O terceiro e último dia de visitas aos municípios que fazem parte do Geoparque Quarta Colônia começou com uma reunião dos avaliadores Helga Chulepin e Ángel Hernandéz.
Em seguida, a comitiva se deslocou a Pinhal Grande para visitar as escarpas alagadas da Usina Itaúba. O presidente da Associação Cânions de Itaúba, Ubirajá Falcão, 60 anos, um dos integrantes da equipe que guiou o grupo pelo passeio de barco, falou sobre a importância do local.
— Queremos trazer gente para conhecer essa beleza natural. Para nós, o desenvolvimento turístico é também o desenvolvimento regional — explica.
Durante o passeio de barco pelo Rio Jacuí, os representantes da Unesco também conheceram quedas d’água, o botucatu, uma formação geológica que chama atenção, e as dunas congeladas, um fenômeno incomum. O geológico Michel Marques Godoy, que representa a superintendência regional do Serviço Geológica Brasileiro, o local tem uma riqueza diferente dos municípios anteriormente visitados:
— Vimos muito sobre a paleontologia e a diversidade de fósseis que foram encontrados na Quarta Colônia. Em Pinhal Grande, podemos observar a história da terra a partir de um outro momento quando os dinossauros estavam praticamente extintos. Então, vemos uma diversidade de rochas.
Além disso, o último dia de visitas teve um típico almoço gaúcho com churrasco, mandioca e saladas, no Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Estância do Sobrado. O local foi criado a partir de um sobrado de 100 anos que pertenceu ao primeiro morador do Pinhal Grande.
Fotos: Mirella JoelsFotos: Mirella JoelsFotos: Mirella JoelsFotos: Mirella Joels
As visitas da missão de avaliação terminam nesta quarta-feira (26). Na quinta (27) pela manhã, a comitiva do Geoparque Quarta Colônia e os representantes da Unesco devem se reunir com o reitor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Luciano Schuch. Já a tarde, em Porto Alegre, a reunião será no Palácio Piratini.
Itinerário do terceiro dia
Geossítio Escarpas Alagadas — Usina Hidrelétrica de ItaúbaCentro de Tradições Gaúchas (CTG) Estância do SobradoGeossítio Balneário Municipal Atílio AléssioCentro Cultural Padre Luiz SponchiadoSítio Patrimonial Casa Museu João Luiz Pozzobon e Casa do Turista
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O que é um Geoparque?
Os Geoparques são territórios de um ou mais municípios, reconhecidos pela Unesco como regiões que possuem importância científica, cultural, paisagística, geológica, arqueológica, paleontológica e histórica. Nesses locais a “Memória da Terra” é preservada e utilizada de forma sustentável para gerar desenvolvimento para a sua comunidade. Ao final de 2020, existiam 161 Geoparques Mundiais da Unesco em 44 países.
Em todo o Brasil, três geoparques são certificados pela Unesco. Dois ficam no Nordeste, em Araripe e Seridó, e outro entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Agora, a Região Central tem a chance de fazer parte da rede mundial de geoparques a partir dos projetos da Quarta Colônia e de Caçapava do Sul.
Foto: Nathália Schneider (Diário)
Qual o processo para se tornar um Geoparque?
Ao total, são três etapas: apresentação da proposta, com pequenas iniciativas e articulações; o projeto de Geoparque é enviado pelo Itamaraty para a Unesco, que após esta etapa, recebe o reconhecimento de Aspirante a Geoparque; e, por último, é elaborado um dossiê de candidatura do geoparque à Unesco, onde ocorre a avaliação e é, então, realizada uma visita do avaliador para certificação ou não do Geoparque através do recebimento da Carta Verde ou negativa da Unesco.
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