifesta pela primeira vez; pai da menina está solto

Caso Isabelly: três meses após morte, defesa de Lindomar Brezzolin se manifesta pela primeira vez; pai da menina está solto

Foto: Vitória Parise (Diário)

Pela primeira vez, a defesa de José Lindomar Nunes Brezzolin, 55 anos, pai da menina Isabelly Carvalho Brezzolin, 11 anos, que morreu no dia 8 de maio após dar entrada no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) com uma infecção generalizada, manifestou-se sobre o caso. O advogado Alesson Rangel contou ao Diário, nesta segunda-feira (25), que Lindomar foi solto cerca de um mês depois do fato, está de volta a São Gabriel e tentando retomar a sua vida. 


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José Lindomar e a mãe da menina, Elisa Carvalho, 36 anos, foram denunciados pelo Ministério Público (MP) por homicídio culposo. Além disso, José Lindomar também foi denunciado por estupro de vulnerável e por ameaças à esposa, no contexto de violência doméstica e familiar. 


Ambos haviam sido presos no dia 7 de maio. Elisa chegou a ser transferida para Santa Maria, mas foi solta no dia 19 de maio. Já o pai da menina foi liberado um pouco depois. O local onde ele estava não foi informado. 


– Um mês depois do fato, após conclusão do laudo da necropsia que não apontava que Isabelly sofreu qualquer tipo de violência, a Justiça concedeu parecer favorável pela soltura do Lindomar. O motivo da prisão era em decorrência de uma suposta fratura que nunca ocorreu e em um abuso que nunca ocorreu – conta o advogado. 


Para a polícia, a criança foi vítima de maus-tratos e estupro de vulnerável. Segundo Rangel, o processo corre em sigilo, mas revela que José Lindomar está em São Gabriel, tentando retomar sua vida, "na medida do possível". Ele trabalhava como motociclista de tele-entrega.  


– Ele está em São Gabriel, voltou a trabalhar, mas é uma pessoa discreta e reservada. Embora tenha perdido uma filha e tenha sido acusado de algo absurdo, está tentando retomar a sua vida na medida do possível – diz o advogado, sem dar detalhes se o cliente voltou a trabalhar com tele-entrega. 


Primeira audiência do caso deve ocorrer em novembro

Está marcada para novembro deste ano a primeira audiência sobre o caso, em São Gabriel. Na ocasião, devem ser ouvidas somente as testemunhas de acusação. Outras audiências para ouvir as testemunhas de defesa e os próprios réus devem ser realizadas, mas ainda não há uma data para isso. 

Questionado sobre a audiência, o advogado de defesa de Lindomar afirmou nesta segunda que ele deve "esclarecer o que precisa ser esclarecido". 


A defesa de Elisa Carvalho, mãe de Isabelly, representada pelos advogados Rebeca Canabarro e Andrei Nobre, pronunciou-se por meio de nota, para a matéria publicada no último domingo (24), sobre a audiência: 

"A defesa de Elisa, representada pelos advogados criminalistas Dra. Rebeca Canabarro e Dr. Andrei Nobre, já apresentou a primeira etapa defensiva que é a resposta à acusação, estando o feito atualmente na fase de aguardo da audiência de instrução e julgamento, já designada para novembro de 2025 pelo juízo de São Gabriel, onde serão ouvidas as testemunhas de acusação. O processo também se encontra na expectativa de produção de outras provas imprescindíveis para o pleno deslinde da causa. Seguiremos atuando de forma diligente, com firme compromisso em buscar a justiça por Elisa e Isabelly."


Relembre o caso

Foto: Reprodução


Na manhã do dia 7 de maio, Isabelly foi levada ao Hospital Santa Casa, em São Gabriel, apresentando sintomas graves. Devido à gravidade do quadro, foi transferida para o Husm, em Santa Maria, onde morreu na manhã do dia 8. Inicialmente, foi noticiado que a menina teria sido vítima de agressões e abuso sexual. Os principais suspeitos seriam os pais da criança.


Eles foram presos após a filha dar entrada no hospital com sinais que indicariam violência, como costelas fraturadas, pulmão perfurado, hematomas pelo corpo e lesões nos órgãos genitais. Aos policiais, o casal alegou que a filha havia caído da cama e negou o crime. A Santa Casa de São Gabriel foi procurada na época pelo Diário e afirmou que nenhum dos exames realizados no momento da admissão apontou fraturas de costelas ou indícios de violência sexual na vítima. Relembre aqui. 


resultado do laudo da necropsia feita pelo Instituto Geral de Perícias (IGP) confirmou que a morte de Isabelly se deu em decorrência de uma infecção generalizada, por complicações de uma pneumonia, sem qualquer relação com violências físicas ou sexuais. 


Mesmo assim, a Polícia Civil de São Gabriel concluiu o inquérito e indiciou os pais da menina por maus-tratos e estupro de vulnerável. Por causa de contradições informadas ao longo das apurações, o delegado Daniel Severo, responsável pelo caso, optou por decretar sigilo sobre o restante da investigação.


Conforme a denúncia feita no dia 28 de maio, pelo promotor de Justiça Mauricio Arpini Quintana, de São Gabriel, entre o fim de abril e 8 de maio de 2025, os pais de Isabelly deixaram de adotar as providências necessárias diante do agravamento do quadro de saúde da filha. “(...) devendo e podendo agir para evitar o resultado, omitiram-se, por negligência, na adoção das medidas necessárias e, assim, mataram Isabelly, pessoa menor de 14 anos, falecida em razão de insuficiência respiratória, sepse e coagulação intravascular disseminada decorrente de pneumonia necrotizante, também da otite e mastoidite, tudo conforme exames e o laudo pericial”, diz a denúncia.


O pai também foi denunciado por estupro de vulnerável e por ameaças à companheira, Elisa Carvalho, mãe de Isabelly. De acordo com a investigação, entre março de 2023 e maio de 2025, ele teria praticado atos libidinosos contra a filha. 


Além disso, conforme o MP, em três ocasiões José Lindomar ameaçou a companheira. Em uma das vezes, teria apontado faca em direção à mulher, depois de ser repreendido por seu comportamento abusivo com a filha. Segundo a denúncia, as ameaças foram praticadas para garantir a impunidade dos estupros.


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