Antes da pandemia, a redução do total de usuários variava em 2,6% a 3,9% ao ano. Com a pandemia, despencou 55% de 2019 para 2020, e mais 3,9% em 2021. Em 2022, no primeiro semestre, houve uma recuperação, de 31% sobre 2021. Porém, ainda está bem longe de atingir os números de 2017. Desse ano para 2022, a queda ainda é de 47,4%.
Total de passageiros
AnoTotal de passageirosVariação ano a ano2017 30,752 milhões2018 29,946 milhões -2,6%2019 28,756 milhões -3,9%2020 12,785 milhões -55,5%2021 12,280 milhões -3,9%2022 16,152 milhões (projeção) 31,5%Variação de 2017 para 2020-47,4%
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Mas por que a recuperação ainda está tão abaixo do esperado?
E o que a prefeitura pode fazer para tentar incentivar que as pessoas voltem a usar o transporte coletivo? O secretário de Mobilidade Urbana, Orion Ponsi, tem alguns planos.
O diretor da Associação dos Transportadores Urbanos (ATU), Edmilson Gabardo, diz que além de ser fundamental uma política de incentivo ao transporte coletivo no país, com medidas como redução de impostos, é preciso adotar medidas na própria cidade. Entre elas, adotar mais corredores exclusivos de ônibus, para que ir de transporte coletivo seja mais rápido do que viajar de carro, além de melhorar o pavimento nas ruas de bairros por onde os ônibus passam. A implantação de abrigos de ônibus é outra necessidade, pois ao sair de casa e ter de esperar pelo coletivo no frio e na chuva acaba incentivando as pessoas a ir de aplicativos, táxi ou veículo próprio. Segundo Gabardo, hoje o transporte de aplicativo é um concorrente do transporte coletivo e ele alega que é uma concorrência desleal, pois as empresas de ônibus precisam pagar todos os direitos trabalhistas, impostos e outros custos que os aplicativos não pagam.
Já o secretário Orion Ponsi afirma que a queda do total de usuários tem relação com a pandemia porque muita gente passou a comprar moto ou carro ou ir de aplicativo para se expor menos ao risco de contaminação com a Covid. Ponsi diz que, para incentivar os passageiros a voltar a andar de ônibus, a prefeitura fez um investimento milionário para reduzir o valor da tarifa. Ele havia subido de R$ 4,20 para R$ 5, mas a prefeitura aprovou um repasse de até R$ 5 milhões para reduzir a tarifa para R$ 4,50 para quem paga com cartão eletrônico de bilhetagem, mantendo em R$ 5 para quem paga em dinheiro. Como a planilha de custos apontava R$ 5,34, a diferença de R$ 0,84 será bancada pela prefeitura.
A falta de abrigos de ônibus na cidade faz com que muitos usuários deixem de usar o transporte coletivo, pois têm de esperar sob sol e chuva. Essa é outra frente que a secretaria tenta atuar.
– Já instalamos quase 300 abrigos nessa gestão, entre recuperados e novos, e já entregamos proposta de novos abrigos. Pedimos no Orçamento de 2023 verbas para mais 150 a 200 novos abrigos, agora vai ter avaliação do governo para verificar a possibilidade de atender totalmente ou não. Mas o governo está preocupado com isso – disse Ponsi.
Quanto aos corredores de ônibus, Ponsi disse que a ideia é implementar mais para agilizar os trajetos dos ônibus. Porém, não deu prazo para quando isso irá ocorrer.
– Na Presidente Vargas, a gente tem projeto de colocar um corredor de ônibus compartilhado com os demais veículos atuando em determinada faixa ou em determinado turno ou horário. O público da região dormitório oeste vem para trabalhar no Centro das 7h às 9h30min ou 10h. Então, nós podemos fazer, nessas faixas de horários, corredores exclusivos de ônibus, retirando o estacionamento do lado direito no sentido bairro-Centro – afirmou Ponsi, alertando que ainda não há prazo para isso ser implementado porque, antes, é necessário avaliar os impactos para o comércio e escolas do local.
Essa mesma ideia será estudada na Rua Venâncio Aires, entre Borges e Rio Branco, e na Avenida Medianeira. Os estacionamentos seriam proibidos só em determinados horários para melhorar o fluxo do trânsito e dos ônibus. Mas isso só será implementado se não houver grandes impactos para o comércio, pois se for feito de forma abrupta, pode fazer com que muitas lojas acabem se mudando de região.
Ações para tentar frear redução de usuários
Para tentar incentivar mais pessoas a usar o transporte coletivo, a prefeitura faz ou planeja as seguintes ações:
Subsídio da tarifa, com município repassando verbas às empresas de ônibus. Com isso, passagem deixou de subir para R$ 5,34. Ficou em R$ 4,50 para quem paga com cartão eletrônico de bilhetagem e em R$ 5 em dinheiroEstacionamento foi retirado em parte da Avenida Dores, de determindos horários. para facilitar o fluxo dos ônibus e reduzir tempo de viagemEstudos para implantar mais corredores exclusivos de ônibus, para reduzir tempo de viagem, em avenidas como Presidente Vargas e Medianeira, além da Rua Venâncio AiresInstalação de novos abrigos de ônibus. Quase já foram reformados ou instalados novos. Secretaria pediu que no Orçamento de 2023 haja verbas para instalar mais 150 a 200 abrigos, para aumentar conforto dos usuários
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