Psicólogo comenta os possíveis fatores que podem ter levado alunos a armarem plano para atacar escolas

Gabriel Marques

Psicólogo comenta os possíveis fatores que podem ter levado alunos a armarem plano para atacar escolas
Foto: Reprodução

Com o aparecimento dos dois casos de ameaças de atentados às escolas, tanto o de Santa Maria quanto o de São Sepé, acendeu-se o alerta a respeito da saúde mental de crianças e adolescentes. Nesta quinta-feira, o psicólogo Patrick Camargo falou ao Bom dia, Cidade sobre alguns cuidados e observações que podem ser bons pontos de partida para identificar mudanças de comportamento:

– Muitas vezes eles não vão dar sinais de sofrimento, mas de que algo está errado. Essa atenção os familiares tem que ter, perguntar como foi o dia, o que está passando na escola, buscar saber como está o entrosamento com os colegas. Os pais podem ver com os professores ou coordenadores se os relacionamentos estão em dia, se aluno se integra aos grupos, se apresenta dificuldade de relacionamento, se é bem quisto. São pontos que indicam algum sinal.

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Segundo Camargo, podem ser dois os motivos que levaram o aluno de 13 anos a maquinar um atentado à escola. As razões estariam ligadas ao bullying ou ao distanciamento afetivo.– Pode estar relacionado a um bullying mal resolvido que está se perpetuando e se agravando. E, muitas vezes, por medo de expor ou não ter rede de apoio para buscar ajuda, o adolescente acaba somatizando e pode começar estes planejamentos. Outra questão pode ser a desestrutura familiar. Mas pelo que vi, a família já está a par do que ocorreu. Ele fez um planejamento com muita maestria. Tinha planta, posicionamento de câmeras, as armas necessárias, e quem eram os alvos. Foi algo planejado há um bom tempo, mas o que o levou a esta situação? – questiona o psicólogo.

Embora não considere que seja momento para pânico, e sim de alerta, o psicólogo comentou como estes dois casos podem servir de exemplos para demais colegas e comunidade estudantil:

– Meu medo é que essas situações abram portas para que adolescentes comecem a repetir esses comportamentos, muitas vezes por admiração ao colega que foi corajoso ou que tentou algo desse tipo.  Vamos ficar alerta, prestar atenção, e buscar o que os filhos estão acessando na internet, sites, pesquisa sobre histórias, armas, arquitetura.

Por fim, Camargo ainda disse que tem recebido queixas quanto a readaptação dos alunos às escola, por conta dos quase dois anos em que os eles estiveram afastados do ambiente escolar e do período de transição de ser criança para a adolescência, que é um período de identificação e, normalmente, vivenciado junto dos colegas.

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