mudanças na tradição

VÍDEO: em ano de pandemia, maioria dos salões ficarão vazios na Semana Farroupilha

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Fotos: Pedro Piegas (Diário)
No CTG Sepé Tiaraju, em Camobi, live e refeição para pegar e levar vai marcar a Semana Farroupilha

Santa Maria terá uma Semana Farroupilha sem precedentes na história recente. Com a pandemia do novo coronavírus, atividades que envolvem aglomerações, como os tradicionais desfiles e bailes, não podem ocorrer em conformidade com decretos municipais e estaduais. As entidades tradicionalistas da cidade tinham até a última terça-feira para propôr uma programação que levasse em conta o atual momento, documento que passou pelo crivo do Comitê Estratégico de Acompanhamento da Covid-19. No entanto, com a possibilidade da região ficar classificada com bandeira vermelha durante a semana, ainda não se sabe quais atividades serão permitidas.

Conforme a prefeitura, somente oito das 39 entidades apresentaram projetos, que passaram por avaliação. Qualquer proposta que pudesse ter aglomeração de pessoas foi rejeitada por motivos de segurança e prevenção ao novo coronavírus. Entre as entidades, as atividades ficarão restritas a eventos e comemorações online e churrascos via drive-thru ou delivery. Mas não há unanimidade. Com a pandemia, a arrecadação dos CTGs e DTGs caiu, e alguns passarão a data mais importante do calendário gaúcho em branco.

VÍDEO: sem os tradicionais bailes e desfile, Semana Farroupilha terá que ser adaptada

O DTG Noel Guarany, vinculado à Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), sem atividades presenciais desde o fim de março, optou por uma programação essencialmente online. Em novembro, a entidade completa 15 anos de existência, e todos os eventos carregam essa simbologia. A única atividade que envolverá algum contato presencial será um drive-thru, no dia 18, quando membros do DTG vão preparar um entrevero para entrega. Até mesmo o tradicional desfile farroupilha será adaptado para as redes sociais. Conforme o patrão Eduardo Barasuol, a adptação para o meio virtual foi um processo natural.

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- A maioria dos membros é formada por acadêmicos da UFSM, e oriundos de vários lugares no Estado. A forma da gente continuar mantendo presença foi pelas redes sociais, já que a maioria foi para casa nesse período - relata.

Após a confirmação da pandemia, foram cerca de dois meses sem atividades, até a retomada virtual. Por conta do vínculo com a UFSM e por ser uma entidade de menor porte, com cerca de 60 integrantes, os custos são menores. Com a programação virtual, Barasuol acredita em manter a motivação e a tradição gaúcha, além de relembrar os 15 anos de história, já que participarão das atividades também antigos membros do DTG.

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Já a Associação Tradicionalista Poncho Branco, no Bairro Campestre do Menino Deus, até tentou realizar uma atividade presencial. A ideia era preparar um churrasco para cerca de 60 pessoas em um espaço aberto aos fundos da entidade. A proposta foi rejeitada pela prefeitura. A patroa Ione Schmitt Schlotfeldt também descarta atividades como risotos e almoços com retirada no local. Mesmo assim, a associação pretende começar nos próximos meses a construção da nova sede. Desde 2016, quando teve a antiga sede interditada, a entidade funciona no salão da capela Menino Deus. Para levantar fundos, será rifado um Fusca cheio de garrafas de cerveja. Conforme Ione, é uma forma diferente de conseguir se manter em tempos atípicos.

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SEM PROGRAMAÇÃO
Entretanto, entidades que terão atividades alusivas à Semana Farroupilha são exceções. Das 39, 31 não enviaram propostas de atividades para a prefeitura. Os motivos são os mais variados, porém, no geral, convergem para as dificuldades causadas pela pandemia. Com o cancelamento das atividades tradicionais, o CTG Sepé Tiarajú, na Cohab Fernando Ferrari, em Camobi, também tem sofrido para se manter. 

- Está sendo bem difícil esse período. A gente não realizou os ensaios com nossos dois grupos de dança e fechamos a cancha. Por enquanto estamos sobrevivendo dos risotos de domingo - relata Janete dos Santos Xavier, patroa do CTG.

A falta de pessoal para auxiliar também foi um dos fatores da não preparação de uma programação especial para a Semana Farroupilha. A comemoração ficará restrita, e o já tradicional risoto, acrescido de churrasco, galeto e maionese para levar no domingo do dia 20. Uma live, à noite, também marcará a data nas redes sociais da entidade.

O CTG Abas Largas, no Bairro João Goulart, é outro exemplo das dificuldades enfrentadas por algumas entidades e que se acentuaram com a pandemia:

- Estamos parados. Além da epidemia, ainda caiu a parede dos fundos, então não queremos fazer evento, no máximo um risotinho para manter, mas não tem evento, nem mesmo virtual - relata o patrão Renato Pivetta.

Ele também relata problemas financeiros, e que muitas vezes precisa tirar do próprio bolso para manter a entidade.

No DTG Querência da Medianeira, o problema é outro: como a sede da entidade fica dentro de uma Associação, que foi fechada em março por conta da pandemia, programações presenciais não seriam possíveis. Conforme o patrão Ricardo Quinhones, ainda haverá uma reunião para definir possíveis atividades online. Durante a pandemia, foram realizadas atividades pelas redes sociais e risotos beneficentes.

O CTG Ponche Verde, no Bairro Passo D'Areia, também passa por problemas, e não são por conta da pandemia. Fechado há dois anos por conta da falta de alvará dos Bombeiros, a entidade ainda trabalha para conseguir liberação até o dia 20. Conforme o patrão João Vicente Soares, foi solicitada uma vistoria no dia 8 de setembro. Caso haja a liberação, a ideia é promover alguma janta no formato drive-thru e com tele-entrega para marcar a data, que também é o aniversário do CTG. Entretanto, não haverá outra programação - até mesmo online - alusiva à Semana Farroupilha.

PROGRAMAÇÃO OFICIAL DA SEMANA FARROUPILHA DA 13ªRT
8 de setembro

  •     A partir desta data, as entidades tradicionalistas poderão retirar a Chama Crioula, mediante agendamento prévio, respeitando as normas vigentes de prevenção e distanciamento social

De 13 a 20 de setembro

  •     Cada entidade tradicionalista ficará responsável por sua programação, desde que autorizada pela prefeitura e que respeite normas de segurança e de saúde 

13 de setembro

  •     2º Rodeio Farroupilha da Estância do Minuano. Evento não terá público

20 de setembro

  •     Encerramento dos Festejos Farroupilhas e Extinção da Chama Crioula. A solenidade será restrita, respeitando os protocolos da prefeitura

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