data-filename="retriever" style="width: 100%;">Fotos: Reprodução
Depois de 63 dias de hospitalização após ter contraído a Covid-19, o santiaguense João Ravalha, 65 anos, recebeu alta na última segunda-feira. Com um quadro de saúde grave, ele precisou até mesmo de ajuda para respirar e ficou entubado por 35 dias no Hospital de Caridade de Santiago.
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O momento da alta foi de emoção para ele, sua família e toda a equipe médica. Confira as imagens:
Ravalha, que é caminhoneiro, estava há quase cinco meses longe de casa quando começou a apresentar sintomas de resfriado. Ele estava em Manaus, no Amazonas, e não conseguia atendimento médico. Por isso, voltou de avião para o Rio Grande do Sul e chegou em Santiago já com sintomas de Covid-19. Até mesmo seu aniversário, no dia 6 de junho, teve que ser comemorado dentro da instituição.
Conforme o filho dele, Leonardo Ravalha, o prognóstico era ruim e o começo do tratamento não trazia boas perspectivas:
- Nem os médicos acreditavam na recuperação dele. O caso dele era extremamente grave, os primeiros dias eram só de notícias ruins, mas depois do oitavo ou décimo a gente começou a ter notícias de que ele estava reagindo. Mas ainda ficamos com aquele aperto no coração, porque a gente não tinha certeza de nada, estávamos em isolamento. Agora, faz alguns dias que a gente teve a plena certeza da recuperação dele e começamos a ter aquele sentimento de alegria, alívio e esperança renovada - explica Leonardo
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Nenhum dos membros da família, nem mesmo Leonardo, que trouxe o pai de carro, do aeroporto de Porto Alegre até Santiago, testou positivo para o coronavírus. Mas pelo menos dois membros da equipe do Grupo Hospitalar Santiago, incluindo um médico, foram infectados. Por isso, o agradecimento pelo atendimento recebido é ainda maior:
- Sem palavras para poder explicar o atendimento. Como eu deixei ele no hospital, ele já foi internado e, logo após, entubado. Então eu não tive mais contato nenhum, só por notícias que nos mandavam. Mas ali a gente sabe que os médicos fizeram de tudo, todo o possível, para que tivéssemos essa benção que foi a recuperação dele - agradece o filho.
Para a médica Ana Paula Nicola Portela, que tratou o paciente na CTI, poder ver que o paciente venceu a doença só traz alegria e forças para continuar:
- Dois dias depois que ele chegou no hospital precisou ir para a CTI. Eu estava de plantão naquele dia e levei ele. Foi bem difícil, mas ele se mostrou guerreiro desde o início, ele queria lutar pela sua vida. Tanto nós, os médicos, quanto a equipe de enfermagem estávamos bem empenhados. Cada dia, cada pequena evolução que ele tinha era contado como uma vitória. Quando conseguimos dar alta da CTI a ele, foi um momento de muita alegria, porque a gente viu que consegue vencer essa doença - comenta Ana Paula.
Segundo a médica, para chegar a um resultado positivo como esse, é preciso de união entre toda a comunidade.
- É um trabalho que tem que ser feito com muita união não só dos profissionais com o paciente, mas precisamos de ajuda de toda a comunidade. Se todos se unirem e seguirem as normas, como uma boa higiene, o uso de máscara e só sair se for preciso, é dessa forma que vamos conseguir vencer o coronavírus - completa Ana Paula.
Mesmo ainda precisando se recuperar completamente, Ravalha já espera ansioso para voltar a ativa assim que possível.
- Ele ainda está com uma certa dificuldade de caminhar, e uma das maiores preocupações dele é conseguir movimentar os pés. A vontade da família é que ele não volte, mas a gente vê que a vontade dele já é de retornar para as estradas - conta Leonardo.
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PROFISSIONAIS CONTAMINADOS
Conforme o diretor do Grupo Hospitalar, Ruderson Mesquita, o estado do médico Maurício de Vargas Soares, que acompanhou grande parte do tratamento do paciente João Ravalha e se contaminou com o coronavírus, também foi gravíssimo.
- Ele estava na CTI e conseguiu sair ontem, mas segue internado. Foram cerca de 15 dias no CTI - conta.
Pelo menos outros dois médicos - um assintomático - e enfermeiros também testaram positivo para a Covid-19 ao longo da pandemia, mas não tiveram agravamentos de saúde.
*Colaboraram Chaiane Appelt e Victoria Debortoli