Cerca de 28 mil estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) iniciam o ano letivo nesta segunda-feira (20). Praticamente metade comemora o ingresso neste semestre, já que são 13 mil calouros. Neste começo, a comunidade acadêmica cria diversas expectativas, inclusive os gestores, que lidaram com os congelamentos e bloqueios orçamentários de 2022. Neste cenário, a universidade federal já negocia com o Ministério da Educação (MEC) a liberação de verba para ampliar os R$ 115 milhões destinados à instituição neste ano. Conforme o reitor Luciano Schuch, o valor atual não cobre os gastos da UFSM.
Após atrasos no pagamento de contas, demissões e corte de bolsas em 2022, o orçamento do ano letivo de 2023 já inicia reduzido. Este é o alerta do reitor, que esperava receber R$ 71 milhões a mais para a gestão anual:
– Este ano foi liberado para nós R$ 109 milhões, que são R$ 3 milhões a menos que o ano passado. No dia 15, o governo federal liberou mais 5% do nosso orçamento. Então, estamos falando de R$ 6 milhões a mais. Com isso, pelo menos o nosso orçamento deste ano já é em torno de 2 milhões a mais do que o ano passado. Mas ainda não é o suficiente para cobrirmos todos os gastos da universidade.
Novos repasses
No sinal amarelo, a UFSM negocia com o Ministério da Educação para que recebam o valor anunciado por eles, aplicando os R$ 115 milhões. O último repasse, de R$ 6 milhões, foi abaixo do valor combinado entre instituição e ministério. No momento, não há previsão para novos pagamentos.
Investimento na permanência estudantil
O reitor lembra que, ano passado, a instituição ficou devendo quase R$ 9 milhões, o que gera um receio, principalmente, com o aumento nos valores das bolsas de pós-graduação, iniciação científica e formação de professores da educação básica. Ainda que seja um repasse de agências como Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a UFSM também tem diversas bolsas que ela paga sem o fomento destes órgãos:
– As nossas bolsas eram entorno de R$ 250 e R$ 400, e existe uma pressão muito forte para que seus valores subam para R$ 700, e todas fiquem com o mesmo valor. Para que isso ocorra, estamos negociação com o Ministério da Educação – descreve Schuch.
O objetivo da negociação é também conseguir verba para melhorar a permanência estudantil e possibilitar que o aluno tenha maiores condições de concluir seus estudos na instituição. Conforme a instituição, em 2022, foi pago cerca de R$ 12 milhões em bolsas e auxílios para aproximadamente seis mil estudantes, ou seja, com o aumento da bolsa, seria necessário um repasso maior pelo Ministério, tendo o orçamento reduzido.
Reajuste das Bolsas de fomento
Mestrado: R$ 1,5 mil para R$ 2,1 mil
Doutorado: R$ 2,2 mil para R$ 3,1 mil
Pós-doutorado: R$ 4,1 mil para R$ 5,2 mil
Iniciação Científica e docência: R$ 400 para R$ 700
Iniciação Científica para ensino médio: R$ 100 para R$ 300
Permanência: R$ 400 para R$ 700
Permanência de indígenas e quilombolas: de R$ 900 para R$ 1,4 mil
Período: mês de março já foi pago com reajuste
O último reajuste nos valores das bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado ocorreu em abril de 2013
Orçamento 2023
Expectativa: orçamento médio de R$ 180 milhões
Liberado: R$ 109 milhões
Acréscimo: R$ 6 milhões no dia 15 de março
Totalizando R$ 115 milhões
Orçamento de R$ 2 milhões a mais do que ano passado
Negociações com o MEC para aumentar as bolsas internas de R$ 240 e R$ 400 para R$ 700
2022
O menor dos últimos 10 anos: R$ 119 milhões.
Necessário: considerando a inflação, R$ 285,63 milhões
Terminou o ano devendo cerca de R$ 9 milhões
Luz, RU e serviços gerais ficam sem pagamento
98 servidores terceirizados precisaram ser demitidos, totalizando cerca de R$ 4,5 milhões a menos na economia local
Atraso no pagamento de bolsas estudantis, auxílios, entre outros benefícios
O serviço de vigilância, que era feito de forma fixa nos núcleos da UFSM, foi reduzido em 63%
262 alunos de mestrado e doutorado perderam suas bolsas, somando R$ 5,5 milhões a menos, com corte de 15%
Em outros anos
2014: o corte nos investimentos foi de 59%.
2015: o índice caiu para 46%
2016: corte foi de 37%,
2017: corte passa para 45%.
2019: o recurso previsto era de R$ 137,30 milhões, mas com o corte, o total disponível caiu para R$ 91,26 milhões
Recepção dos calouros 2023
Quando: 20 de março de 2023
Horário: 10h
Local: Centro de Convenções da UFSM
Programação: fala institucional do Reitor, Vice-reitora e DCE
Bate-papo com ex-alunos da UFSM e show da cantora Dida Larruscain