Santa Maria precisa ter, no mínimo, praticamente o dobro de profissionais da área da saúde atuando na rede básica do que tem hoje. A cidade conta, atualmente, com 156 profissionais espalhados em 16 equipes de Estratégia Saúde da Família.
O número para o serviço funcionar com o mínimo de pessoas em cada equipe seria de 308 funcionários. Isso se o município tivesse as 44 equipes necessárias para atender a população, com sete pessoas em cada uma delas (1 médico, um técnico em enfermagem, um enfermeiro e quatro agentes comunitários de saúde).
Segundo o portal da transparência do município, há hoje 304 vagas criadas em Santa Maria e 148 delas não estão preenchidas. Os dados são de maio de 2015. E foi justamente em função do baixo número de equipes (e de profissionais) dos ESFs que, no final de julho, o Ministério Público ajuizou uma ação contra a prefeitura que, agora, tem 60 dias para explicar porque tem 16 grupos trabalhando no programa e não 44, o número previsto em 2004, quando as ESFs foram implantadas.
Na época, a ideia era que o número de equipes aumentasse gradativamente, o que acabou não acontecendo. Há 11 anos o número de grupos se mantém, mas o número de funcionários diminuiu. Para essas 16 equipes (quase um terço do mínimo de 44 equipes necessárias par atender a população), faltariam 132 agentes comunitários de saúde, três enfermeiros, dois técnicos em enfermagem e 11 médicos. Isso para preencher as vagas que já existem.
O ESF do Alto da Boa Vista, na Nova Santa Marta, é um dos locais onde a equipe já é bem reduzida. Para dar conta de mais de 10 mil pessoas, seria preciso pelo menos seis agentes comunitários. Hoje, são duas. Uma delas é Maria Claudete Ribeiro Xavier, que trabalha no local desde que o ESF foi implantado. Ela cuida de mais de 200 famílias, fazendo um trabalho de prevenção e orientação de doenças como a diabetes, hipertensão, saúde da mulher e também para crianças, especialmente as menores de 2 anos. Ontem, em uma das famílias que visitou, soube que estava tudo bem com a dona de casa Eva Marlise corrêa Gomes, 59 anos, que trata a hipertensão e a diabetes. Mas alertou para que a dona de casa fizesse um exame atrasado logo.
A prefeitura corre contra o tempo para aumentar o número de equipes e funcionários. A superintendente de Atenção Básica, Suzana Lopes, explica que há seis equipes que já atuam na saúde preventiva, mas não entram na conta porque ainda aguardam liberação do Ministério da Saúde para serem habilitadas e se tornarem oficiais. Além dessas seis novas equipes, um concurso público está sendo organizado para nomeação de novos profissionais para suprir a demanda de saúde preventiva na cidade:
O grande desafio é o planejamento para conseguir fazer o que precisa ser feito, sempre dentro de limitações. Uma das dificuldades em ter as 44 equipes, por exemplo, é a Lei de Responsabilidade Fiscal. O teto para pagamento de servidores está quase no limite.
Na Lorenzi, traba"