Agosto Lilás: confira os indicadores de violência contra a mulher em Santa Maria

Agosto Lilás: confira os indicadores de violência contra a mulher em Santa Maria

Foto: Nathália Schneider (Arquivo/Diário)

Agosto é um mês temático no combate à violência contra a mulher. Seja física, moral, psicológica, patrimonial ou sexual, o Agosto Lilás tem como objetivo reforçar quais formas é possível pedir ajuda. Nesta terceira reportagem sobre o tema, o Diário realizou uma comparação entre os registros de violência entre os sete primeiros meses de 2023 e 2024. 


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De acordo com Indicadores da Violência Contra a Mulher - Lei Maria da Penha, da Secretaria de Segurança Pública (SSP), Santa Maria segue sem registro de feminicídios, já que o último caso consumado ocorreu em 2022.  Outros tipos de violência como ameaça, lesão corporal e estupro tiveram uma pequena queda neste ano, mas estão longe de ser consideradas expressivas.


Indices de tentativas de feminicídio

Foto: Nathália Schneider (Arquivo/Diário)


Nos primeiros sete meses de 2024, Santa Maria acumula três tentativas de feminicídio, enquanto duas foram registradas no mesmo período do ano passado. Ou seja, uma ocorrência a mais. Em relação ao feminicídio consumado, o último caso registrado ocorreu em 2022. 


Ano
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Total
2024
0
1
1
1
0
0
0
3
2023
0
1
1
0
0
0
0
2


Ameaça

No ano passado, entre janeiro a julho, foram registradas 588 ameaças, contra 580 ocorrências deste tipo em igual período de 2024, uma redução de oito casos. Nos dois anos, janeiro é o mês com a maior ocorrência desses casos, seguido por abril e maio. 


Ano
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Total
2024
96
67
83
100
74
93
67
580
2023
103
82
87
70
90
87
69
588


Estupro

Houve 43 registros de violência sexual durante os sete primeiros meses de 2023, enquanto no mesmo período deste ano houve 23. Destaque mais uma vez para janeiro, que figura entre os meses com o maior número de registros nos dois anos. 


Ano
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Total
2024
5
4
2
0
3
5
4
23
2023
9
7
5
4
6
8
4
43


Lesão corporal

Esse tipo de violência aborda as agressões físicas, de forma geral. Entre janeiro a julho deste ano, 294 casos foram registrados em Santa Maria, enquanto no ano passado esse número foi de 290, uma diferença de seis ocorrências. 


Em 2023, janeiro foi o mês com o maior número de registros: 54. Já neste ano, março e abril, ambos com 56 casos cada, são os meses com maior recorrência desse crime. 


Ano
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Total
2024
41
45
56
56
26
32
28
284
2023
54
45
40
42
41
35
33
290


Avaliação
A capitã da Brigada Militar Camila Prochnow, coordenadora da Patrulha Maria da Penha, celebra que a cidade esteja no caminho para registrar o segundo ano consecutivo sem feminicídios. Dos demais índices, o de estupro é o que teve uma diminuição que pode ser considerada expressiva. 


Os outros tipos de violência, segundo ela, não tiveram grande redução, mantendo-se estáveis. Porém, reforça que a quantidade de registros também se devem a um novo fator: o aumento da conscientização, principalmente das vítimas, sobre a violência sofrida. Assim, a busca pelas delegacias e por ajuda se tornam mais frequentes.


Onde buscar ajuda em Santa Maria 

Foto: Nathália Schneider (Arquivo/Diário)


​Em Santa Maria, mulheres vítimas de violência podem recorrer à Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) e a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de Santa Maria (DPPA).


Localizada na Rua Duque de Caxias, no Centro, está a Delegacia Especializada no Atendimento a Mulher. Fundada no dia 22 de agosto de 2001, é a única na região responsável por lidar com crimes que envolvem a violência contra a mulher. Ela funciona de segunda a sexta-feira.


Aos finais de semana, feriados e horários alternativos, a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de Santa Maria é a opção, pois funciona 24 horasLocalizada na Avenida Medianeira, recebe diversas ocorrências, inclusive quando se trata de violência doméstica. 


Também é na DPPA que fica a Sala das Margaridas. Com paredes na cor cinza e diversos desenhos de margaridas, é um local pensado para que a mulher se sinta mais confortável para relatar à agente policial o que está passando. Mais informações neste link. 


Patrulha Maria da Penha

Por meio da Brigada Militar, a Patrulha Maria da Penha oferece suporte e acompanhamento das ocorrências de violência doméstica em Santa Maria. No município, sete policiais (cinco mulheres e dois homens) realizam esse trabalho. Essa equipe possui capacitação especial para atuação nessas situações, além de uma viatura específica. 


Após o registro da ocorrência e pedido da medida protetiva feitos na Polícia Civil, a patrulha entra em ação neste estágio, realizando visitas aos domicílios das vítimas durante o período de vigência da medida. Somente no primeiro semestre de 2024, a patrulha realizou o acompanhamento de medidas de 835 vítimas em Santa Maria. 


– A patrulha é um braço que fiscaliza e acompanha essas medidas protetivas de urgência no município. Também intensificamos o trabalho de conscientização, pois muitas mulheres nem sabem que estão sendo vítimas de violência. A violência não é só a física (agressão), mas também a psicológica, sexual e patrimonial – afirma a capitã Camila. 


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