Prefeitura de Santa Maria inaugura o Centro de Referência da Mulher

Rebeca Kroll

Prefeitura de Santa Maria inaugura o Centro de Referência da Mulher
Fotos: Eduardo Ramos

O Centro de Referência da Mulher (CRM) de Santa Maria foi inaugurado nesta sexta-feira (25), Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher. O centro é um espaço de acolhimento, assistência psicológica e social, orientação e encaminhamento jurídico para mulheres em situação de violência doméstica. Localizado na Rua Doutor Pantaleão,200, no Bairro Centro, o serviço já está realizando atendimentos.

O local conta com uma brinquedoteca, uma sala de reuniões onde poderão ser realizados eventos e oficinas e quatro salas de atendimento. O endereço foi escolhido estrategicamente, para que o centro fosse instalado em frente ao Serviço Especializado em Saúde da Mulher da Prefeitura (Rua Doutor Pantaleão, 165). O CRM funciona de segunda a sexta-feira das 8h às 12h e das 13h às 17h.

O investimento com recursos próprios da Prefeitura é de R$ 30 mil e o Executivo ainda espera receber mais R$ 65 mil do Estado. Os profissionais que atuam no acolhimento, entre eles psicólogos e assistentes sociais, foram cedidos pelas secretarias de Saúde e Desenvolvimento Social.

A iniciativa contou com a parceria do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (COMDIM), do Fórum de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres de Santa Maria, da Brigada Militar e do Governo do Estado. A presidente do COMDIM, Rosane Marizete Brum Vargas, explica que o conselho esteve envolvido com a criação do centro desde 2019 e que essa era uma demanda urgente que o município precisava atender.

– Há muito tempo já tínhamos constatado a necessidade da criação de um atendimento especializado para as vítimas de violência doméstica que congregasse todas as suas necessidades. Santa Maria carece desse serviço, pois normalmente as mulheres que são vítimas de violência ficam perdidas sobre o que fazer depois de ir na delegacia e lá elas vão receber todas as orientações – relata Rosane.

Rede de Proteção da Mulher

O CRM foi solicitado em julho de 2021 pelo prefeito Jorge Pozzobom ao Estado, por meio da Secretaria Estadual de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos. Agora no Rio Grande do Sul, existem 27 Centros de Referência em operação que fazem parte da política nacional para as mulheres. Com a inauguração do centro de Santa Maria, o município passa a integrar a edição de 2022 do projeto Rede de Proteção da Mulher RS, uma iniciativa do governo estadual que financia e incentiva a criação de CRM’s.

A aprovação de Santa Maria à Rede está diretamente ligada ao fato de a cidade contar com instituições e demais serviços consolidados, como a Patrulha Maria da Penha, Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) e a Casa de Acolhimento.

A diretora do Departamento de Assistência Social do Estado, Ana Duarte, explica que existem dois tipos de rede, a de enfrentamento que tem como objetivo pensar e desenvolver políticas públicas e a de atendimento que buscar criar espaços de acolhimento e instruir as mulheres.

– Nós sabemos que a violência contra a mulher está crescendo a cada dia, por exemplo em Santa Maria no feriado do dia 15 de novembro foram feitos 25 atendimentos. Então é uma cidade que precisa desse centro. Esse serviço vem para complementar as ações de enfrentamento que já existem, pois a equipe que vai atender lá é especializada no assunto – comenta Ana.

Situação é preocupante

De acordo com a Secretaria Estadual de Segurança Pública, em 2021 o único indicador que não teve redução foi a violência contra a mulher. De janeiro até o fim de outubro de 2022, foram registrados 89 feminicídios no RS – no mesmo período de 2021, tinham sido 82.

A delegada da DEAM, Elizabete Shimomura, conta que a falta de um centro especializada era sentida todos os dias na delegacia. Para ela esse tipo de violência precisa muito mais do que apenas uma assistência criminal como registro de ocorrências, medidas protetivas e punições aos agressores:

– As mulheres que nos procuram para denunciar são muitas e nós percebemos que elas tem outras necessidades psicológicas e sociais que a delegacia não consegue atender. A violência doméstica é multifacetada, então termos um local físico para encaminharmos essas vítimas é de suma importância.

Conforme a delegada, a violência doméstica no município está alta. O DEAM instrui cerca de 200 procedimentos por mês e somente em novembro houve duas tentativas de feminicídio que deixaram as vítimas em estado gravíssimo e internadas em hospitais.

– Embora a gente faça muitas campanhas de prevenção, de repressão, com inúmeras prisões, isso não está sendo o suficiente para estancar a situação. Peço que as vítimas nos procurem e que as pessoas que tem o conhecimento da violência doméstica que denunciem. A denúncia salva vidas – afirma Elizabete.

Canais de Denúncia

O CRM alerta que as mulheres devem ficar atentas aos sinais de violência doméstica. Ações como ofensas, humilhações, mentiras, chantagens e piadas ofensivas pelo parceiro não devem ser ignoradas. Caso ocorram golpes, empurrões, xingamentos, confinamento, destruição de bens pessoais, proibições, abuso sexual, intimidação ou ameaça é necessário procurar ajuda e denunciar.

Disque: 180

Brigada Militar: 190

DEAM: (55) 3222-9646

DPPA: (55) 3222-2858

CRM: (55) 99139-4971

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