11 de agosto

VÍDEO: no Dia do Advogado, profissionais narram trajetórias nas diversas áreas do Direito

Arianne Lima e Felipe Backes

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Marcelo Oliveira (Especial)

Há quem comemore o dia do Advogado em maio. Mas quem celebra em agosto, inicia uma reflexão sobre a história de uma das profissões mais antigas do mundo. No dia 11 de agosto de 1827, eram criadas as primeiras duas instituições de Direito do país: a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, na cidade de São Paulo, e a Faculdade de Direito de Olinda, em Pernambuco. A partir deste marco, diversos territórios brasileiros passaram a erguer suas fundações, formando um exército de defensores da honra, da dignidade, da vida, da saúde, da liberdade e do patrimônio dos brasileiros até os dias atuais.

Jornada Internacional Política e Direito será nesta sexta e sábado em Santa Maria

ENSINO
Bacharel e mestre em Direito pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), além de doutora em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), onde também fez o pós-doutorado, Nathalie Kuczura, 31 anos, orgulha-se da caminhada ligada a educação. Atualmente, como coordenadora do curso de Direito, ela tem contribuído mais com a formação de muitos acadêmicos na Faculdade de Direito de Santa Maria (Fadisma). Quando questionada sobre a motivação para seguir por esta área, Nathalie destaca as experiências proporcionadas pelos projetos voltados a comunidade. 

- Sem dúvida nenhuma, a extensão permite esse contato com a sociedade e a troca de informações, porque você não leva isso pronto. E os projetos de extensão dos quais eu participei foram extremamente gratificantes e lembro deles até hoje. 

Em seus 10 anos de trajetória acadêmica, Nathalie compreende e acredita no poder da área em mudar realidades. Auxiliar no empoderamento de mulheres através da profissão seria um dos caminhos. 

-O campo do Direito nos permite isso. Ele nos permite reconhecer diversas situações problemáticas, apresentar algumas soluções e auxiliar não somente outras mulheres, mas cidadãos em geral. Ou seja, ele nos permite essa gama de opções. Sem dúvidas, todo mundo que acaba trabalhando no ramo do Direito sempre irá se reconhecer em algum momento ou situação, porque, no cotidiano, o Direito está presente. Conhecermos os nossos direitos é uma forma de empoderamento e a mulher precisa muito disso - comenta a coordenadora. 

A perspectiva da área é compartilhada também pelo acadêmico de Direito da Fadisma, Leonardo Velho, 29 anos, que é apaixonado pelo curso. Para ele, a advocacia encontra-se em situações cotidianas da sociedade atual. No próximo ano, ele deve fazer parte da 28ª turma de formandos em Direito da instituição. Apesar de faltarem poucas etapas para a conclusão da graduação, ele deseja pensar nos próximos passos no tempo certo:

- Hoje em dia, você trabalhar em uma área específica dentro do Direito é bem difícil, porque há um leque muito grande de escritórios e de profissionais que atuam. Não tem uma área específica que eu queira seguir. Sei que quero seguir na advocacia. Então, talvez, na prática, eu descubra.

Em 2021, de acordo com dados da Assessoria de Comunicação da Fadisma, foram concedidos grau de bacharel em Direito para 75 alunos, que apresentaram seus TCCs no final do ano passado e tiveram a colação nesse ano. Ao o momento, não há informações sobre quantos acadêmicos estão previstos para a próxima formatura.

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Marcelo Oliveira (Especial)
Em entrevista para o Diário, Leonardo Velho destacou a importância cotidiana que tem a profissão que escolheu seguir: o Direito.

REPRESENTATIVIDADE
Aos cerca de 3 mil profissionais do ramo da cidade, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil de Santa Maria, Péricles Lamartine da Costa, argumentou sobre esta profissão dinâmica e mutável, que exige profunda dedicação e um perfil específico a quem se propõe a ter no Direito o sustento da vida.

- O advogado precisa ter conhecimento literário geral, para além do conhecimento técnico, para não ser um profissional limitado ao Direito e ter no Direito o alicerce da resolução das questões. O Direito, a legislação, são instrumentais. O advogado ainda lida mais com questões mundanas do que científicas, digamos assim. O segundo ponto é a sensibilidade social. O advogado precisa ter noção de que exerce um serviço público, ainda que em regime privado. E terceiro, e principal: gostar da profissão e estar disposto ao perene estudo e permanente aprimoramento - explica Péricles.

E é justamente o gosto pela profissão que também move Péricles, um advogado civilista. Ele tem 19 anos de exercício da profissão, mas convive no meio desde os 11 anos de idade, quando era estafeta no escritório do pai. Desde então, o caminho da advocacia tornou-se natural. E o futuro da profissão segue ligado à responsabilidade pública da atividade.

- A tendência é o crescimento ou alguma estabilização no sentido de que no futuro as pessoas estarão mais cientes de seus direitos e, principalmente, conscientes de que as relações sociais são resolvidas pelo diálogo, e o advogado tem que ser um grande contribuinte e até orientador neste sentido - projeta Costa.

O presidente da OAB também garante o cumprimento do compromisso público da profissão:

- O Estado democrático de Direito, a constitucionalidade em nosso país, a legalidade em nossa cidade, o republicanismo, estão seguros, a advocacia está presente. Sempre corroboro esse compromisso público, pois isso é da história da nossa profissão e da nossa instituição, contem sempre com a Ordem. A Ordem é dos advogados, e os advogados são do Brasil - finaliza Péricles.


Disque Covid-19 da UFSM encerra atendimentos à população

A advogada Deborá Evangelista, 47 anos, também compartilha do amor pela profissão desde os 12. Com mais 25 anos de profissão, sendo 20 dedicados ao ensino superior, ela acredita que formar profissionais humanitários e prontos a buscar soluções é essencial. Mais do que manter um escritório especializado em Direito de Família e sucessões, Direito Penal, Violência Doméstica e Direito Civil, a profissional se preocupa em pensar no papel de advogados e advogadas negras dentro da área.

A procura por dados sobre a atuação de profissionais negros e a situação destes dentro da área a levou até a Associação Nacional da Advogacia Negra (Anan) em 2020. Atualmente, Deborá é a representante estadual da entidade no Rio Grande do Sul e além de refletir sobre esse passo, ela busca argumentar sobre a importância desta movimentação:

-Temos uma associação que busca aglutinar os advogados e todos os negros da área do Direito e ao fazer isso, fortalece a categoria. Então, podemos dizer que dentro da categoria, ainda tem uma entidade para fortalecimento e empoderamento dos advogados e advogadas negras. Parece que talvez não seja preciso, mas precisamos reconhecer que a área do Direito é por tradição elitista, branca, multifacetada e não é o nosso lugar. Então, para fazer do universo jurídico o nosso lugar, precisamos estar coesos e unidos para conseguir isso.

Composto por advogados, estudantes e bacharéis em Direito do pais, desde sua fundação em 2016, a Anan busca, através do acolhimento, diálogo, ética racial e profissional, transmitir o apoio necessário para que haja maior representatividade na área. A motivação da entidade é pensada especialmente no contexto gaúcho pela advogada, que compreende sua função neste processo.

- A Anan busca esses profissionais e os fortalece. E no Rio Grande do Sul, tem uma importância maior essa representação, porque estamos em um Estado que há mais pessoas brancas na área do Direito. Aqui, o Racismo Estrutural e o Racismo Institucional, que também temos que reconhecer que existe no poder judiciário, é muito maior. A minha tarefa enquanto representante da Anan é diminuir as desigualdades e fazer com que esse profissional possa estar no mercado de trabalho e no universo jurídico em pé de igualdade - afirma a profissional, destacando uma uma ação voltada a advocacia e empreendedorismo nesta quarta-feira e que contará com a presença de outras representantes estaduais da entidade, sendo transmitida pelo Youtube da Anan.

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Marcelo Oliveira (Especial)

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