Quando as mulheres portadoras do vírus HIV descobrem que estão grávidas, a atenção volta-se para a saúde do bebê. É por isso que as gestantes recebem atendimento gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) por conta da Política Brasileira de Profilaxia da Transmissão Vertical. Uma das medidas tomadas nesse sentido tem sido, além de precauções na gestação e no parto, a interrupção da amamentação no peito com o objetivo de diminuir a exposição do bebê ao vírus, que pode ser transmitido pelo leite materno.
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Como a criança mama muitas vezes ao dia e por muito tempo, ela tem uma exposição frequente e contínua, e o risco de contrair o vírus aumenta a cada mamada. Neste sentido é que integrantes do Grupo de Pesquisa Cuidado à Saúde das Pessoas, Famílias e Sociedade (GP-Pefas), vinculado ao Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), foi premiado pelo Centro de Excelência contra a Fome, da Organização das Nações Unidas (ONU), por meio do projeto intitulado Segurança alimentar para crianças verticalmente expostas ao HIV: intervenção educativa.
A professora e enfermeira da UFSM Cristiane Cardoso de Paula, uma das pesquisadoras desse projeto, explica que o resultado de pesquisas anteriores fez com que o grupo avaliasse mais a fundo a capacidade familiar para cuidar de crianças expostas ao HIV. A intenção é que o projeto possa ser compartilhado e multiplicado em outros países.
_ O Brasil tem uma política pública reconhecida mundialmente de profilaxia da transmissão vertical e de tratamento antirretroviral. O que a gente propõe é uma intervenção educativa. Vamos construir e validar uma cartilha com informações de uma maneira ilustrada e escrita para esses cuidadores, que vai ser disponível no formato digital, impresso e audiovisual. O núcleo de tecnologia da universidade vai dar todo o suporte na produção_ diz Cristiane.
O grupo avaliou dimensões como a capacidade que a família tem para administrar ao medicamento, como manter o acompanhamento ambulatorial e as imunizações, de que forma prepara e administra a forma láctea, e, com isso, percebeu que os cuidadores, na maioria mães, têm fragilidade de compreensão das orientações. É por isso que a cartilha servirá como uma espécie de guia educativo para que a orientação esteja mais acessível no cotidiano.
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A premiação consiste em uma certificação para os seis autores do projeto e a publicação da pesquisa na Revista Brasileira de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN HIV). Além disso, a pesquisadora responsável, no caso, Cristiane, ganhará uma viagem ao Canadá para participar do 19º Fórum Global de Nutrição Infantil , que ocorrerá de 15 a 22 de setembro.
_ As informações da cartilha vão servir para o mundo todo, dependendo das parcerias. Mas nosso compromisso inicial é com as cerca de 80 mães e bebês que acompanhamos desde 2015 no Ambulatório de Infectologia Pediátrica do Hospital Universitário de Santa Maria _ completa a pesquisadora Cristiane.
A professora comenta ainda que a proposta do concurso foi premiar projetos de inovação tecnológica que podem ser adaptados no mundo todo, como na África, para contribuir com a realidade de outras crianças que não têm a opção a não ser o aleitamento materno.
TRABALHO DO GRUPO
Desde 1998, o Grupo de Pesquisa Cuidado à Saúde das Pessoas, Famílias e Sociedade (GP-Pefas) contempla um conjunto articulado de projetos de extensão e pesquisa para subsidiar a prática baseada em evidências, com enfoque nos temas HIV, violência contra a mulher, aleitamento materno e segurança alimentar com foco, principalmente, na população de crianças e adolescentes.
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FAZEM PARTE DO PROJETO DE PESQUISA
Cristiane Cardoso de Paula - Professora e enfermeira pediatra – Pesquisadora responsável
Stela Maris de Mello Padoin - Professora e enfermeira - Colaboradora
Vanessa Ramos – Professora e nutricionista – Colaboradora
Marília Alessandra Bick – Mestre e nutricionista - Estudante
Clécia de Oliveira Sampaio – Nutricionista e mestranda - Estudante
Tamiris Ferreira – enfermeira e mestranda – Estudante