VÍDEO: agricultores já encontram dificuldades em ofertar produtos em feiras de Santa Maria

Foto: Eduardo Ramos (Especial)

Frutas menores, hortaliças menos verdes e quantidade de itens reduzida. A falta de chuva regular, associada ao sol escaldante, já afeta a produção e a comercialização nas feiras de Santa Maria. E o pouco que ainda é produzido, muitas vezes, é com uma qualidade mais baixa. 

Feirante há 15 anos, Nelson Bolson (foto ao lado), 54 anos, já enfrentou períodos de estiagem várias vezes. Toda época sem chuva é difícil, pois vem do campo o único sustento do produtor que vive no Bairro Pé de Plátano, Região Leste de Santa Maria.

-  Não é a primeira vez. Estamos com três verões consecutivos de seca. Vamos nos adequando a situação. O ideal seria que chovesse, mas nem sempre é como nós queremos - analisa o feirante.

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Nelson revende frutas, legumes e hortaliças em uma banca na feira no Bairro Nossa Senhora de Fátima. Na propriedade, planta milho, uma das culturas agrícolas mais afetadas no Estado pela estiagem que já se prolonga desde novembro.

- A espiga não se desenvolve, não fica do jeito que deveria. A qualidade caiu. A minha lavoura fica numa baixada, então ainda se conserva um pouco mais de umidade. Ainda assim, a produção caiu. O preço acaba subindo também em função da seca. Infelizmente a nossa profissão depende do clima - destaca o agricultor. 

Foto: Eduardo Ramos (Especial)
Antônio vê a produção diminuir nos últimos meses

LUCRO DIMINUI

Antônio Ilha, 61 anos, vive da venda nas feiras de Santa Maria há 47 anos. Morador do distrito de São Valentim, ele vem para o centro da cidade duas vezes por semana. Nestes últimos tempos, o trajeto de ida é feito com menos carga, já que tem pouca variedade para oferecer. E o retorno ao Interior é com menos lucro também.

- A planta sem umidade não tem como se desenvolver. Pelo menos 50% da produção é perdida. A qualidade também está baixa. Mas vamos levando da forma como é possível - se conforma o agricultor, que tem na banca milho, batata, mandioca, melancia, limão, moranga e verduras.

A perspectiva para os próximos meses não é nada animadora. Sem chuva e sem um bom sistema de irrigação, que encarece a produção, não muito há o que fazer.