O curso de Engenharia das Telecomunicações da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) firmou uma parceria com a empresa ALG Com para desenvolver novas soluções na área de antenas para tecnologia 5G. A Quinta Geração da Telefonia Móvel (5G) é a mais nova tecnologia para o transporte de dados em redes de dispositivos móveis e é um setor emergente no Brasil.
Por isso, a universidade busca elaborar uma antena com características inovadoras e de dimensões reduzidas. O projeto também quer apresentar um modelo de fácil fabricação e que opere em banda larga. A intenção é criar uma prova de conceito para verificar a viabilidade da ideia, assim ela poderá ser colocada em prática e lançada no mercado. Para isso, a instituição recebeu um aporte financeiro de mais de R$ 100 mil e prazo de 18 meses.
– A ideia é contribuir com a implantação do 5G e com a comunidade. Mas além disso, buscamos com esse projeto desenvolver dentro da universidade, através dessas parcerias, tecnologia nacional. O Brasil produz muito pouco nessa área e importa quase toda a sua tecnologia, então por mais que seja uma iniciativa pequena o nosso trabalho é importante para contribuir nesse contexto – ressalta a professora e coordenadora do projeto, Candice Muller.
A parceria envolve professores e alunos do curso que atuam no projeto com bolsas de pesquisa. Para a coordenadora a iniciativa traz muitos benefícios aos discentes por permitir uma aplicação prática da teoria e lhes dar uma visão mercadológica.
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Importância do 5G
A tecnologia é relevante, pois promete trazer mais velocidade para baixar e enviar arquivos, reduzir o tempo de resposta entre diferentes dispositivos e tornar as conexões mais estáveis.
No final do ano passado foi realizado um leilão das faixas de frequência do recurso que permitem o fornecimento da conexão pelas operadoras. Uma das faixas principais é a de 3,5 GHz que permite rapidez e longo alcance e é nela que o projeto da UFSM pretende trabalhar.
De acordo com a coordenadora, a conexão está baseada em três pilares: grande quantidade de dispositivos conectados, maior velocidade e baixa latência, o tempo que leva para a informação ir de um dispositivo para o outro.
– Para conseguirmos ter tudo isso é necessário desenvolver novas tecnologias, como as de antenas, que consigam direcionar o sinal direto para o usuário. O 5G vai precisar de muitas estações distribuídas, então está se criando um grande mercado. Nesse sentido estamos desenvolvendo um produto inovador que esperamos que possa evoluir até a sua comercialização – explica Candice.
Essas melhorias de conexão abrem um leque de aplicações. Segundo a professora, a tecnologia pode ser utilizada para resolver problemas cotidianos, como por exemplo, o congestionamentos de veículos, o 5G permitiria criar um sistema de controle de tráfego. Além disso, também auxiliar o avanço da telemedicina, cirurgias feitas remotamente, por exemplo, serão mais confiáveis com uma rede melhor.
De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) a previsão atual é de que o 5G deverá ser ativado em todas as capitais brasileiras até 27 de novembro deste ano. Para todas as cidades do Brasil com mais de 30 mil habitantes, o prazo de implantação é julho de 2029.
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