plural

PLURAL: os textos de Valdo Barcelos e Rony Cavalli


O dia em que o contra-almirante enquadrou o presidente
Valdo Barcelos
Professor e escritor-UFSM

O Servidor Público Antonio Barra Torres é médico e formou-se pela Fundação Técnico-Educacional Souza Marques. Cursou residência médica em cirurgia vascular no Hospital Naval Marcílio Dias. Ingressou na Marinha do Brasil em 1987. Atualmente, está na reserva remunerada com o posto de contra-almirante, o terceiro mais alto posto da carreira da Marinha do Brasil. 

O servidor público Antonio Barra Torres, atual diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), está no centro de uma polêmica nacional, após ter enviado uma carta ao presidente da República e capitão da reserva do Exército, Jair Bolsonaro. Em síntese, a carta é uma resposta às insinuações que o atual presidente dirigiu a Anvisa e ao caráter de seu diretor em uma de suas bizarras lives. 

Sinceramente, não vi nada de excepcional na carta do diretor da agência. Afinal, ele dirige o órgão e, como disse no início, é um servidor público. Portanto, ele nada mais fez que exercer a obrigação que sua função exige como servidor público federal. Simples assim.

Todo servidor público sabe - ou deveria saber - que tomar conhecimento de uma irregularidade em sua área de atuação e não comunicar seus superiores hierárquicos constitui-se em crime e tem até um nome: prevaricação. Da mesma forma, levantar suspeitas sobre a atuação de qualquer servidor público e não apresentar provas também é crime. O presidente da Anvisa sabe disso e, simplesmente, foi o que requereu, na sua carta, ao presidente da República que o fizesse. Não poderia ser de outra forma. O diretor da agência, mesmo que na reserva das Forças Armadas, continua sendo um contra-almirante, posto equivalente à patente de um general no Exército, o mesmo do qual o capitão e atual presidente "foi saído". A carreira militar é semelhante à carreira religiosa nesse quesito. 

Tenho um colega que foi padre e aprendi com ele que ele sempre será padre, mesmo tendo abandonado o sacerdócio. Coisas da igreja. O diretor da Anvisa, mesmo na reserva continua sendo militar. Conheço dois generais - ambos da reserva - e perguntei para eles o que deveriam estar pensando seus colegas generais da ativa sobre essa querela. Um deles sintetizou que, mesmo as Forças Armadas sendo uma instituição construída a partir de dois pilares básicos, a disciplina e a hierarquia, tudo tem limites. Para esse general, o atual presidente vem forçando contumazmente esses limites. Não é novidade a suspeita de que o presidente faz questão de ter tantos generais no governo para poder dar-lhes ordens, o que seria como que uma forma de vingar-se de seus superiores e de humilhá-los em função de seu fracasso como militar. Vai saber o que se passa na cabeça do presidente e capitão da reserva. 

Espero que essa querela entre os dois militares da reserva se resolva dentro dos limites do Estatuto do Servidor Público Federal e da civilidade. Até porque o presidente Bolsonaro alardeia pelos quatro cantos seu passado de atleta e de ex-paraquedista do Exército e o contra-almirante Barra Torres é faixa preta do 1º "DAN" pela Federação de Karatê do Rio de Janeiro (FKERJ). Desejo que ambos não adotem o lema do "quero a luta e a tormenta". O Brasil não precisa disso.

Não políticos na política*
Rony Pillar Cavalli
Advogado e professor universitário

O establishment não poupará esforços para tirar o Presidente Bolsonaro da sua frente, destravar suas ações e voltar a surfar nos benefícios do sistema e, em 2022, com as eleições presidenciais, certamente todas as baterias do mundo se voltarão contra Bolsonaro, na mesma ou talvez em maior intensidade que foi contra Donald Trump.

Um grupo de supostos ambientalistas, compostos por advogados e até ex-juízes do Tribunal Penal Internacional, acabou de protocolar denúncia contra o Presidente Bolsonaro no Tribunal Penal Internacional alegando crime contra a humanidade, por supostos crimes ambientais. Acusam-no de plano de destruição da Amazônia.

A peça inicial da denúncia está mais para peça teatral, sem qualquer compromisso com a verdade, criando narrativas completamente desvencilhadas de fatos ou de provas, com claro viés político e, por evidente, tentativa de desgastar o Presidente para o pleito de 2022 e, certamente, ecoará na imprensa brasileira, a qual já não tem compromisso com a verdade há muito tempo e seu principal objetivo também é tirar Bolsonaro da sua frente e voltar a receber rios de verbas públicas em publicidades oficiais. 

Os ambientalistas que foram desalojados pelo ex-ministro Ricardo Salles querem de volta seus postos, suas verbas e voltar palestrar em Paris, parando em hotéis cinco estrelas, tudo às custas de verbas públicas que antes eram liberadas para ONG's supostamente defensoras do meio ambiente. Esta farra com o uso de dinheiro público acabou com a chegada de Bolsonaro ao Palácio do Planalto e, claro, que esta turma não gostou nadinha. 

A China precisa, desesperadamente, garantir alimentos aos seus cerca de 1,5 bilhão de habitantes. Sem a garantia de compra da totalidade da produção agropecuária brasileira, a fome passa ser uma realidade. Com a volta da esquerda no comando da Argentina, a China já conseguiu seu intento quanto aos Hermanos, que é o total domínio da produção de alimentos da Argentina e, com isto, seus esforços estarão voltados para o Brasil e para o objetivo de impedir um forte entrave aos seus planos que é a reeleição do Presidente Bolsonaro. 


I Soberania nacional


Em 2022, em que pese a proibição da legislação brasileira, assistiremos jorrar dinheiro chinês em partidos políticos de esquerda no Brasil, pois a China sabe que negociar com a esquerda é muito mais fácil, já que, em nome do poder, vendem suas mães se preciso for, muito ao contrário da direita que tem entre seus valores sagrados a soberania nacional.

Se quisermos ver o Brasil um dia figurar entre as grandes e fortes nações do mundo, todos aqueles brasileiros que se identificam do centro para a direita no espectro político precisam deixar suas zonas de conforto e assumir, explicitamente, não só a defesa de seus valores, como, principalmente, passarem a ocupar postos chaves em toda e qualquer organização, seja política, profissional ou esportiva. Se não ocuparmos estes postos, a esquerda o fará, como sempre fez. É imperioso que sejam convencidos sujeitos não políticos profissionais envolverem-se na política e substituírem os chamados políticos profissionais. 

Costumo dizer que a política se parece com os tradicionais concursos de beleza feminina. As mulheres mais belas e elegantes não participam destes concursos, assim como os mais capazes costumam não se envolver com política, gastando tempo com seus projetos privados de sucesso e, com isto, entregam de forma fácil o comando de instituições à esquerda.

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