Ruas quase vazias e poucas denúncias: como está a noite em Santa Maria durante a semana

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Foto: Anselmo Cunha (Especial)

Os primeiros dias de março costumam ser sinônimo de muita festa e de ruas cheias em Santa Maria. A cidade universitária se enche do colorido nos novos calouros e seus tradicionais "trotes". A festa na Saturnino de Brito, que marca o início das aulas nas universidades, não aconteceu pela primeira vez depois de muitos anos. Em vez de música, comemoração e o suor da juventude, durante a noite, o município tem ruas quase vazias, comércio fechado e um silêncio que só é interrompido pela circulação de veículos - a maioria telemotos fazendo entregas.

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Se aos finais de semana já virou rotina a interrupção de festas clandestinas pela fiscalização da prefeitura, o mesmo não acontece em dias de semana. Pelo contrário, as poucas denúncias que chegam nem se confirmam. Na noite de terça-feira, o Diário acompanhou fiscais a partir das 21h30min. Apenas três denúncias chegaram até a equipe: duas sobre estabelecimentos comerciais que estariam funcionando presencialmente e outra de um suposto culto religioso. As informações foram verificadas pelos servidores, que se deslocaram até os endereços, mas não confirmaram as irregularidades.

- Há uma conscientização maior da população, até pela divulgação que se faz. Nosso principal problema é de festas e reuniões particulares, que juntam muita gente aos finais de semana. De segunda a quinta, são poucas denúncias - conta o fiscal Adilson Ortiz Bittencourt, que esteve na rua acompanhado de outros três fiscais e de uma viatura da Guarda Municipal.

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Foto: Anselmo Cunha (Especial)

Antes de encontrar a equipe de fiscalização, a reportagem percorreu as principais ruas das regiões central, oeste e norte de Santa Maria. Entre os estabelecimentos que costumam lucrar à noite, como distribuidoras de bebidas, lancherias, botequins e traillers, a maioria seguia as restrições, que permite apenas a tele-entrega a partir das 20h, e estava com as portas arriadas. Em algumas avenidas, como a Paulo Lauda, no Bairro Tancredo Neves, e a Borges de Medeiros, no Centro, - tradicionais pontos de venda de bebidas alcoólicas e de aglomeração de pessoas - havia estabelecimentos abertos, mas não foi possível identificar se estavam realizando apenas delivery ou se descupriam o decreto e atendiam as pessoas no local. Enquanto a reportagem passava por esses locais, nenhum consumidor foi avistado.

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Contudo, não é só o comércio noturno que tem restrições. Desde junho, Santa Maria possui um decreto em vigor que proíbe o consumo de bebidas alcoólicas em locais públicos. Ainda assim, alguns jovens decidiram se reunir em pequenos grupos enquanto consumiam bebidas alcoólicas em frente ao Ginásio do Oreco, no Bairro Tancredo Neves. Pelo menos 15 jovens, sem máscaras, foram vistos no local.

Já na Região Norte, o cenário muito remete ao primeiro momento de isolamento da pandemia, nos meses de abril e maio do ano passado. No Bairro Perpétuo Socorro, o vazio só era preenchido por cães que tomavam as ruas.

Quanto mais próximo do Centro, maior a movimentação, seja de carros ou de pessoas a pé. Praças como a Saturnino de Brito, do Maneco e dos Bombeiros estavam vazias. Os pontos de táxi, em compensação, estavam cheios de motoristas. Com pouco movimento, menos corridas também são feitas. Ainda que não tenha parado completamente, a noite de Santa Maria durante a bandeira preta pouco lembra a noite que, antes da pandemia, era cheia de gente nas ruas.