Médico espanhol visita Santa Maria para ajudar no desenvolvimento da telemedicina no Husm

Rebeca Kroll

Médico espanhol visita Santa Maria para ajudar no desenvolvimento da telemedicina no Husm

Os desafios da telessaúde depois da pandemia de Covid-19 trouxe a Santa Maria, na quarta-feira (13), o médico espanhol Manuel Grandal. Ele visitou o Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) e ministrou uma palestra sobre as suas experiências com a telemedicina. O médico também veio auxiliar a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) na criação de um projeto interinstitucional entre Brasil e Espanha de cursos em saúde digital, além de contribuir para o desenvolvimento dessa prática no HUSM. Grandal é conselheiro da Organização Mundial da Saúde (OMS), atua há 20 anos na área da telemedicina e é responsável por essas ações em 38 hospitais da Espanha.

A telemedicina, também chamada de telessaúde, caracteriza-se pelo uso de recursos tecnológicos por profissionais da saúde em seus atendimentos. Essa ferramenta permite o exercício da profissão a distância, a partir da exibição e do envio de imagens e vídeos, da discussão de casos clínicos e diagnósticos com outros profissionais e da realização de acompanhamentos e consultas online.

– Há muitas evidências de que se pode praticar a medicina à distância com a mesma qualidade da presencial, se não melhor. A tecnologia nos permite a capacidade de receber imagens e vídeos de alta qualidade e ela pode melhorar a qualidade da assistência médica. Por isso precisamos capacitar os médicos, os enfermeiros e todo mundo da área da saúde para fazerem uso dessa ferramenta, a nossa vida é melhor porque temos tecnologias e a medicina precisa fazer uso dela. – explica o médico.

Telessaúde no HUSM

A telessaúde ainda está em desenvolvimento no Husm, mas o hospital já teve algumas experiências com essa ferramenta. Durante a pandemia, a UFSM lançou o “Disque Covid”, serviço de atendimento virtual para dar esclarecimentos à comunidade sobre o coronavírus. Além disso, uma cirurgia de otorrinolaringologia, realizada em novembro do ano passado, foi transmitida para nove países. 

Esse modelo de atendimento integra os requisitos do Programa e Selo Ebserh de Qualidade do Ministério da Educação, que busca promover a gestão de qualidade e excelência no âmbito dos hospitais universitários federais. Em abril deste ano, o plenário da Câmara de Deputados também aprovou o Projeto de Lei 1998/2020 que autoriza e conceitua a prática da telessaúde em todo território nacional, abrangendo todas as profissões da área de saúde regulamentadas.

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Grandal veio a Santa Maria por convite da professora do departamento de Patologia da UFSM Fernanda Barbisan e da gerente de Ensino e Pesquisa do HUSM, Ivana Cruz. Fernanda garante que o hospital tem muito interesse em instalar e iniciar trabalhos com a prática da telemedicina.

– A gente tem duas linhas de projeto com o Husm, um dos objetivos é fazer convênio com cidades próximas para que se faça programas pilotos de telessaúde e o outro é o desenvolvimento dessa ferramenta no próprio hospital. Estamos iniciando esse processo com a vinda do professor Manuel Grandal, mas nesse momento ainda é apenas um projeto. Esperamos que a gente possa daqui a um tempo estar disponibilizando a telemedicina para a população de Santa Maria. – afirma a professora.

A importância da telemedicina

Durante a pandemia da Covid-19 a telessaúde foi muito utilizada pelos profissionais da saúde. Uma pesquisa feita pela Johnson e Johnson Medical Devices em 2020 revelou que 51% dos brasileiros se sentem confortáveis em serem atendidos à distância, para eles os principais benefícios são:

Não precisar ter contato com outras pessoas doentes na sala de esperaEvitar o deslocamento para o local da consultaGarantia que a consulta se inicia pontualmente

A palestra de Grandal teve como tema “os desafios da telessaúde depois da pandemia“. Nela o médico compartilhou suas experiências com o serviço e destacou a sua importância para a atualidade.

– A medicina precisa ser digitalizada, a saúde precisa estar acessível tecnologicamente nos tempos atuais, e a importância disso é primordial e essencial. A pandemia colocou em evidência que precisamos ter telemedicina e agora estamos vendo a necessidade de manter esse sistema ativo. É necessário que todos comecem aderir ao sistema de saúde digital. – destaca o médico.

Para a estudante do 6º semestre de Medicina da UFSM, Tanize Milbradt, a pandemia ajudou a perceber a importância e a necessidade de se aprofundar na área da saúde digital dentro da formação acadêmica.

– Com certeza a tendência é a gente fazer cada vez mais uso da telemedicina, então é muito importante ter contato com profissionais que tenham uma experiência tão grande quanto a do doutor Manuel e que a gente possa aprimorar todas as nossas habilidades. A medicina do futuro e do presente é cada vez mais uma medicina que envolve a tecnologia, por isso a gente precisa ter essa troca de experiências e estudar cada vez mais sobre isso para incluir no nosso cotidiano e na nossa vida profissional –  diz a estudante.

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