Pacientes de Santa Maria passarão a ser atendidos em consultórios remotos de oftalmologia. A consulta a distância pelo Sistema Único de Saúde (SUS) será realizado pelo projeto Teleoftalmo – Olhar Gaúcho, que contará com oito consultórios remotos instalados nas cidades de Porto Alegre, Farroupilha, Passo Fundo, Pelotas, Santa Cruz do Sul, Santa Rosa e Santa Maria. Com investimento total de R$ 10 milhões, a iniciativa é resultado da parceria do governo do Estado, Ministério da Saúde, Hospital Moinhos de Vento, TelessaúdeRS-Ufrgs e prefeituras.
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A teleoftalmologia utiliza a tecnologia onde há falta de especialista, por meio de computadores, videoconferência e internet. O sistema permite que o médico oftalmologista, em uma das pontas, possa interagir com o paciente localizado no outro lado, por meio de videoconferência, compartilhando dados e o diagnóstico do paciente com o apoio de equipe capacitada (médico, enfermeira, auxiliar e agente comunitário), que utiliza equipamentos de diagnóstico oftalmológico para transferir as imagens.
O projeto promete atender aos pacientes de forma mais ágil. A ideia é reduzir o volume de consultas especializadas a partir da avaliação dos casos em espera, classificando o que pode ser resolvido a distância e quais casos exigem consulta presencial. O projeto Teleoftalmo atenderá crianças a partir de 8 anos e adultos, com qualquer dificuldade de visão. De acordo com a secretária adjunta de Saúde, Liliane Mello Duarte, em Santa Maria, o serviço deve começar a funcionar entre seis meses e um ano. Depois de instalado, a intenção é que o projeto permaneça no município.
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– A espera por uma consulta, aqui na cidade, dura, em média, seis meses. Com o projeto, a expectativa é diminuir para três. Aproximadamente 80% dos casos são resolvidos no primeiro acesso. Assim, já temos o perfil da demanda. Com o programa Fila Zero, cerca de 4 mil pessoas já foram atendidas. Mesmo assim, 2 mil ainda aguardam na fila. Com certeza, vamos melhorar o acesso que já existe – ressalta Liliane.
O Estado participará com o TelessaúdeRS, a contratação dos médicos oftalmologistas e a mediação com os municípios para a instalação dos consultórios remotos. Conforme a assessora de Planejamento e Gestão de Projetos da prefeitura de Santa Maria, Ana Paula Seerig, o Executivo está analisando qual local mais adequado para disponibilizar o serviço.
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– Precisamos de uma sala de 25 m² e de três profissionais técnicos em enfermagem, com carga horária de 8 horas de trabalho cada. A contratação vai se dar por meio de concurso público. Assim que definirmos o local, entraremos em contato com o responsável pelo projeto para que ele venha ao município com o engenheiro responsável, para adequação do espaço físico e posterior estrutura de equipamentos e mobiliário, além de orientar a equipe – explica.
Com relação à viabilidade econômica, Ana Paula destaca:– Sobre os recursos para o projeto, cabe ao município definir o local e a contratação dos profissionais. Já à parceria do Ministério da Saúde, da Associação Hospitalar Moinhos de Vento e do governo do Estado, cabe fornecer os equipamentos necessários ao serviço, além de promover a reorganização do espaço, se necessário, e a contratação dos oftalmologistas.
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Pacientes com doenças como glaucoma e retinopatia diabética, muitas vezes ainda não diagnosticadas, terão prioridade no encaminhamento ao oftalmologista. Durante as consultas, uma equipe de médicos e enfermeiros irá transmitir os exames para uma central, em Porto Alegre.
Com isso, o oftalmologista irá realizar o diagnóstico das imagens e definir se há necessidade ou não de tratamento e qual o procedimento mais indicado. A unidade terá capacidade para identificar diversas doenças que afetam os olhos ou que se manifestam pela visão. Por se tratar de um centro de telemedicina, ou seja, laboratório que realiza apenas o diagnóstico, os pacientes poderão ser encaminhados, posteriormente, para consultas presenciais com oftalmologistas.
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Entre as funções do laboratório, está a capacidade para rastrear a retinopatia diabética, determinar o estágio da doença e indicar o encaminhamento para a consulta presencial com oftalmologista apenas para os casos em estágio que demandem tratamento. Possibilita, ainda, rastrear glaucoma e indicar encaminhamento para consulta presencial com oftalmologista os casos que exigem confirmação diagnóstica presencial e início de tratamento medicamentoso; diagnosticar catarata e indicar encaminhamento para consulta presencial com oftalmologista os casos que exigem cirurgia; e identificar erros de refração ocular.
O Teleoftalmo deve garantir cerca de 500 avaliações mensais em cada um dos consultórios remotos. O projeto deve facilitar o acesso ao atendimento, que também inclui a confecção de óculos gratuitamente para os pacientes atendidos pelo sistema. Cada consultório é equipado com três câmeras, computadores e equipamentos de diagnóstico oftalmológico.
COMO VAI FUNCIONAR O PROJETO
