
Foto: Vitória Parise (Diário)
A Santa Casa de São Gabriel se manifestou por meio de nota, na tarde desta segunda-feira (12), sobre o laudo da necropsia feito no corpo em Isabelly Carvalho Brezzolin, de 11 anos, que morreu na última quinta-feira (8), apontando que a causa da morte teria sido sepse (infecção generalizada) decorrente de complicações de uma pneumonia.
+ Receba as principais notícias de Santa Maria e região no seu WhatsApp
A menina recebeu o primeiro atendimento no local antes de ser transferida para o Hospital Universitário de Santa Maria (Husm). Após ser contatada pela reportagem, a instituição relatou que, após avaliação clínica e realização de exames de imagem, foi identificado um "quadro de pneumotórax e a equipe de cirurgia geral foi acionada, realizando a colocação de dreno torácico, procedimento essencial para estabilização do quadro respiratório da paciente".
Além disso, afirmou que nenhum dos exames realizados no momento da admissão apontou fraturas de costelas ou indícios de violência sexual na vítima.
Após ser questionado por quais motivos o Conselho Tutelar foi chamado, o hospital informou que "o procedimento padrão em casos com menores que possam indicar negligência é acionar o Conselho Tutelar." Além disso, citou que teria sido o próprio conselho que acionou a Brigada Militar.
Confira o texto na íntegra:
"A Irmandade da Santa Casa de Caridade de São Gabriel informa que a paciente Isabelly Carvalho Bresolin foi imediatamente e exemplarmente atendida pelo plantonista e por toda a equipe envolvida no atendimento, sendo realizados todos os procedimentos necessários com agilidade e responsabilidade.
Após avaliação clínica e realização de exames de imagem, foi identificado um quadro de pneumotórax, sendo imediatamente acionada a equipe de cirurgia geral, que realizou a colocação de dreno torácico, procedimento essencial para estabilização do quadro respiratório da paciente.
Diante da necessidade de cuidados intensivos especializados, foi providenciado o encaminhamento de Isabelly para a UTI Pediátrica em Santa Maria, por meio de ambulância disponibilizada pelo Município.
Esclarecemos que nenhum dos exames realizados no momento da admissão apontou fraturas de costelas ou indícios de violência sexual.
A Santa Casa não possui qualquer relação com as informações que vêm sendo divulgadas sobre o caso e reforça que não divulga dados clínicos de pacientes, especialmente nos casos que envolvem menores de idade, em estrito cumprimento ao sigilo médico, conforme previsto no Código de Ética Médica, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e demais legislações vigentes.
Todas as informações clínicas e documentações pertinentes foram encaminhadas exclusivamente aos órgãos competentes responsáveis pela investigação.
A instituição reafirma seu compromisso com a ética, a responsabilidade e a integridade na prestação do atendimento, sempre com foco no cuidado, na vida e no respeito aos pacientes e seus familiares.
Dr. Paulo Almeida
Diretor Técnico
Irmandade da Santa Casa de Caridade de São Gabriel
São Gabriel, 12 de maio de 2025."
Necropsia descarta violência sexual
Conforme o documento elaborado pelo médico-legista, no qual a reportagem do Bei teve acesso, a causa da morte teria sido sepse (infecção generalizada) decorrente de complicações de uma pneumonia, sem qualquer indício de violência física ou sexual.
Na conclusão do laudo, o perito afirma que “a morte ocorreu por complicações sépticas de pneumonia, sem nenhum sinal de trauma por violência sofrida e nenhum sinal de violência sexual”.
Relembre o caso
Na manhã da última quarta-feira (7), Isabelly foi levada ao Hospital Santa Casa, em São Gabriel, apresentando sintomas graves. Devido à gravidade do quadro, foi transferida para o Hospital Universitário de Santa Maria, onde morreu na manhã de quinta-feira.
Inicialmente, foi noticiado que a menina teria sido vítima de agressões e abuso sexual. Os principais suspeitos seriam os pais, Elisa de Oliveira Carvalho, 36 anos, e José Lindomar Nunes Brezzolin, 55.
Eles foram presos após a filha dar entrada no hospital com sinais que indicariam violência, como costelas fraturadas, pulmão perfurado, hematomas pelo corpo e lesões nos órgãos genitais. Aos policiais, o casal alegou que a filha havia caído da cama e negou o crime.
Leia mais: