Após a exibição do documentário “Boate Kiss, a tragédia de Santa Maria”, dezenas de pessoas se concentraram na Praça Saldanha Marinho e, em seguida, caminharam silenciosamente até a Rua dos Andradas. “Você se sente pertencente à tragédia da Kiss?” Essa foi a primeira frase colada na fachada da boate pelo psicólogo, sobrevivente da tragédia e presidente da AVTSM, Gabriel Rovadoschi Barros. A ação foi uma intervenção que fez parte da vigília.
A homenagem aos 242 jovens que perderam a vida no dia 27 de janeiro de 2013 também teve uma apresentação artística. Bailarinos entregaram rosas brancas e distribuíram abraços. Para Flávio Silva, pai de Andrielle, vítima da tragédia, e ex-presidente da associação, a dor foi compartilhada:
— Desde 2013, todo 27 de janeiro é difícil. Mas, a gente segue aqui. Não é de agora que ouvimos barbaridades e sabemos que isso vai demorar para mudar. Nas vigílias, sentimos que a nossa saudade também é sentida por outras pessoas. Não é um momento só de dor, é de olhar para o lado e não se sentir sozinho.
Durante a madrugada, outros sobreviventes como Kelen Ferreira e Delvani Rosso também estiveram presentes. Os abraços e os sorrisos tímidos estampados nos rostos mostram que, por mais dolorosas que sejam as lembranças e as marcas físicas do incêndio, a luta para que a tragédia não caia no esquecimento é coletiva.
A homenagem terminou pouco depois das 2h30 com o minuto de barulho, quando todos foram para frente da Kiss e, emocionados, bateram palmas.
