Restaurante Universitário recebe metade do público esperado no primeiro dia de reabertura

Laura Gomes

Restaurante Universitário recebe metade do público esperado no primeiro dia de reabertura

GERMANO RORATO

Matéria publicada originalmente em 21 de fevereiro de 2022

Depois de quase dois anos fechado em função da pandemia, e após o término das reformas no espaço, o Restaurante Universitário (RU) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) voltou a funcionar nesta segunda-feira (21). O retorno foi escalonado, com agendamento, e diferente do formato tradicional. Ao invés do bufê livre, as refeições foram distribuídas em marmitex.

De acordo com a pró-reitora de assuntos estudantis (Prae), Gisele Guimarães, a medida segue uma orientação do Centro de Operações de Emergência em Saúde para Educação (COE) e foi adotada para evitar aglomerações e garantir a proteção dos estudantes em razão da pandemia.

Foto: Eduardo Ramos (Diário)

Nesta primeira fase de operação, apenas moradores da Casa do Estudante, que estão em situação regular e cadastrados na Prae, podem fazer as refeições, que incluem almoço e jantar.

Segundo a direção do RU, são 737 pessoas que se enquadram nessa condição. Porém, no primeiro dia de retorno, 352 estudantes, ou seja, metade do público esperado, realizaram o cadastro prévio para retirar o almoço. No local, houve formação de fila antes do começo das entregas. Após o início do serviço, o fluxo aumentou, mas não foi registrado demora enquanto a equipe do Diário esteve no restaurante.

Até o meio-dia de segunda-feira, quando o agendamento para o jantar ainda estava disponível, 375 pessoas já haviam se registrado para a refeição.

Próximos passos

No próximo mês, o restaurante deverá atender também quem não está regularizado, como aqueles alunos que já retornaram para a moradia. Porém, não informaram às instâncias da universidade. Conforme a pró-reitora, ainda serão estudadas o formato das refeições, com marmitex ou com bufê livre.

A expectativa é que em abril, durante o retorno das atividades presenciais, o local possa reabrir com capacidade para atender toda a comunidade acadêmica. Nesta terceira e última fase, as refeições seguirão no mesmo formato anterior à pandemia, com agendamentos e bufê livre.

– Com a retomada das aulas, vamos seguir todos os cuidados (sanitários) dentro da dinâmica do distanciamento social, do uso das máscaras e do álcool gel – explica a pró-reitora.

Auxílio alimentação

Até o momento, quem dependia do RU para se alimentar estava recebendo um auxílio alimentação de R$ 350. Segundo a pró-reitora, a última parcela do benefício deve ser paga em março.

– Nós avançamos na assistência estudantil pois, a partir de agora, os estudantes recebem o auxílio mais as refeições. Então, não houve perda de direitos – afirma Gisele.

Foto: Eduardo Ramos (Diário)

Críticas

A opinião não é compartilhada por alguns alunos, como Rafaela Chaves, de 22 anos. A acadêmica do curso de Educação Especial, que também faz parte da diretoria da Casa do Estudante, mora na universidade desde 2018 e tem uma filha de um ano. Para ela, o auxílio não foi suficiente para suprir todos os gastos.

– Na pandemia foi extremamente difícil para nós porque o auxílio não era suficiente. Se eu não tivesse conseguido um estágio e uma bolsa, nós teríamos passado fome. Nós ficamos felizes com a volta do RU, mas sabemos que a luta não acabou – comenta.

Com relação ao momento atual, Rafaela ainda relata que devido ao horário de abertura do RU, ela deve ficar sem o jantar.

– Eu saio do trabalho às 19h e não vou conseguir comer aqui. Tem gente também que vai ficar sem almoço, e a UFSM ainda não nos deu uma resposta sobre isso. Se eu estou aqui nesta fila é porque eu realmente preciso. Queremos que a universidade atenda 100% das nossas demandas, e não apenas 30%, como é hoje – lamenta.

As refeições estão sendo servidas entre 11h30min e 13h, no horário do almoço, e das 18h às 19h15min, à noite. Segundo a Prae, o período foi definido em função da operacionalização técnica da cozinha.

Já o aluno do curso de Agronomia Rogério Menezes, 26 anos, relata que prefere receber o auxílio, pois a quantidade de comida no marmitex é pouca. Ele também reclamou da falta do café da manhã, que ainda não foi retomado pela UFSM.

– É um direito nosso (a alimentação completa). O que eu faço com os R$ 350? Vou ter que usar o dinheiro para suplementar o almoço e pagar o café da manhã? – questiona.

Em resposta ao questionamento do estudante, a pró-reitora Gisele citou que desde 2019, a UFSM teve redução de cerca de 30% do orçamento da assistência estudantil. Ela também explicou que melhorias podem acontecer nos próximos meses, mas, isso vai depender da situação da pandemia.

– A nossa garantia está diretamente relacionada às questões da Covid-19. Se continuar havendo um avanço (da pandemia) e ter a necessidade das entregas de marmitex, nós, infelizmente, não vamos conseguir servir o café da manhã. Nas perspectivas mais otimistas, nós abriremos março com a potencialidade máxima do RU, com café, almoço e jantar – finaliza Gisele.

Laura Gomes, laura.gomes@diariosm.com.br

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