dia dos namorados

VÍDEO: Emília e Jair vivem o reencontro do amor com ternura depois de 40 anos

Leonardo Catto

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)

O Dia dos Namorados em 12 de junho foi criado com foco comercial com objetivo de aumentar vendas durante o mês que não tinha datas comemorativas desse porte até 1948. O amor, contudo, foi inventado antes, mesmo que não se saiba ao certo quando, como ou onde. Quem pode explicar não precisa carregar livros, teorias ou pesquisas. O sentimento basta.

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Há histórias que ilustram. Beira o realismo fantástico como a de Emília Berger, 64 anos, e Jair Flores da Silva, 66. O amor entre os dois vem da adolescência em Cacequi, quando a relação ainda era proibida. A família de Emília a proibiu de manter o relacionamento pela diferença social entre eles.

- Tinha a questão social. Os pais dela eram produtores rurais, da alta sociedade. O meu pai trabalhava na rede ferroviária - lembra Jair.

Cartas e encontros escondidos mantinham o laço entre os dois. Porém, em 1972, eles enfrentaram uma despedida. Pelo menos Até então. Jair se mudou com a família para Santa Maria. O adeus foi na estação ferroviária de Cacequi, antes do embarque.

Os dois chegaram a se rever, mas seguiram a vida em outros rumos. Jair serviu ao exército e virou funcionário dos Correios. As cartas ainda eram enviadas para Emília. Ela começou a faculdade de Jornalismo em Santa Maria. A vida atravessou o caminho de Emília, e ela não concluiu o curso.

- Eu estava mais ou menos "namoricando". Essa pessoa se formou e foi para Santa Catarina. Eu vi a chance de sair de Santa Maria e terminar minha faculdade lá. Casamos, e eu fui. Morei 30 anos lá e não terminei minha faculdade - conta Emília.

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)

O afastamento não foi suficiente para impedir que as cartas de um chegassem ao outro inicialmente. Entretanto, o tempo fez isso. Jair chegou a fazer um livro de poesias para Emília, que foi entregue por um amigo. Depois que as cartas pararam, em 2008, eles se reencontraram pelo Orkut. No ano seguinte, os dois terminaram seus casamentos. O pedido de Jair para que Emília vivesse o resto da vida com ele foi com o caminhão da mudança chegando em frente à casa dela.

- De manhã, quando acordei e vi o caminhão na frente da minha casa... Não era um caminhão, era uma jamanta, porque ele sabia que eu era espaçosa. Eu pensei que ia enfim realizar as coisas que eu queria ter realizado até aquele momento, que eu havia ficado entre parênteses - narra Emília sobre o alívio.

O caminhão estacionou em 2 de março de 2009. O encantamento de Emília foi tamanho que ela precisaria de ajuda simplesmente para olhar a cena. Mas o temor a acompanhou por os dois não serem mais os jovens que se amavam proibidamente na adolescência.

Eles não se importaram em "juntar os ranços e manias" quando reencontraram a ternura no amor. Jair esteve ao lado de Emília quando ela descobriu um câncer de mama. Juntos, eles entenderam que quem enfrenta a separação para ter o reencontro também enfrenta a doença.

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Arquivo Pessoal
Jair e Emília guardam o registro de quando eram adolescentes em Cacequi

Vencido mais um desafio, Emília e Jair, que enfim já eram companheiros de vida, se tornaram colegas de aula. Em 2021, concluíram o curso de Filosofia iniciado na Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em 2017. Eles se lembram de alguma definição filosófica sobre o amor e outras paixões serem encaradas como atrasos. Jair e Emília esperaram 40 anos para se reencontrar. Pelo amor, eles preferem não se importar com os ponteiros.

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