Servidor suspeito de abusar de pacientes gestantes é afastado do Husm

O servidor público suspeito de abusar de pacientes foi afastado do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) pela Justiça. O funcionário do Laboratório de Análises Clínicas do hospital teria se passado por médico para realizar exames ginecológicos em gestantes do setor de maternidade.

Três abusos teriam ocorrido nos últimos dias — dois na quinta-feira e um na sexta. O caso teria vindo à tona depois que uma das pacientes desconfiou do suposto exame realizado pelo suspeito e acionou a enfermagem.

A Polícia Federal instaurou inquérito para investigar o caso, já que o suposto autor é servidor público federal. O delegado Diogo Caneda pediu e a Justiça Federal concedeu o afastamento do servidor das funções e que ele não tenha acesso ao hospital.

Conforme o gerente administrativo do Husm, João Batista de Vasconcellos, será aberto, nesta segunda-feira, Processo Administrativo Disciplinar para investigar a conduta do funcionário, já que os atos teriam sido cometidos durante o trabalho. Em geral, o prazo para o processo é de 90 dias, mas Vasconcellos diz que será feito o mais rápido possível, respeitando o direito à defesa do suspeito.

— Temos que ter cuidado porque, por enquanto, são suposições. Também vamos analisar as imagens. Elas podem nos mostrar, por exemplo, se ele esteve em locais em que, teoricamente, não deveria estar.

Desde sábado, a segurança foi reforçada na maternidade. Um vigilante fica permanentemente do setor.

— Esse fato é uma exceção, nunca tivemos uma situação dessas antes. Criou-se um ambiente de insegurança que pode gerar uma retração no trato dos funcionários com os pacientes. Mas o atendimento segue normalmente. Somos o único hospital da região que atende gestantes de risco. Não será um fato isolado que irá manchar o trabalho de mais de 20 anos dos servidores.

O advogado do suspeito, Leonardo Santiago, disse neste domingo que não comentaria o caso porque estava se inteirando sobre a investigação.