Nova espécie de réptil, que viveu antes dos dinossauros, é encontrado em Paraíso do Sul

Nova espécie de réptil, que viveu antes dos dinossauros, é encontrado em Paraíso do Sul

Ilustração: Matheus Fernandes Gadelha. Foto: Rodrigo Temp Müller

Um paleontólogo da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) publicou, nesta quinta-feira (20), um estudo no periódico científico Scientific Reports descrevendo uma nova espécie de réptil fóssil encontrado em Paraíso do Sul. A descoberta revela o primeiro registro brasileiro de um grupo chamado de Gracilisuchidae, o qual era conhecido apenas na Argentina e na China. Eles existiram entre 247 e 237 milhões de anos atrás, ainda antes do surgimento dos dinossauros.


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Antes do surgimento dos dinossauros, os ecossistemas foram dominados por precursores dos mamíferos e répteis de diversas linhagens. Dentre elas, uma das mais diversas foi a que posteriormente deu origem aos jacarés e crocodilos. Contudo, durante o Período Triássico, essa grande linhagem foi muito mais diversa do que é atualmente, com muitas formas terrestres ocupando o papel de predadores de topo de cadeia, enquanto outras desenvolveram couraças com espinhos para se proteger. Fósseis desses répteis são registrados em sítios fossilíferos do Brasil. 


Entretanto, um dos grupos mais enigmáticos dessa antiga linhagem ainda não havia sido registrado no país.Isso mudou quando o paleontólogo da UFSM Rodrigo Temp Müller notou um fóssil diferente em meio a uma doação de materiais recebida pelo Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica (Cappa) em janeiro deste ano, feita por Pedro Lucas Porcela Aurélio.


Um pequeno predador

Preservando um crânio completo, parte da coluna vertebral, cintura pélvica e membros posteriores, o novo fóssil recebeu o nome de Parvosuchus aurelioi. O primeiro nome significa “Crocodilo pequeno”, já que o fóssil pertenceu a um animal que teria atingido apenas um metro de comprimento, enquanto que “aurelioi” presta homenagem a Pedro Lucas Porcela Aurélio, pela sua paixão pela paleontologia e prospecção, a qual levou à descoberta desse fóssil.


O material foi encontrado em uma localidade situada no município de Paraíso do Sul. Portanto, o Parvosuchus aurelioi torna-se o primeiro fóssil único do município. A localidade fossilífera que produziu os fósseis é composta por rochas com aproximadamente 237 milhões de anos, uma idade que representa a transição entre o Triássico Médio e o Triássico Superior.


Foto: Janaína Brand Dillmann (Cappa)


Descobertas

Em 2022, uma equipe de pesquisadores brasileiros apresentou o Maehary bonapartei, um réptil com cerca de 30 centímetros de comprimento que foi descoberto no município de Faxinal do Soturno. Na época, acreditou-se que o Maehary bonapartei fosse um membro do grupo que deu origem aos pterossauros (um grupo de répteis voadores que existiu durante a Era Mesozoica). Já em 2023, um outro estudo sugeriu que esse réptil pudesse ser um gracilissuquideo.


No novo estudo apresentando o Parvosuchus aurelioi, essa hipótese é corroborada. As datações do sítio fossilífero em que o Maehary bonapartei foi descoberto indicam uma idade de 225 milhões de anos. Dessa maneira, o Parvosuchus aurelioi e o Maehary bonapartei nunca conviveram, sendo separados por mais de 10 milhões de anos.


Acervo

Os restos fósseis do Parvosuchus aurelioi, assim como uma série de outros fósseis, estão depositados no Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia (Cappa), um centro de pesquisa da UFSM que fica localizado em São João do Polêsine. O centro conta com uma exposição de fósseis que pode ser visitada sem custo. 


*Com informações da UFSM.


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