plural

PLURAL: os textos de Juliana Petermann e Eni Celidonio

16%
Juliana Petermann 
Professora universitária

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De acordo com pesquisa do Observatório Febraban/Ipespe, 74% das pessoas entrevistadas acham que a pandemia está piorando, 16% dizem que está na mesma e 9% que está melhorando. 77% das pessoas entrevistadas acreditam que as vacinas são a única forma segura e eficaz de se proteger contra o coronavírus, 16% dizem que não confiam nas vacinas e 1% não sabe, não respondeu. Quando questionados sobre o ritmo da vacinação no Brasil, 81% dos respondentes disseram que o ritmo é lento e insatisfatório porque deveria ter havido mais planejamento, enquanto que 16% consideram que o ritmo é normal diante da oferta de vacinas. Assim, a partir desses dados, poderíamos inferir duas questões. A primeira é que, entre esses 16%, podem estar o que convencionamos chamar de negacionistas. E a segunda inferência é: somos maioria. Mas como é que então nos deixamos levar até esse abismo? Estariam entre esses 16% aqueles que seriam (deveriam ser) responsáveis pela condução desse problema em nosso país?

EXEMPLO

Partimos do princípio de que controlar uma pandemia em um país do tamanho do Brasil é algo complexo sim. Inclusive porque já vínhamos de um período de crise. Agora imagine se entre esses que negam a realidade estiverem nossas lideranças. Vencer uma pandemia não é fácil, porém negá-la não é uma solução. Especialmente se as vidas de milhões de pessoas dependerem da ação, do comprometimento e do exemplo que uma liderança possa dar. Ao negar algo nos desobrigamos, como se nada do que decorre do fato negado pudesse ser da responsabilidade de quem o nega. Certamente, uma posição confortável. Porém, inadequada, no mínimo.

QUEM SOU EU NOS 84%

Não estar entre os 16% não nos libera de avaliarmos o nosso papel nisso tudo. Qual a nossa responsabilidade com o nosso país? Essa avaliação vai desde o quanto ainda sofremos por cada vida perdida, passando por como nos comportamos, cuidando (ou não) de nós mesmos e dos outros, e, em última instância, vai até a nossa responsabilidade enquanto eleitores. Escolher chefes de Estado não é uma brincadeira e apostar alto demais pode ter um alto risco. Que, nas próximas eleições, a gente questione se estamos elegendo ou não alguém que esteja no grupo dos 16%. Que, da próxima vez que votarmos (oxalá ainda possamos votar), não nos falte questionar: e se tivermos que atravessar um mar agitado com esse capitão? Já imaginou se uma pandemia cruza o nosso caminho? Vamos querer ter como líder alguém que negue a realidade e que desconsidere a vida humana? Sei que já sabemos essas respostas. E sei que, felizmente, somos maioria.

Heim?
Eni Celidonio 
Professora universitária

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Então tá... Seguindo o andar da carruagem, vamos ao Top 3 das maiores mancadas da "bunita" aqui.

TOP 3

Coperves, corrigindo redação do vestibular da UFSM. Sempre a dupla de correção ficava fechada numa sala, um corrigia, dava uma nota à lápis, o outro revisava e concordava com a nota ou não. Era um processo que exigia atenção e silêncio; não eram 10 ou 20 redações, eram centenas. O processo levava o dia inteiro, e todo dia, a amada da Gladys Haubold entrava, às onze e meia da manhã, com os nossos bilhetes para o almoço. Dava três batidinhas na porta e sempre eu dizia "Entra minha poderosa!", e ela abria a porta, entregava os bilhetes, dava aquele sorriso gostoso e saía para as outras salas. Isso era religiosamente todo dia durante uma semana, no mínimo!

Um belo dia, batem na porta, três batidinhas às onze e meia, e eu grito de dentro da sala: "Entra minha poderosa!". A porta se abre e entram o reitor da UFSM, o pró-reitor de Graduação e o presidente da Coperves...

TOP 2

Eu e Celso vamos ao Royal assistir ao filme do Elton John, mas como chegamos muito cedo, eu sugeri darmos uma passeada para ver o que rolava nas vitrines. Celso, como é marido, odeia shopping, mas eu sou mulher, néam?

Pois bem, saímos a passear pelos corredores, até que descemos ao segundo andar e lá estava ela, a Arezzo, cheia daquilo que deixa a gente tonta (no meu caso, mais tonta do que já sou): sapatos! Entrei na loja assim como os gatos entram na cozinha quando sentem cheiro de peixe, levitando, olhando tudo em volta. Claro que Celso ficou fora da loja me esperando. Experimenta daqui calça dali, acabei comprando um tênis que deixei na loja para pegar depois do filme. Ia saindo da loja e vi a pobre da criatura, ainda de pé me esperando. Cheguei perto e abracei o pobre do sujeito pela cintura e disse: "Vamos indo? O filme já vai começar". Ele se virou e... Não era o Celso...

TOP 1- Campeã, "hors concours", "o 'crème de la crème'"

Na década de oitenta, havia na Justiça Militar da União um promotor chamado Hamilton Padilha. Foi um dos sujeitos mais brincalhões e bem humorados que eu conheci na vida. Sempre que ele ligava, perguntava pelo Celso e já emendava: "não estou atrapalhando alguma coisa? Ele está vendo novela? Está lavando a louça do jantar?". Ou, então, ele começava assim: "Boa noite! O Doutor Celso já chegou do ballet?... Por aí as coisas.

Um belo dia, ligam às nove da noite, atendo, reconheço a voz do Dr. Padilha e começa a gozação:

- Boa noite, o Dr. Celso se encontra?
- Não, ele foi para a aula de ballet, respondo.
- Ele vai demorar?
- Acho que sim, porque ele ia fazer depilação depois.
- A senhora pode dar a ele um recado?
- Posso, Dr. Padilha. O que houve?
- Não, aqui não é o Dr. Padilha, é o sargento Fulano da Base Aérea de Santa Maria. A senhora poderia dizer a ele que o comandante vai sair mais cedo amanhã para a passagem de comando do brigadeiro em Porto Alegre, então se ele pode chegar na Base às sete? TTTÓÓÓÓÓÓÓÓÍIIIIINNNNNN!!!!

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