Após possíveis contradições, Polícia Civil de São Gabriel decreta sigilo sobre investigações do caso Isabelly

Após possíveis contradições, Polícia Civil de São Gabriel decreta sigilo sobre investigações do caso Isabelly

Foto: Vitória Parise

Polícia Civil de São Gabriel decidiu não divulgar novas informações sobre a morte da menina

A Polícia Civil decretou sigilo sobre as investigações da morte de Isabelly Carvalho Brezzolin, 11 anos. A reportagem do Bei teve acesso, com exclusividade, ao laudo da necropsia do corpo da menina, que teria apontado como causa da morte uma infecção generalizada (sepse) decorrente de complicações de uma pneumonia, sem qualquer indício de violência física ou sexual.


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Até então, a polícia investiga o caso como morte decorrente de violência, inclusive sexual. Ao ser levada ao hospital da Santa Casa de São Gabriel, na manhã de quarta-feira (7), Isabelly apresentaria duas costelas fraturadas, um pulmão perfurado, lesões no corpo e indício de violência sexual, conforme divulgado pela Polícia Civil na ocasião. 


Os pais da criança foram presos no mesmo dia suspeitos de atentar contra vida da menina, que morreu na manhã seguida, no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm). O casal nega o crime. 


O delegado responsável pela investigação, Daniel Severo, informou, na tarde desta segunda-feira (12), que ainda não teve acesso ao laudo da necropsia feita pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP). Ele também aguarda o resultado da perícia feita na sexta-feira (9) na casa da família, localizada na Vila Mariana. "Para o interesse da investigação, e das diligências que ainda temos pra cumprir, foi decretado sigilo sobre o inquérito do caso da Isabelly", divulgou. 


À reportagem, o delegado regional da Polícia Civil, André Matos, confirmou nesta tarde que o sigilo foi decretado diante de possíveis contradições nas investigações. Por isso, novas informações só serão divulgadas ao final do inquérito policial. Como os pais estão presos desde a última quarta-feira (7), a polícia tem 10 dias - até 17 de maio - para concluir o inquérito. 


Santa Casa nega fratura 

A Irmandade da Santa Casa de Caridade de São Gabriel divulgou nota, nesta segunda-feira, informando sobre o atendimento à menina Isabelly, que deu entrada no hospital de São Gabriel na manhã da última quarta-feira. Segundo a nota, assinada pelo diretor técnico da Santa Casa, Paulo Almeida, "nenhum dos exames realizados no momento da admissão apontou fraturas de costelas ou indícios de violência sexual". 


"Após avaliação clínica e realização de exames de imagem, foi identificado um quadro de pneumotórax, sendo imediatamente acionada a equipe de cirurgia geral, que realizou a colocação de dreno torácico, procedimento essencial para estabilização do quadro respiratório da paciente. Diante da necessidade de cuidados intensivos especializados, foi providenciado o encaminhamento de Isabelly para a UTI Pediátrica em Santa Maria, por meio de ambulância disponibilizada pelo município", informa o hospital.


A direção da Santa Casa garante que todas as informações clínicas e documentações pertinentes foram encaminhadas exclusivamente aos órgãos competentes responsáveis pela investigação. "A Santa Casa não possui qualquer relação com as informações que vêm sendo divulgadas sobre o caso e reforça que não divulga dados clínicos de pacientes, especialmente nos casos que envolvem menores de idade, em estrito cumprimento ao sigilo médico, conforme previsto no Código de Ética Médica, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e demais legislações vigentes", acrescenta a nota.


O que diz a defesa

A advogada Rebeca Canabarro de Matos, que defende ​Elisa Carvalho de Oliveira, 36 anos, mãe de Isabelly, não quis comentar o resultado da perícia do IGP. A defesa pretende ingressar com pedido de liberdade para Elisa. 


O pai da menina, ​José Lindomar Nunes Brezzolin, 55 anos, estaria sendo atendido pela Defensoria Pública, que ainda não se manifestou sobre o caso. 


*Colaborou Maria Júlia Corrêa



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Polícia/Segurança