O Cpers/Sindicato montou acampamento, na manhã desta terça-feira, em Porto Alegre, na Praça da Matriz, que fica em frente à Assembleia Legislativa e ao Palácio Piratini. A atividade faz parte do cronograma de mobilização do sindicato, que deflagrou greve na rede estadual de ensino desde o dia 5 de setembro.
Segundo o diretor do 2º Núcleo, Rafael Torres, a situaçção na praça está bastante tensa. Ele diz que a tropa de choque teria utilizado spray de pimenta nos manifestantes, que derrubaram o gradil que impedia o acesso à Assembleia. Torres comenta que os professores quem uma agenda com o governador José Ivo Sartori (PMDB) para debater pautas de reivindicação da categoria.
GREVE
Em levantamento feito pela reportagem do Diário, até as 11h desta terça-feira, das 36 escolas estaduais de Santa Maria contadas pela reportagem, 26 estão em greve. O 2º Núcleo do Cpers, que representa os municípios da Região Centro, apresentou, na noite de segunda-feira, um levantamento em que 18 escolas de Santa Maria estariam em greve total e 15 teriam aderido parcialmente ao movimento.
Segundo o diretor do 2º Núcleo, Rafael Torres, esta pesquisa é feita com funcionários, professores e direção das escolas. Contudo, ele salienta que gestores dos colégios nem sempre passam os números corretos ao sindicato.
– Não sei se os diretores e diretoras ficam com medo de retaliação dos colegas e não passam a informação de professores em greve, mesmo que seja um. Que o 2º Núcleo saiba, apenas 5 escolas da cidade estão com aulas normais, todas as outras têm professores grevistas – salienta.
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O levantamento do Diário é feito por contato telefônico com as direções das escolas. Na manhã desta terça-feira, além de fazer contatos por telefone, uma equipe de reportagem foi em cinco dos maiores colégios de Santa Maria para averiguar a situação. Foram eles: Maria Rocha, Olavo Bilac, Paulo Devanier Lauda, Manoel Ribas e Cilon Rosa. Destas, duas estão em greve total e as outras três aderiram parcialmente ao movimento.
ASSEMBLEIA
O diretor do 2º Núcleo comenta que a greve dos professores segue por tempo indeterminado e apenas uma decisão em assembleia geral da categoria poderia mudar esta decisão. Entretanto, Torres comenta que não há previsão de data para uma nova assembleia do sindicato.

Nesta terça-feira, os professores montaram o acampamento na Praça da Matriz, onde pretendem ficar até sexta-feira. Também está programado no cronograma de mobilização da categoria uma "Caravana da Educação" por todas as cidades do Estado que tenham escolas estaduais. A caravana do 2º Núcleo deve começar nesta quarta-feira, de acordo com o diretor do sindicato regional.
ESTADO
O coordenador-adjunto da 8ª Coordenadoria Regional de Educação, Alaor Chagas, o órgão apenas acompanha o movimento das escolas, pois diz que a greve é um movimento legítimo e de direito da categoria.
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Ele menciona que nesta quarta-feira o governo estadual deve completar o pagamento dos salários e espera que os professores suspendam a paralisação.
– Nós enviamos às escolas a legislação informando que as instituições não podem fechar, devem atender ao público e que têm que cumprir o calendário letivo de 200 dias. Nós apenas fazemos a averiguação destas normas, mas a obrigação de cumprimento da lei é dos diretores – comenta Chagas.