Foto: Arquivo Nacional
Mas o que OVNI tem em comum com discos voadores? Para muitos o significado dos dois pode até ser o mesmo. Mas os discos voadores são considerados como uma espécie desses objetos não identificados. A primeira pessoa que enxergou um objeto em formato de disco voando pelo céu do nosso planeta foi piloto norte-americano Kenneth Arnold.
Conforme consta em seus depoimentos, Arnold sobrevoava o Monte Rainier, em Washington, na noite de 24 de junho de 1947, há exatos 75 anos, quando avistou nove objetos em alta velocidade. Conforme ele, as “naves” possuíam formato de discos. Foi a partir da popularização desse caso que as histórias sobre os discos voadores ganharam fama mundial e aumentaram ao longo dos anos.
Rio Grande do Sul, destino frequente dos OVNIs
No Brasil são mais de 700 casos relatados de Objetos Voadores Não Identificados, e grande parte deles são do Rio Grande do Sul. Isso faz com que o Estado seja um dos destinos favoritos dessas aparições misteriosas. Mesmo que muitas delas possam ser fruto de alguma imaginação mais fértil, ou até, provavelmente, confusões com corpos celestes, lixo espacial e pássaros, alguns casos em especial deixaram os cientistas sem respostas.
Um dos mais famosos relatos de discos voadores no Brasil aconteceu em Pelotas, no sul do Estado. Esse caso foi investigado pelos ufologistas do Museu Internacional de Ufologia, História e Ciência Victor Mostajo, localizado em Itaara.
A história foi assim: em setembro de 1996 o piloto gaúcho Haroldo Westendorff avistou um OVNI sobre a Lagoa dos Patos. O objeto tinha formato de pirâmide, o que faz muitos crerem que se tratava de um disco voador. Assustado com o que via, o piloto acionou o a torre de comando do aeroporto mais próximo. O operador também avistou o objeto que não foi identificado até os dias atuais.
Na época, em depoimentos, Westendorff afirmou que de dentro do OVNI saiu um disco de tamanho menor que se deslocou em alta velocidade na direção do mar. Segundo ele, o objeto tinha em média 100 metros de diâmetro e na época ele chegou a fazer uma comparação com o tamanho do Estádio Beira-Rio.
Conforme as explicações do piloto e do operador da torre de comando, o objeto também possuía formato triangular e cerca de 70 metros de altura. Quem nos ajudou a contar essa história foi o professor e ufólogo Hernán Mostajo, fundador do Museu Internacional de Ufologia de Itaara.
– Esse objeto estava ali por bastante tempo. O piloto fez um sobrevoo, chegou a dar três voltas no objeto e, quando ele percebe que na parte superior que era um tipo de cúpula, abre-se e sai o clássico disco voador, e dispara e some. Nesse instante há um facho de luz vermelha e a nada se projeta e desaparece praticamente na frente dos olhos dele.
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Durante a investigação do caso, Mostajo entrou em contato com Haroldo Westendorff e com o controlador da torre de comando e só foi possível verificar a história devido ao fato de duas pessoas com experiência aérea e em diferentes pontos de localização terem avistado o mesmo objeto voador.
– Na época não havia radar em Pelotas, mas nós temos testemunhas oculares e qualificadas para discernirem o que é o tal fenômeno tão misterioso visto em 1996.
Outro caso famoso no Estado também aconteceu em Pelotas. Um ano antes, em 1995, durante uma formatura no 9º Batalhão de Infantaria Motorizada, um pai, ao fotografar seu filho, registrou algo no mínimo curioso. Como na época as câmeras ainda contavam com tecnologia analógica, a descoberta só ocorreu após a revelação dos negativos.
– Um senhor fotografou o filho dele que era aluno e estava numa parada cívica e na parte de cima (da fotografia) aparece aquele objeto clássico, inclusive com formato discoidal. Ele encaminhou para nós essas imagens, não existia nem o museu ainda, e a primeira coisa que eu pedi foi o negativo verdadeiro para poder ver – relata o diretor do Museu de Ufologia.
OVNIs registrados em fotografia durante uma formatura no 9º Batalhao de Infantaria Motorizada. Foto: Museu de Ufologia (Divulgação)
O resultado da pesquisa de Mostajo foi o mais surpreendente, não foi identificada nenhuma alteração no negativo da imagem. Logo após, a partir de uma nova cópia da fotografia, foram trabalhados pontos como a projeção da sombra do disco voador em relação aos outros objetos da cena e possíveis alterações na granulação da imagem.
Nada de anormal foi constatado pela investigação do grupo de Mostajo. A conclusão foi de que a imagem é de fato autêntica.
– Mas atenção! É um objeto em formato discoidal, mas se veio de outro mundo ou se é desse mundo, isso não sabemos – adverte o ufólogo.
Os discos voadores estão mais perto do que você imagina
Mas saindo do sul do Estado e vindo para o Centro, os OVNIs podem estar sobrevoando nossas casas em Santa Maria e em toda a região. Pelo menos foi isso o que aconteceu num entardecer de 2001, na Rua Santos Dumond no Bairro Carolina, em Santa Maria.
As imagens são no mínimo intrigantes. Como o fato ocorreu há mais de 21 anos, a baixa resolução da filmagem e a dificuldade de manipulação de vídeo com a tecnologia disponível na época, provocam mais interesse e dúvidas sobre o caso.
– O que tem de interessante nesse relato dele e nesse vídeo é que é uma pessoa amadora usando uma câmera da época com o foco ligado, então a tela fica desfocada em muitos momentos. Ele está lá gravando o pôr do sol com a maquina filmadora dele quando manifesta-se, aparentemente, uma pequena esfera principal e na sequência começam a surgir as duas esferas laterais – conta o ufólogo.
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Na época, o homem que fez a gravação entrou em contato com Mostajo e os 4 minutos e 51 segundos de vídeo foram investigados por diferentes órgãos a pedido do Museu de Ufologia. O ufólogo fez um levantamento no local e entrevistou pessoas que poderiam ter visto a ocorrência, infelizmente não foi localizado nenhum outro relato.
– Nós encaminhamos esse material para a Base Aérea de Santa Maria por ser a nossa representante do Ministério da Aeronáutica.
Na pesquisa realizada pela Base o laudo atestou que as imagens não se tratavam de nenhuma aeronave conhecida nem a nível nacional nem internacional. Descartada a hipótese de que o objeto pudesse ser uma aeronave, o ufólogo foi atrás de um parecer técnico na área da física.
Assim, a filmagem foi encaminhada a um professor do curso de física da Universidade Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), de São Leopoldo, para descartar as possibilidades de o objeto se tratar de um meteorito, lixo espacial ou algum outro fenômeno da astronomia. A análise do professor Luiz Augusto da Silva descartou a possibilidade de se tratar de um fenômeno astronômico ou meteorológico
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Após receber este laudo, o ufólogo afirma que voltou a entrar em contato com a Base Aérea de Santa Maria para solicitar que fosse estipulado o possível tamanho que os objetos voadores tinham. Segundo ele, no retorno a Base informou que com a análise científica da distância entre os pontos no céu com relação ao solo, foi estimado que o OVNI possuía por volta de 250 metros de extensão.
Depois das pesquisas realizadas em diferentes setores, Mostajo reuniu os dados obtidos e divulgou as imagens a nível mundial.
– Esse é o procedimento e o processo que o Museu de Ufologia e de História Natural tem. Tudo isso nos leva a crer que Santa Maria foi palco de um Objeto Voador Não Identificado com proporções significativas no ano de 2001 – completa o ufólogo.
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Uma viagem espacial em Itaara
Primeiro museu dedicado a ufologia da America Latina fica em Itaara. Foto: Roberta Ávila (Arquivo Diário)
Localizado na cidade de Itaara, município que faz vizinho à Santa Maria, o Museu Internacional de Ufologia, História e Ciência Victor Mostajo reúne e pesquisa, há mais de 20 anos, casos de aparições de OVNIs e contatos possivelmente extraterrestres. Quem visita o local fundado pelo ufólogo Hernán Mostajo encontra um universo expandido sobre a história dessas ocorrências.
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O Museu tem como foco a educação responsável sobre a ufologia.
– A ufologia é uma curiosidade. Nós não temos como provar a vida alienígena, a vida extraterrestre, mas nós temos que ter esse critério de saber pegar pessoas qualificadas que saibam muito bem o que avistaram e poder divulgar a partir disso. Nós temos uma ufologia coerente e dentro de uma lógica, sem criar polêmicas – explica Mostajo.
Para quem tem interesse em conhecer mais sobre as histórias dos possíveis contatos extratarrestres, o Museu de Ufologia está na Rua Vanderlei de Almeida, 1010, Parque Serrano II, Itaara, RS. Para agendar visitar e mais informações o telefone de contato é (55) 99179-0096.
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Mas muito além dos acontecimentos de Santa Maria e Pelotas, o Museu também reúne outros casos cheios de mistério, como o do gaúcho que disse ter sido abduzido por alienígenas nos anos de 1950.
Artur Berlet foi um homem natural do município de Sarandi que, em 1958, desapareceu de sua cidade por dias e, segundo ele mesmo, viajou para um planeta que denominou como Acart. Conforme conta a história, quando voltou para para a Terra, Berlet relatou tecnologias ainda não existentes na época. Por exemplo a videoconferência e o uso dos drones para transporte de pessoas.
Verdade ou não, os casos de avistamento de OVNIs existem, e acontecem anualmente ao redor do mundo. Em um universo infinito e em constante expansão pode ser ambição humana acreditar que somos os únicos seres vivos e inteligentes. Mas, até que se prove o contrário, estudiosos e amantes do tema seguirão acompanhando e reunindo em volta da ufologia.
Denzel Valiente, [email protected]
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